Capítulo 27

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Dias presentes

Com a explosão arremessando cada um num canto diferente, o único que estava bem era o Saíde nesse caso por ser um espírito. Ele não era capaz de ser visto pelos outros, e também não podia tocar em ninguém sem que ele rompa a divisão tenue entre o mundo físico e o mundo espiritual, mas para isso acontecer, a pessoa tinha de nascer sendo do Gã dos espíritos ou o seu portador destinado.

Para outras entidades romper a divisão tenue entre a vida e a morte é uma tarefa que drena muita energia, mas para ele um espírito de caos e o próprio príncipe dos espíritos, não é algo difícil de se fazer, mesmo estando fraco.

- Que merda Alec, você tem que acordar, vá lá , não adianta ser o rei se não consegues nem proteger a sua gente. - Disse o Saíde dando tapinhas na cabeça no Alec, entretanto este em nenhum momento abriu os olhos ou se moveu. Saíde analisa o Alec e percebe que o mesmo estava sangrando ligeiramente no queixo e também tinha pedaços de vidro nas suas costas.

- Merda o que eu faço o que eu faço.- aflito ele tenta reerguer o portador e nada dele acordar.

No buraco enorme feito na parede passa os militares altamente armados, em frente se posiciona o Bacar o coronel do presidente. Ele mantinha um ar sombrio e febril na face, seus olhos pareciam de quem não estava dormindo muito bem há dias, estava um pouco pálido e o cheiro que vinha dele era mais que insuportável.

O Bacar andava com a sua caravana se aproximando cada vez mais do Alec não dando o tempo do Saíde acordar o amigo, o coronel abaixa ficando poucos centímetros do Alec e do Saíde mas sem a capacidade de vê-lo.

- Então era esse o merdinha suposto ser o aniquilador dos balefuls, aii iai, é mais para um sem noção rico e mimado.- ele levanta olhando para a Indira e duas moças caídas no chão. Mas diferente de outras a Larcia ainda estava consciente, ela levantou a cabeça tentando se recuperar o impacto da explosão arrastando levemente o seu corpo para perto da Lisa.

Olhando para amiga e a sua rainha deitada no chão a única coisa que lhe passava é que de uma maneira ou de outra ele tinha que protege-la.

- Olha!-disse o Bacar num tom debochado.- Temos uma testemunha.- Bacar avança para perto da Larcia agarrando a menina pelos cabelos.- Devia fingir de morta neném, agora você será a primeira a morrer.- Ele leva a mão até o alto e depois desce dando uma tapa forte na cara da Larcia que cuspiu o sangue de tanta dor que sentia, de novo faz o coronel faz a mesma coisa se divertindo imensamente olhando para a Larcia que não conseguia fazer nada, o canto do olho direito dela estava com sangue e ela mal conseguia respirar direito. Da sua cabeça escoria uma enorme quantidade de sangue que se ela continuar assim por muito tempo irá morrer, porém mesmo estando naquela situação o Bacar não se importou ele cada vez mais batia no rosto da general causando mais dano.

Saíde olhava para aquilo se enchendo de raiva ele, por um tempo esqueceu que tinha de acordar o Alec de repente os seus iris mudam de cor para o tom turquesa e o seu corpo se aquece. Um vento começou a circular violentamente no local onde nem se quer tinha arvores, a cada medida ele ia se aquecendo mais até no ponto que começou a sair fumaça pelo seu corpo pequeno e fraco, o vento aumentou significativamente trazendo uma discordem enorme, as rachaduras nas paredes, os movéis de casa aos poucos vão saindo do lugar, o ruido do vento massacrava os ouvidos dos homens que o Bacar trouxe juntamente com eles, a sensação daquele vento no corpo dos outros era de algo derretendo sob a pele deles, parecia que estava, dentro duma lava vulcânica de tão quente que estava o ambiente.

O Bacar vendo o que estava acontecendo sorriu sabendo que o Saíde era responsável por tudo, no entanto, a dúvida dele era como isso é possível se o Alec está desacordado no chão? O corpo do Saíde foi engolida pelas chamas turquesa e como a respostas os espiras no corpo da Cilisa começam a brilhar intensamente, causando indignação a Bacar. Já os seus homens gritavam de dor não aguentando mais o vendo furioso e o calor que descascava o corpo deles, eles sangravam pelo nariz e pelas orelhas e mais que tudo desejavam sair daquele lugar, mas o seu coronel, estava tão intrigado com o que o corpo da Cilisa estava fazendo que nem se importou com os seus colegas e nem a dor. Ele anda devagar sem desviar os olhos da mulher, quando chega perto dela se agacha e levemente toca os ombros da Lisa irritando ainda mais o Saide. Quando tudo parece que ia explodir simplesmente ele se fundi com o corpo do Alec e o rei abre os olhos revelando um azul turquesa, carregado de raiva e sedento por caos.

- Não toque, na minha esposa, seu filho da puta.-

Calmamente disse o Alec segurando a mão do Bacar firmemente.

- É você.- Bacar impressionado com tamanho poder, começa a rir assustadoramente. Alec arremessa violentamente o corpo dele contra a parede e este cai cuspindo sangue no chão do mosaico branco.

- O meu senhor tinha razão, seu poder não tem custo, é uma ameaça a minha espécie e você vai morrer hoje.- Bacar levanta do chão e se posiciona no modo combate, porém antes de ter a chance de atacar o rei este simplesmente deu as costas e desaparece com as três mulheres deitadas no chão, deixando o Bacar atordoado e enfurecido.

ALec não estava na posição de lutar, ele sentiu presença de mais de 20 homens vindo para a sua casa, acabar com o Bacar não seria difícil, mas nem ele e nem o Saíde estavam prontos para lutar, o melhor agora é achar um canto seguro para se recompor.

- Para onde ele foi, onde é que ele está!- Coronel gritava frustrado por ter perdido o seu alvo. Mais militares chegam dentro da casa e cada um tinha uma expressão diferente na face, os outros 7 primeiros que entraram com o Bacar estavam no chão gravemente ferido pelo caos.

Boneca PretaOnde histórias criam vida. Descubra agora