Capítulo 43

12 1 0
                                    

-Então você encontrou eles?- a voz sem vida do presidente ecoou no seu escritório escuro e frio.

- Não! apenas encontrei o corpo sem vida do seu coronel. -Respondeu  o homem que antes olhava para o Bacar morto no chão da casa dos pais da Delcia. - Aquele menino está evoluindo muito rápido,  a presença que pude sentir quando cheguei naquela casa foi nostálgico.- O homem cruza as mãos atrás do corpo encarando o teto branco do escritório. Como sempre tinha pouca luz no ambiente, atrás da mesa de madeira gigante tinha uma cadeira de couro vazio, um estante de livros na lateral da mesa um pequeno abajur em cima da mesa e monte de papeladas.

 - Nós no Gã dos espíritos temos uma probabilidade excessiva de nos tornarmos em portadores da sombra  da noite.

- Sombra da noite?- Curioso perguntou o presidente.

- É a lenda que fala de um homem capaz de dominar os cinco mais temidos poderes do território; Mar, espírito, ilusão, energia da noite e fogo. A lenda foi secretamente desejada e muitos queriam ser abençoados para ter essa maldição...

- Maldição!?- De novo o presidente. Como um poder assim poderia ser considerado uma maldição. Era esse o pensamento do presidente no momento.

- Sim  maldição! Segundo a lenda dizem que o princípio do poder se manifesta dando ao escolhido olhos dourados ou amarelo sol, e a energia espiritual que flui no seu corpo também se torna absoluto. O poder é tão grande que nem mesmo o grande herói da guerra, meu mentor Mustafa, não seria capaz de vencer ou controlar, muitos morreram em busca desse poder e a esperança de ter um com a capacidade de ter a sombra da noite foi-se juntamente com o Tafa(Mustufa.)

- Interessante! Mas o que o garoto tem a haver com isso?- Quis saber o presidente.

- Quando cheguei o portal que ele abriu estava no final do fecho e era de uma energia avassaladora de cor amarela, pode ser apenas coincidência, mas tem uma chance enorme dele ser o herdeiro das sombras da noite e se ele for, mata-lo não seria nada fácil.-

Presidente Simarro respirou fundo e encostou na sua poltrona de veludo ao pé da janela enorme que dá para a varanda. Matar o Alec está a ficar cada vez mais difícil, ele não tem muito tempo para perder com uma tarefa tão simples, mas se o que o seu novo amigo está dizendo é verdade, ele com certeza estará num mau lençol.

- Bem consegue me dizer a localização dele, pretendo acabar com isso ainda está noite. -Falou ele perdendo-se a paciência.

- Não funciona assim Simarro, já tentei decifrar o padrão do bloqueio que a aluna do Mustafa desenvolveu desta vez, embora seja simples é algo que pertence só a ela, mesmo que eu queira invadir  não pode ser agora estou exausto.

- Pensei que eras o privilegiado aluno da primeira geração, eu vou repetir, não tenho para perder...- Presidente levanta brutalmente da sua poltrona e caminha até chegar ao pé do homem com quem conversava.- Busque eles imediatamente, morra de exaustão se for necessário, só ache aquele filho da puta e mate ele.- Disse encarando o homem seriamente antes de dar as costas se distanciando dele.

- Vai aonde?-Perguntou o homem a presidente.

- Mergulhar. -Respondeu.

- Será a terceira vez hoje. - 

-Mais um motivo para você acha-los.

Presidente vira a esquerda sumindo no campo da visão do homem velho, sozinho no escritório suspira pesadamente sentando-se no chão frio para dar o inicio a procura do Alec.

******************************

No mundo físico era a noite, contava o relógio nas 19:29 horas enquanto que dentro da consciência do Alec ainda é nascer do sol. Lisa olha para o Alec e uma onda de confiança tomou conta dela, embora o medo do que poderá ter além das cortinas transparentes seja crucial, a vontade de servir para alguma coisa não ficou para trás, então se essa seria a chance dela de ser não apenas a pirralha sortuda que casou com o rei, mas sim a própria Cilisa.

Assim que passaram pela cortina eles s viram numa floresta um pouco densa, pela vista é o inicio dá entrada da floresta, e ao fundo ouviam choro baixinho de uma criança.

Lisa e o seu marido se entreolham e os dois seguem em frente em busca daquele choro, nesse mundo vasto e sem coordenadas qualquer um serve de pista para a verdade e qualquer um pode ser a ruína dos dois.

Caminharam por dois minutos e o choro já era mais audível e perto, assim que passam de um arbusto cheio, deparam-se com uma menina sentada no chão chorando com a testa colado ao joelho.

- Oi.- Lisa fala carinhosamente e a criança levanta os olhos assustada. Não era para ter ninguém naquele lugar como eles estar aqui.

- Meu Deus.- Lisa dá um passo para trás assustada com a cara da menina.

- O que foi?- perguntou o rei.

- Eu acho que essa menina sou eu quando eu era criança.

- Eu sei.- Alec afirma indiferente pois ele nunca nem sequer morto esqueceria o rosto assustada da Lisa naquele dia que ela se apaixonou por ele, como poderá esquecer aqueles olhos gigantes molhados de lágrima, face fofinha toda manchada de terra.

- Sabe?!- ela perguntou ao marido confusa.

-Sim, lembra que eu sobre você sei de tudo. - A Lisa fica em silêncio olhando para a mini ela.- Bem pelo o que parece eu acho que estamos na sua consciência, a nossa primeira parada.


Boneca PretaOnde histórias criam vida. Descubra agora