Boneca Preta

Capítulo 36

Ronnie perante ao pai se encontra em silêncio decidindo se falava ou não tudo o que sabe sobre a estrela dançante.

- Algum problema?- perguntou o presidente sem tirar os olhos da folha de papel que ele tinha na mão.

- Pra ser sincero, amnésia acabou de me atingir... puff tudo sumiu num instante, só irei me lembrar das coisas se você decidir me contar quem é o seu alvo desta vez.- Disse o Ronnie debochadamente. Presidente atento no papel a sua frente, pousa o objeto na mesa e da um giro leve com a sua cadeira e olha para o filho seriamente.

- Você sempre quis saber o que aconteceu com a sua mãe não é?- Ronnie fecha a cara ficando apreensivo diante daquela declaração.

- Pois bem menino, ela era sarcástica de mais, assim como você, uma mulher linda de cabelo gigante, eu queria tê-la por perto, mas aquela idiota bancou a engraçada e eu detesto mulheres engraçadas. Por mais que você tente, nunca ira encontrar a alma daquela mulher.- Continuou o presidente. As suas palavras saíam carregadas de desprezo doendo em cada fibra do coração do Ronnie, aparentava que falar da mãe do Ronnie de certa forma trazia certo enjoou para o presidente, e Ronnie por sua vez manteve-se calado encarrando o pai com ódio.

- Mas a grande diferença entre eu e você, é que eu posso fazer o que eu quiser e você só pode fazer o que eu quiser que faça, sabe tipo um cachorrinho de estimação, então por favor fale tudo o que você sabe e eu garanto que te deixo ver com a sua querida mãe.- Essas últimas frases despertaram interesse no rapaz ao mesmo tempo que lhe deu resposta do paradeiro da sua mãe. O presidente mantinha um sorriso vitorioso na cara enquanto se divertia com a face do filho que transbordava ódio e tristeza.

- Sim Ronnie, todo esse tempo eu sabia onde é que a sua mãe está e logo logo te farei visitá-la.- Nesta situação o coração do Ronnie começou a bater mais rápido no peito, ele sentia uma vontade enorme de socar a cara do pai e sair dali sem dizer nem um piu, o outro lado simplesmente queria ver mãe, falar com ela mesmo que por alguns segundos e face a essa vontade de ver a mãe o rapaz suspirou pesado aceitando abrir a boca.

- Estrela dançante é o fruto que nasce do puro caos, em alguns locais do país chamam lhe de mãe da ordem, outros de Nimba. Ela tem poder de mudar e controlar como quiser o caos, além do forte potencial dela ser a própria destruição, ela pode usar esse poder para conceder desejos e ambições. Dizem que a estrela dançante em 150 anos sempre nasce na pessoa mais exposta ao caos, a sua portadora apresenta espirais pelo corpo simbolizando o ciclo da vida e as ligações da mesma, isso lhe faz ser a criadora também, ou seja quando nasce uma estrela dançante o mundo, a vida se encontra numa linha media entre a destruição e a criação, o poder da estrela dançante é tão intensa que se a portadora não for compatível causará a destruição de todos. É tudo o que eu sei.- completou o Ronnie.

- Interessante, isso torna tudo mais fácil pra mim.- presidente com brilho nos olhos fala levantando da cadeira e vai até a sua janela comtemplar a estrela que brilhava em plena luz do dia, a ansiedade no seu peito dispara e o homem começa a rir causando calafrios ao filho.

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Bacar estava a 12 minutos da casa do Delcia, ele como ninguém desejava chegar lá o mais rápido para completar a missão que lhe foi dado. Com os seus homens convencidos de que estão lidando com os traidores da nação estão no mesmo dilema que ele o que faz com que será crucial e problemático se  o Alec e a sua família forem pegos.

Os 10  minutos passaram num instante e assim que desceram do carro o Bacar foi voando para a porta de entrada, sem aviso sem nada, meteu o pé na porta arrombando tudo. 

Ele e mais 15 homens chegam na sala com armas dando de cara com o Alec sentado na poltrona os esperando. Ele não parecia nem um pouco surpreso e a sua expressão era mais tranquila que nunca, Bacar e os seus homens perceberam que o Alec estava mesmo os esperando e a confusão nasce nasce na sua mente.

- Você demorou filho da puta.- Disse o Alec revelando os seus olhos turquesas fazendo o Bacar perceber que naquele momento era ele e o Saíde juntos. 

- Você...!-disse o coronel um pouco intimidado.

- Eu realmente não apoio homens covardes, mas odeio mesmo,  pessoas que subestimam a mim.- Alec Saíde levanta da poltrona ficando de pé e olhando com os seus olhos sombrios para 16 pessoas a sua frente.- Tipo trazer 15 homens para me atacar na verdade é um insulto, por tanto vamos logo acabar com isso, tenho uma esposa para engravidar.- Disse ele posicionando para a luta.

Os soldados do Bacar apontam armas para o Alec e este abre um sorriso malicioso esperando o momento certo para acabar com o coronel e os seus pintainhos.

A tensão fervia diante de todos, os homens do Bacar tremeram com a tamanha coragem do Alec, o fato dele estar perante eles que estavam armados ainda com um sorriso na cara, faz com que fiquem em alerta não sabendo o quão perigoso ele era. Ninguém tinha coragem de dar primeiro passo nem o homens do Bacar e nem o próprio Bacar, um deles literalmente estava tremendo de medo e isso meio que desestabilizava a coragem dos outros.

Metade de um minuto nisto o Alec menciona avançar e logo começa os tiroteios. Era chuva de bala irrigando o nosso rei, no entanto nenhuma bala encostou sequer no seu cabelo, quanto mais atiravam mais densa era a fumaça que formava ao redor do rei. A fumaça cobriu o lugar impossibilitando o Bacar e os seus homens de verem o que estava acontecendo, se o rei tinha morrido ou não e todos ficam ali pensando na impossível vitória. Alguns segundos depois o ambiente fica limpo e a visão causou terror nos olhos dos soldados. 

Diante de todos tinha uma caveira gigante um pouco transparente protegendo o rei, era uma caveira branca com os olhos turquesa que envolvia o Alec de cabeça aos pés, as balas  estavam todas caídas no chão e a caveira não aparentava ter nenhum arranhão. O que era aquela coisa afinal, como e quando surgiu?

- Que fofo! Bacar, eu amei a investida.- Alec disse correndo em direção ao coronel, para acabar com ele.