Capítulo 39

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As dez da manhã o presidente se encontrava numa conferência com os deputados e os ministros do país na assembleia. O local estava cheio de homens vestindo ternos e alguns com trajes tradicionais feitas com panos de pente. Muitos falavam assuntos relacionados com uma vida mais estável para a população e outros recalcavam sobre adoção de novas medidas para acabarem com crises nos setores de educação, de saúde e sobre tudo dívidas acumuladas com vários funcionários de vários setores que constituem um ministério, contudo, mesmo estando ali presente, a mente do presidente apenas enxergava a cabeça do Alec no chão, mesmo com vários problemas decorrendo no país, o seu foco era matar, matar e destruir. 

- Senhor presidente?- Um homem pra lá nos 50 e tal anos fala tirando o velho presidente nos seus pensamentos macabros e sujos.

- Sim!- Respondeu ele ajeitando a sua postura na poltrona.

- Queremos uma declaração oficial, emitido por si mesmo, para podermos dar continuidade, as reparações que iremos fazer em alguns edifícios abandonados e tentar resolver o fardo que as pessoas têm em procurar casas para morar.

- Tens dinheiro para fazer isso?- A pergunta dele surpreendeu a todos principalmente o homem que estava de pé falando com ele. Homens e mulheres ali presentes olhavam para o presidente com confusão na face, alguns murmuravam coisas umas para as outras.

- Como assim? Desculpe mas não compreendo senhor!-

- Eu perguntei se tens dinheiro para fazer as reparações?- De novo fala o presidente com a uma  expressão tão pacífica que chega a ser impressionante.

- Bem, é um assunto que envolve o estado e a população da Guiné, se me permite perguntar como isso tem a ver com o meu rendimento pessoal?- Fala o homem vestido por seu terno preto e gravata azul escuro quase preto.  No momento não se ouvia nem um piu, todos estavam atentos a ouvir a conversa do presi e do velho senhor de terno preto e óculos.

- Se não tens dinheiro para as reparações não me incomode, próximo assunto.- Presidente rebate calmo e frio.

- Desculpe pela ousadia, mas digo que o senhor não tem um pingo de consideração! O povo está sofrendo a três anos com crises, mas o senhor parece nunca se interessar, pois, sabes bem que de qualquer forma irás comer e beber onde e quando quiser, mora num palácio obviamente é difícil você saber o que é dormir na rua ou sob má condições, não sabes o quanto está sendo difícil para os funcionários públicos manterem a vida com tantas dívidas que o o senhor tem para com eles.- O tio de terno preto fala tudo o que há tanto tempo não podia e se sentiu liberto pois o comportamento do presidente estava a anos lhe sufocando, mas mesmo dizendo tudo para o presidente a cara dele de paisagem ficou lá olhando para o homem com desdém.

- Francamente!- O tio ultimou saindo da assembleia sem esperanças de mudanças, pois pela face do presidente ele não se interessava mesmo.

Mais tarde no mesmo dia foi anunciado na televisão que o deputado Fernando M'tchombé, o tio que estava farto do presidente, morreu num acidente de carro. 

Quem foi? Como isso aconteceu?

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Por outro lado o Alec e os demais chegaram o tão esperado terra dos papeis. O carro estacionado num planície dava para ver quase todo o Biombo. Delcia andava morta de cansada pendurada no seu marido, a Indira quase mancava por conta da dor dos seus sapatos apertados, a Larcia comia iogurte atrás do Alec e a Cilisa distraída tropeça numa pedra e quase come areia.

O Lugar era preenchida pela natureza, era tudo tão bonito e verde, a pequena estrada que dividia o mato em dois lados era de areia bem fina. Tinha diversas frutas que nasceram e enraizaram sem supervisão humana, flores com cheiro suave que balanceia a brisa e o frescor do local, era tudo tão calmo, nada a ver com a correria e barulho da cidade.

Boneca olhava para aquilo maravilhada, desde que nasceu nunca nem sequer pensou que fugiria para um lugar tão paradisíaco que nem aquele, se era aquele lugar o seu esconderijo ela não sairá dali nem arrastada. Por conta de tantas árvores grandes o sol passava fracamente pelas folhas verdes dando ao lugar um ar aconchegante e livre.

Lisa distraída quase babando pela natureza se sente esbarrando em alguma coisa e quando ela foi ver era o seu marido lhe encarando com um olhar divertido na cara.

- Que foi maluco?- Ela pergunta um pouco afastada do boy.

- Nada não, mas acontece que nós já chegamos e eu tive que voltar para te buscar antes que percas nesse lugar.- Argumentou o Alec.

- Que papo o quê de me perder, eu estava andando com a Larsss...- A boneca olha para os lados e viu que não tinha mais ninguém além dela e o marido.

- Quando é foi que me deixaram para trás?- 

- Estavas vidrada no céu que eventualmente começou a andar devagar.- Alec disse virando para continuarem a caminhada.

- Continuou a seguir em frente sem notar que demos uma ligeira curva, dessa vez de olho em mim.- Ele pede mas a Lisa nem deu ouvidos e continuou a olhar para a paisagem ao redor dela.

- Você nunca viajou para lugares assim?- Alec fala depois de segundos em silencio 

- Não!

- Hmmm, perdeu bastante coisa durante a tua adolescente?-Alec pergunta dando uma ligeira curva a esquerda e a Lisa o segue.

- Parece que sim. responde ela.

- Você devia ter vivido mais, sair conhecer pessoas e lugares; sabe ser você. - Comentou o rei abaixando para desviar de um galho.

- Eu não podia.- Lisa fala sentindo-se um pouco ofendida. Mas Alec é doido por acaso ? ele acha que ela não viveu, por culpa de quem? Ele sabe quantas pessoas desistiram de ser seus amigos por conta dela pertencer a ele? Ele sabe tudo o que foi proibida de fazer só porque é a prometida dele? Esse cara tem noção por acaso? Em vez de ficar aí a dizer coisas sem sentido, seria melhor ele fechar o cúzinho.

- Diz-me, nunca tiveste amigo?- Voltou o Alec a perguntar .

- Hey que tal falarmos de outras coisas é melhor.- Lisa reúne a sua pouca paciência e responde calmamente.

- Que foi? não quer revelar que tinhas namoradinhos.- Disse o rei brincando.

- Não é você que disse que sabia tudo sobre mim? Então não me pergunte mais essas merdas .- Lisa fala já irritada acelerando os passos, ela passou por marido que olha para a bunda dela cheio de boas intenções.

- Não fique bravinha chica, eu sei tudo o que você fez com aqueles idiotas.-

- Cale essa boca, se não eu arranco esse buraco sem fim.- Lisa alterou a voz virando para o rei com dedo apontado 

- Ta bem sua baixinha chata, não irei falar dos namoradinhos e nem do seu príncipe sapo da floresta. - rei insisti em irritar a Lisa que já soltava fumaças. 

- Lave a sua boca para falar de homem que eu amo, você nem em três gerações será igual a ele, seu demônio.

- Demônio que você vai amar.-

- Amar!?- Ela solta uma risada sem humor.- Nem se o inferno congelasse.

"Eu vou matar esse cara, alguém me segure" pensa a Lisa cerando os dentes.

- Você nunca irá encontrar um homem igual a mim boneca.-

- Não me chame de boneca parvo, o que te faz pensar isso que és um homem ainda mais um que é digno a mim? Você nunca, nunca irá saber como é o gosto do meu amor.

 Alec encosta a Lisa no tronco de uma árvore e se aproxima dela com um olhar carregado de desejo, ele prende as duas mãos dela atras do corpo da mesma e passa a língua nos lábios humedecendo-o. As suas duas mechas de franjas trançadas lhe caia lateralmente na face deixando-o mais lindo e sexy.

- Quer apostar?-Disse o rei cheirando o pescoço da boneca.



Boneca PretaOnde histórias criam vida. Descubra agora