Capítulo 25

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O sábado veio com as suas tralhas esperado por Domingo, naquela manhã a Lisa se encontrava na sala assistindo televisão e pensando em como seria sem a Indira e a Larcia junto com ela. Um inferno talvez não, até porque ela passou muito tempo num ambiente frio e sem muita emoção mas, a grande verdade é que a sua mãe é a sua mãe, por mais que ela fosse maior parte do tempo muito fria o amor dela sempre ganhava espaço para se apresentar.

Pensando nisso o coração da Lisa afundou numa saudade crua e violenta, já faz um mês que ela não via a mãe, a mesma embarcou numa viagem para expandir o seu negócio no exterior e só falavam por telefone..

- Bom dia.- disse o Alec descendo as escadas descalço, era a primeira vez que ele dava bom dia para o sua esposa, porém esta não ouviu.

- Você não tem vergonha na cara né?- Saíde que decidiu passar o dia junto com Alec, fala andando atrás do rapaz.

- Cala a boca.- Alec grita assustando a esposa que levanta a metade do corpo no sofa. Os olhos deles se encontram e uma pequena faísca acende fazendo-os desviarem os olhos.

- Mas eu não falei nada.- Disse a Lisa voltando a se deitar.

- Eu não disse que você falou algo.-

-hrumm hrumm.- Saíde pigarreou acionando o alarme de idiotice a solta.

- Quer dizer, éhh eu sei que você não falou nada, eu estava falando com Saíde.- justificou ele pegando uma banana na fruteira.

- Tanto faz.-Lisa volta a sua atenção a televisão ignorando o Alec meio perdido tentando vencer o seu proprio orgulho e seguir com o plano.

- Vai lá.- Saíde instiga o Alec empurrando a bunda dele para se aproximar da esposa.

- Calma já estou a ir...- Sussurrou o boy com o coração batendo forte no peito. Era como se ele estivesse indo em direção a morte de tão nervoso que estava. Respirou fundo e se aproxima lentamente da Cilisa que lhe observava com o canto do olho.

Ele dava um passo a frente e flexionava as pontas do dedo do pé, mandava outra e fazia o mesmo, era estranho ele fazendo o comportamento de uma criança querendo doce.

- Então... Estás assistindo o quê?- Finalmente pergunta o homem desviando o olhar para tudo o que é canto.

- Não te interessa.- Alec cerra os dentes começando a perder a paciência que ele nem tem.

- Aí sai daqui, estás perturbando o meu campo de visão.-

- Olha aqui essa casa não pertence só a você ouviu, se estou te perturbando evapore.-

- As vezes começo a achar que és gay de tanto que te dá prazer discutir comigo.- Lisa senta no sofa frustrada.

- Me chamou de gay?- Alec incrédulo pergunta.

- Sim chamei e?-

- Não era isso que eu te provei a seis messes atrás.- As palavras do Alec paralisaram a Cilisa depois de entender o que ele quis dizer.

Era um pesadelo ou é real, quer dizer o fato dela ser desvirginada por ele, ele, ele, não foi o bastante, ainda joga na cara que fez isso. Mas esse cara é um putinha mesmo.

Lisa se recompõe e segue em direção a escadas sem dizer um piu, Alec abriu a boca para falar algo porém nada saiu, ele apenas encarava o vestido longo e largo da Lisa sumindo. Ele caminha até o sofa onde a pouco a Lisa estava deitada e se senta passando as mãos na cabeça com os cotovelos apoiados nas coxas pensando na sua recente cagada.

Saíde não falou nem um piu, ele ultrapassou a parede indo buscar um bom pau grande de madeira que estava no lado traseiro da casa, ele depois de achar o objeto em baixo de uma árvore, achou lindo o pau que ia usar para acabar com o Alec por ser tão merdinha. O espírito zangado volta para dentro de casa abrindo a porta, ele se esgueira até chegar por trás do Alec e se posiciona na melhor posição, mediu o pau com as costas do Alec, soprou o mesmo e contou até três internamente.

Bau, bam, bau, bam. Saíde acabava com as costas do merdinha estressado da vida.

- Seu burro, eu me matei de fazer o planejamento, que você me obrigou, a fazer, eu até fiz um mapeamento, para tudo dar certo e você e na primeira, oportunidade, estragas, tudoo.- Saíde batia no Alec com fome, o rapaz levantou do sofa com as mãos na costa gritando. Com Alec longe dele o Saíde cai de cara no sofa mas mesmo assim não desistiu de bater no Alec, se levanta rapidamente correndo para atacar o rei novamente.

-Calma Said...

- Cala a boca, eu vou te matar.- inconformado ele chuta a perna do rei, o espirito começou a suar tanto que parecia querer passar a noite batendo no seu portador.

-Saíde já chega, está ficando sem graça.-diz o Alec com cara de tédio.

- Mandei tapar o cu. Você merece apanhar por me ter prendido nesse corpo inútil, era para renascer como um grande espírito seu bosta.-

Afinal ele estava batendo o Alec porquê? Não era para apreender a não ofender a esposa?

- Já acabou?- A Indi perguntou ao pé deles. "Que tipo de adultos agem assim hoje em dia?" perguntou mentalmente. Ela e o Alec eram as únicas pessoas que conseguiam ver o Saíde.

- Ainda não, vou só aí descansar um pouco e volto já para matar ele, cadê a água?- o espirito sai a procura da água estressado.

- Francamente, eu ainda me questiono se vocês irão nos salvar dos balefuls.

- Pode crer que eu não vou, já me passaram a perna antes.- ele disse e bebe um gole da água. Indi respira fundo para não perder a paciência com esse espírito doido.

- Alec como eu te disse, hoje é o dia da minha partida e eu pretendo pegar a estrada agora para chegar cedo em casa.

Alec nada fala ele apenas acena um sim com a cabeça e abraça a senhorinha com ternura.

- Obrigado por tudo. Boa viagem de volta, qualquer coisa ligue-me.- Indi aceita com a cabeça abrindo um sorriso.

Pode não parecer mais durante esses seis messes, ela aprendeu a ver o seu rei como um filho, a ternura dela para com ele aumentou gradualmente e aquele momento meio que ficou mais triste do que imaginado, ela se afasta do Rei e vai caminhando para a porta.

- Indira você não pode me deixar, eu como a sua rainha te proíbo a ir, já basta estar longe da minha mãe, você não tem direito de me deixar, não tem.- aos berros Lisa falava descendo as escadas apressada.

- Não vai por favor.- já perto da Indi, ela falava chorando e a Indi frente a isso apenas a abraça tentando reconfortar o seu coração por mais que a mesma repetia e implorava para ela não ir embora.

- Lisa dá pra parar com essa choradeira, eu não estou conseguindo arrumar as minhas coisas, eu não te treinei para ser fraca.- Larcia fala chorando alto.- Porra é difícil me concentrarahhhhhhh.-

Em pouco tempo as três mulheres choravam abraçadas umas as outras, o Saíde ao lado deixou escapar uma lagrima e limpou rapidamente não querendo tomar a atenção, ele fungou triste olhando para as meninas e quando virou para o Alec, este já estava olhando para ele com uma gargalhada entalada na garganta.

- Que foi imbecil, nunca viu um espirito bonito comovido?-

- Limpa o nariz escorrendo.- Saíde passa a mão no nariz mas não tinha nada lá.

- Vou deixar passar, ainda quero ficar triste, faz tempo que não me sinto triste.-

Assim que ele fechou a boca uma coisa colidiu com a casa causando uma explosão enorme arremessando os corpos dos quatro para longe. Lisa com uma visão turva deitada no chão e com a testa sangrando, vê pessoas entrando na sua casa e tudo se escurece depois.

Boneca PretaOnde histórias criam vida. Descubra agora