Capítulo 37

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Alec lutava bravamente com sangue nos olhos, a determinação e a urgência de salvar a sua família era cru. A cada golpe que investia no Bacar o sangue fervia no seu corpo trazendo-lhe a memoria do desespero do seu pai e da sua mãe tentando salvá-lo, os machucados profundos da sua esposa e da sua prima, a velha Indira deitada no chão incapaz de se mover tudo por conta daquele ataque repentino do coronel.

Bacar lançou um soco em direção ao queixo do Alec, porém este desviou sem esforço esperando momento certo para contra atacar, os outros soldados que vieram com o Bacar estavam todos deitados no chão inconscientes incapazes de  acompanhar a luta feroz entre o rei e o coronel. A medida que a luta se estendia a Cilisa e o demais ganhavam tempo para fugirem dali e quando estiverem longe o suficiente o Alec abriria um canal de passagem com ajuda da Indi para ter com eles e seguir a viagem para terra dos papéis.

Bacar chuta o estômago do rei fazendo-o cair no chão, ele avança ofegante limpando o sangue na tempora, chuta com força o rosto do rei e o corpo deste afastou por um metro e ele grunhiu de dor. O seu queixo estava sangrando consideravelmente por conta do chute que ele recebeu com aqueles sapatos grandes do coronel.

- Que foi pirralho, cansado? Já!?- Bacar perguntou sarcástico se aproximando do Alec visivelmente exausto. Estava a um passo de concluir a sua missão, mas quanto mais ele se aproximava mais o seu corpo cedia a dormência, era estranho estar tão exausto assim, ele era o coronel da guarda particular do presidente, só o seu status lhe proibia de se cansar assim imagine o treinamento que ele tinha de passar para chegar onde chegou algo não estava certo, o rei deve ter feito alguma coisa com ele. Será que ele o envenenou?

Alec se levantando do chão e começa a rir enfurecendo mais ainda o Bacar de pé a pouca distancia dele. Parece que o rei notou da exaustão do coronel ou será que realmente ele o envenenou?

- Como ousa rir depois de fazer algo tão desprezível?- Alec ainda continua a rir ficando completamente de pé.- Como pode envenenar o seu oponente no meio de uma luta? Cade a sua honra rei dos espíritos?- Bacar cospe as ultimas palavras com nojo por ter sido envenenado.

- Não se iluda Bacar , eu não sou que nem você. Cada vez que acerta um soco em mim, um pouco da sua energia negativa passa pra mim e isso eventualmente está me deixando mais forte,  então propositalmente te deixei me bater e fiquei apenas me defendendo dos ataques fatais. Você é um monte de carne podre carregado de energia negativa e eu sou o fruto do caos, em outras palavras eu sou a própria energia ruim e isso meio que faz os seus ataques um poucos fora de moda e inúteis.- Alec riu-se da surpresa na cara do Bacar e mais uma vez se posiciona para atacar.- Algo desprezível é ver você de pé me encarrando, sem a sua energia você é apenas carne podre derretida sujando o chão, então vamos logo acabar com isso.

Em todo esse tempo eu estava dando forças a ele? pensou o Bacar.

-É mais uma das regalias por ser da linhagem do homem que acabou com a guerra sozinho, e ao proposito é melhor você se olhar no espelho  a sua verdadeira forma está começando a aparecer e eu não quero vomitar de nojo.

Bacar arregala os olhos e se vira procurando desesperadamente por um espelho, mas assim que se viu, se arrependeu imediatamente. Era muita energia para esconder a podridão e agora que ele está a beira da morte ele apenas não conseguia fazer mais nada. 

Alec se lança contra o Bacar derrubando lhe no chão, acertava nele vários socos desfigurando um bocado de rosto do homem  até o mesmo perder a vida. Naquele mormente um frio percorreu o coração do Alec e os olhos dele que eram azul turquesa ficaram amarelos sol da toscana.

Bem distante dele, a Indira sentiu esse frio e a sua expressão mudou para algo mais angustiante, parece que ela sabia exatamente o que era aquela sensação de frieza no coração.

- Que foi Indira? Você parece um assustada.-Larcia perguntou notando da mudança da velha. Com a sua pergunta três pessoas prestaram atenção na Indi esperando uma resposta.

- O rei conseguiu ele sozinho derrotou o Bacar e o os seus soldados, mas algo maior está por vir por isso temos de tira-lo de lá.

Indi se a pressa para concentrar toda a sua energia, mas por mais que ela tenta mais ela falhava, a sensação horripilante que lhe passou o coração, estava deixando a velha desconcentrada.

Ela tentou varias vezes porém sem sucesso. ofegante de quatro no chão com o suor pingando a Indi se via impotente pela primeira vez, o medo começou a tomar conta dela pois o rei precisa dela para sair com vida da casa dos seus pais.

-Indi você está bem?- Delcia logo foi até ela tocando delicadamente as costa dela, a Larcia tinha uma expressão de confusão na cara enquanto que a Lisa apenas observava ela com preocupação e o Leny parecia estar vendo um fantasma.

Ele estava estático e de olhos arregalados  olhando para o chão, parecia que alguém tinha puxado a alma dele do  corpo, os seus ouvidos zuniram, tanto Leny assim como a Indi cobrem os ouvidos grunhindo de dor, os seus corações aceleraram e tudo ao redor ficou pesado. Vendo a Situação da Indira a Cilisa se assusta e aos poucos ela começou a temer que algo aconteça com o seu marido, todos estavam tensos, tudo parecia estar perdido sem nem começar.

Afinal das contas o que é que está acontecendo com eles? será que tem a ver com o Alec? Ele está bem? pensou a Lisa.

De repente um calor dos infernos surgiu no ar e bem no meio de chamas azuladas aparece o rei com os seus íris amarelo.

Que aura é essa? perguntou a Lisa mentalmente vendo os olhos do marido voltarem a ser castanhos.


Boneca PretaOnde histórias criam vida. Descubra agora