Capítulo 8

16 4 0
                                    

Alec não entendia nada do que estava acontecendo com ele, sobre tudo a parte de ter um espírito dentro do seu corpo. Ele tentava imaginar como um espírito estava morando dentro dele sem ao menos ter um sintoma, reação, qualquer coisa que indicasse anormalidade.

Não se sentia estranho ou desconfortável fisicamente, durante toda a sua vida nunca nem se quer esteve doente ou com algo parecido, pessoas acham que por ele ter adoecido muito na infância, agora está sofrendo de escassez de febres ou doenças, pelo menos era isso que a sociedade acreditava. Se pessoa adoecia muito na infância chega um tempo que ele para de adoecer na vida adulta ou o evento é raro, porém se raramente adoecia na infância na vida adulta ele vai adoecer muitas e incontáveis vezes.

No caso do Alec, ele na vida adulta raramente adoece e quando acontece uma lesão física o menino se curava mais rápido que o normal. Será que é por causa do espírito que ele quando se machucava, curava-se daquela forma? Se tem um espírito morando nele, porquê ele nunca falou ou apareceu no espelho de casa de banho? Não devia ser como nos filmes?

Eram imensas perguntas sem respostas, o que lhe deixava mais intrigado é a forma como o seu pai reagiu quando a casa tremeu, ele o olhava com cautela e medo, afinal qual será o poder que esse espírito tem? Como será a forma dele?

Mais perguntas sem respostas, o que deixava o Alec ainda mais curioso para saber a verdade.

Depois de muitas horas pensando sobre o espírito o rapaz acabou por adormecer exausto. Madrugada o Alec acorda suado depois de ter um pesadelo surreal com uma criança de mais ou menos sete anos lhe chamando de Mustafa. Ele devagar levanta da cama livrando-se daquele pensamento e curiosamente andou descalço até o quarto da sua noiva. Abriu a porta lentamente para não acorda-la e andou até a beirada da cama ficando ali parado a encarar a beleza da Cilisa que dormia tranquilamente.

Ele se senta devagar ao lado dela e mexe carinhosamente no cabelo da miúda que remexe um pouco ao toque dele. Depois de um tempo admirando-a ele volta para o seu quarto descansar.

Amanheceu e o Alec acorda sobressaltando na cama, respirou fundou passando a mão na cara limpando o suor por conta da manhã quente que estava.

Alec desce da cama calçando os seus chinelos e no mesmo instante reparou numa carta no criado mudo, curioso ele pega na carta e se põe a ler.

"Campeão, eu vou procurar respostas com o seu pai sobre como remover esse espírito em você, aguenta só mais um pouquinho ta bem?!

Alec cuida da Cilisa, não provoque ela e nem faz gracinhas, seja educado com ela, se achas que não vais conseguir fazer isso, afaste-se dela porque se não você não vai poder usar o seu sentador.

A mamã te ama, até daqui a 15 dias"

Como assim foram procurar respostas? Ele era o portador do espírito, porquê ele não podia ir junto?

-Mas que bosta._ disse o menino serrando os dentes cheio de frustrações. Se ele era o portador, fazia todo sentido estar na frente em busca das respostas, além de deixarem ele na maior dúvida, também lhe pedem para ser babá de uma mulher de 21 anos? Só lhe faltava essa.

Horas depois o Alec se encontrava na sala de estar, com as luzes totalmente apagadas. A paz que aquele ambiente escuro lhe trazia era assustador, parece que estando numa total escuridão é uma forma dele se sentir em casa, o medo, a raiva, o ódio, a tristeza, tudo o que for negativo, parece que de alguma forma se acalma e encontra um conforto. De repente ouve-se passos de alguém descendo as escadas, o Alec estando muito tempo no escuro enxergava bem a menina descendo cautelosamente e claramente com medo.

Ela palpava e buscava os interruptores desesperadamente, o Alec vendo o medo dela decidiu apavorar ainda mais a menina, ele se levanta e vai até ela ficando 30 centímetros da sua nuca. Lisa para um pouco para certificar se tinha mesmo algo atras dela. Sentindo a respiração do Alec, ela aumenta os passos deslizando a mão pela parede em busca do interruptor e no momento que achou os interruptores, acendeu as luzes virando pra saber quem era a pessoa ou coisa atrás dela.

- Assustei você donzela?_ Perguntou o Alec com um sorriso de canto, porém em vez da Lisa responder ela permanece vidrada no homem a sua frente encarando ele com olhos quase saltando pra fora.

- Que foi? Gato comeu a sua língua? Ou precisas de respiração boca a boca para recuperar o fôlego._ continuou ele desta vez se aproximando da boneca, mas antes que ele possa fazer algo a Cilisa lhe acerta uma tapa forte na cara empurrando ele para longe dela.

-Nem pense em me tocar se não eu quebro o teu pescoço seu bastardo._ arreganhou a Cilisa com raiva.

"Espera cadê aquela garota que nem sequer olhava para minha cara quando cá chegou?" Pensou o Alec desacreditado na ousadia da boneca.

- Você me deu uma tapa?_ perguntou o Alec olhando para boneca em choque.

- Quer outro por acaso?_ retrucou ela.

- Quem você pensa que é Cilisa?

-Alguém que pode socar a sua cara de bosta, achas que pode me beijar? Você é a porra do meu prometido e será isso para sempre, não vais me beijar, não vai me tocar nem sequer vais pensar em mim e outra coisa nem pense em chamar o meu nome ouviu bem?

O seu noivo ou melhor como ela disse, o seu prometido segurou a bochecha direita dele se acostumando com a dor que pouco a pouco esvanece. Ele fica quieto encarando a boneca que o fuzilava cheia de ódio pela brincadeira de mau gosto que ele fez.

- Cilisa, preste atenção... Eu Alec serei o seu primeiro em quase tudo, beijos eu já sei que deu, abraços também, já tentou se apaixonar e também já tentou se rebelar contra esse fardo que carregas. Eu apenas não sei o seu nome como também sei que calças 39, tamanho de calça jeans num tecido elástico é 32, seu vestidos e sua blusa varia entre tamanho XS e S, tua cor favorita é branco, cantor favorito é o Chris Brown e que mais..._ O Alec para dramaticamente, analisando a surpresa violenta na cara da Lisa que não sabia se ficava assustada ou com ainda mais raiva. - Ahh sim! também sei que eu serei o primeiro e único homem a te causar uma dor prazerosa._ disse o Alec enquanto se aproximava da Lisa que recuava com lagrimas de raiva cintilando nos olhos.

- Se você pensa que eu vou te amar estás muito perdido na ilha da fantasia, preste atenção Alec! eu te odeio.

- Não, você não me odeia._ Disse o Alec encurralando a Lisa na parede bloqueando a fuga dela com os seus braços.

- Eu sempre vou te odiar._ firme ela retrucou tirando as suas palavras no fundo do seu coração.

- Na nah, você vai me amar e vai me amar muito, desesperadamente, será como se estivesse perdendo a sua vida e precisa de ar para recuperar, é desse jeito que você vai me amar.

Boneca PretaOnde histórias criam vida. Descubra agora