²⁷* Eu sei o que você é.

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Pov'Giacomo.



- ela não está aqui? - perguntei pela terceira vez.

- não, Ellen pediu demissão a algumas horas, ligou e falou que precisava fazer uma viagem urgente.

A expressão da atendente era tão surpresa quanto a que deveria estar em meu rosto agora.

- viagem? - o que Ellen estava fazendo? Ia questionar outra vez quando ouvi meu celular tocar, puxei do bolso na esperança de ser ela ligando, mas não era, o nome na tela me deixou ainda mais preocupado.

Ligação on.

- o que você quer?

- perguntar se sabe onde está sua noiva.

Havia um toque de raiva e diversão na voz dele, mas além disso, tinha convicção de que eu não saber a resposta.

Me afastei da garota da recepção o máximo que pude e segui para fora do hospital tentando não quebrar o aparelho em minha mão.

- não. Mas aposto que você sim, o que fez com Ellen? - quase rosnei para o celular.

- eu? Meu filho querido, eu nunca faria nada a sua querida Ellen.... Mas - ele riu.

- mas o que? Fala logo.

- Fabrício, a pegou na fila de embarque para Seattle! - outra risada de deboche.

- como... Onde Ellen está? - perguntei outra vez.

- trancada em um lugar seguro, onde não vai tentar fugir carregando meu neto, e  uma mala cheia de dinheiro....

- pai, onde ela está? - dessa vez perguntei baixo, não conseguia assimilar o que ele falava.

- no seu quarto, na sua casa... De onde não vai sair... EU VOU GARANTIR ISSO.

- o que va....

Ligação off.



- fazer?

Merda, merda, merda, corri em direção ao carro e segui para casa o mais rápido que pude, o que Ellen tentou fazer? O que ela sabia? Quando parei o carro vi Fabrício parado na porta de entrada junto com mais três capangas de Giancarlo.

- podem ir embora, já estou aqui - falei.

- seu pai deu ordens de não sair daqui.

- eu estou mandando ir - segurei ele pelo colarinho.

- não sigo suas ordens ... E pra sua sorte - ele me segurou pelo colarinho - eu não posso te arrebentar, então me solta ... Ou eu esqueço que é filho dele.

Joguei o babaca no chão e entrei na casa, aquela não era realmente uma briga que eu queria ter agora, apesar de estar desejando entrar em uma boa briga, não queria ter que explicar mais isso para Ellen, subi em busca dela e a encontrei sentada no canto do quarto abraçada as pernas, dava pra ouvir seu soluçar, seu olhar para mim era de medo.

- Ellen!

- não chegue perto de mim - ela me olhou apavorada.

- amor - me aproximei, e ela se encolheu mais.

- não, não me chama assim - suas lágrimas cairam por seu rosto - não me toca, eu tenho medo de você.

- medo? - aquilo me paralisou - porque?

- porque? - ela levantou - você é um criminoso, você mata pessoas.... Você - sua voz era estérica, falhava a cada sílaba - você é um mostro.

- não, Ellen, me deixa explicar - tentei mais um passo e vi ela apontar uma arma na minha direção.

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