CAPÍTULO 31

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Daisy sentiu um cheiro estranho antes de abrir os olhos, ou melhor nenhum cheiro e isso era bem esquisito, então ela apurou os ouvidos tentando acalmar as batidas de seu coração, mas seus instintos gritavam que ela não estava na casa de Flora e ela acabou tocando o foda-se e abriu bem seus olhos.
Para se deparar com Kabir sentado no chão lendo um livro infantil e uma filhote a encarando.
"Desistiu de fingir?" A filhote disse. Daisy calculou que ela teria uns doze anos.
"Quem é você e onde estou? E por que Kabir está aqui?"
Daisy se levantou e se esticou ao perguntar, o gigante a olhou com um olhar bem frio e Daisy duvidou se seria mesmo Kabir.
"Dez." O gigante disse se levantando e apontando para seu peito amplo, Daisy teve de olhar para cima.
A filhote riu, riu muito, Daisy colocou um pé para trás a fim de firmar o corpo, pois algo dizia a ela que aquela filhote não era doce como as que ela conhecia.
"Até ela percebeu! Quando vai parar com essa mentira, Kabir?" Ela disse entre risadas.
Daisy olhou em volta, estava num quarto grande e bem iluminado por grandes janelas. A mobília era antiga, rebuscada, a cama tinha até dossel.
"Bonito, não é? Eu disse para Moses que você ia gostar." A filhote, disse o nome de Moses bem casualmente e quando Daisy arregalou os olhos ela riu de novo.
"Você achou mesmo que poderia vir para a Inglaterra e esfregar sua gravidez na cara dele sem custo algum? Você tem certeza de que é mesmo irmã de Simple?"
Daisy apertou os olhos e rosnou baixo, Kabir, ou Dez, rosnou e se postou a frente da filhote.
"Sempre disseram que você era fácil de provocar, mas menina! Chega a ser até sem graça. Vem, Kabir, vamos trazer comida para ela." A filhote disse saindo do quarto e deixando a porta a aberta.
Daisy saiu correndo disparada, abriu a porta da frente, deu de cara com um bonito jardim e correu com toda a sua velocidade.
Só para do nada estar no jardim novamente e dar de cara com a filhote que tinha se sentado nos degraus da imponente entrada e a esperava com um enorme sorriso debochado no rosto. O Quimera estava arrumando uma mesa em frente a uma fonte a direita no jardim, Daisy foi para lá.
"Todo mundo faz isso, é impressionante o quanto são idiotas! Acha mesmo que se você fosse capaz de fugir correndo, você estaria livre para correr? A tal Ann Sophie não te contou nada?"
Daisy não respondeu.
Ela inspirou e por baixo de toda aquela valeriana ela sentiu que a filhote era mesmo uma filhote e sim, ela devia ter uns doze anos no máximo. Se tivesse menos seria sinal de que ela era bem mais forte e maior que os normais. Como Harmony por exemplo.
"Você é primata?" Daisy perguntou, embora primatas não tivessem aquela postura arrogante, ou tanta malícia no olhar.
Ela apenas sorriu e não respondeu.
"Comida." O gigante disse com a cara fechada.
"Viu? Você não é Dez. Dez praticamente se comunica usando verbos! E ele rosnaria." A filhote disse.
"Que diferença faz se ele é Dez ou Kabir? Ninguém vai achar esse lugar." A voz do Clone do Mal soou às costas de Daisy, ela encheu um prato com frutas e começou a comer.
"Se ele é Kabir e Kabir estava com a mamãe..." Ele começou a rir, a filhote rosnou e seus olhos ficaram azuis. Moses parou de sorrir e a encarou.
"Você ainda tenta? Acha mesmo que o implante que colocamos em você vai falhar? E se eu não sou quem digo que sou e se ele não é Dez, como eu saberia disso?" Ele disse com voz aveludada, a filhote chiou. Ela não tinha olhos de gato, mas o som foi igual ao que as felinas faziam.
"Ok. Dez, enforque Aruna. Até eu mandar parar." Ele disse passando geleia numa torrada. Aruna? Aquela filhote era Aruna? Daisy nem teve tempo de se surpreender, o Quimera não levou nem um segundo para pegar a filhote pelo pescoço e suspender. Ela ficou esperneando, mas o Quimera media dois metros e quinze centímetros, com o braço esticado devia chegar a três metros do chão.
Moses comeu a torrada e suspirou, Daisy olhava aquilo tudo com os olhos bem abertos. Quimeras não eram imbatíveis, um chute bem dado nas bolas dele talvez ajudasse.
Moses começou a rir, ela o olhou com ódio. A filhote agora segurava o ar e tinha relaxado o corpo. Era uma boa técnica, Daisy pensou.
"Acho que a ficha ainda não caiu para você, como os humanos dizem." Daisy se levantou, o rosto de Aruna estava ficando azul.
"Largue ela." O Quimera olhou para Moses, Moses fez que não com a cabeça.
"Dez, ela vai morrer. Por favor!" Daisy implorou, pois Moses estava se referindo ao fato de que mesmo sendo muito forte e treinada, entrar numa briga com um Quimera estando grávida era uma irresponsabilidade.
"Solte." Moses disse, Dez soltou Aruna, ela caiu como uma boneca de pano no chão, Moses se levantou e se agachou ao lado da filhote que tossia dolorosamente.
"Você não tem valor nenhum a não ser que eles te querem e não queremos te libertar. Meu senhor gosta da sua língua atrevida, eu não." Ele disse e voltou à mesa, Daisy se aproximou de Aruna, a filhote se encolheu evitando o toque de Daisy.
"Prove da carne, Daisy. Está deliciosa." Moses disse cortando vários pedaços de carne e colocando no prato de Daisy.
"Dez, vá ficar de guarda." Ele comandou, o Quimera, que Daisy nunca pensaria que era Kabir, saiu andando de forma indolente, como se não tivesse acabado de quase matar uma filhote.
"Aruna, vá limpar e arrumar o quarto de Daisy." Moses disse, Aruna se levantou e correu. Daisy voltou a se sentar e estava comendo a carne deliciosa quando o primeiro barulho chegou aos ouvidos dela. Um vaso de cristal se espatifou na fonte, Moses colocou a mão perto do rosto de Daisy e sua mão foi atingida por um caco de vidro. Ele sorriu enquanto retirava o pedaço de vidro da pele e apertava o corte com um guardanapo.
O barulho de quebradeira continuou, Moses voltou a comer, Daisy se virou na direção da janela de seu quarto e seu queixo caiu. Aruna quebrava toda a cama, aquela preciosidade de época. Depois ela começou a fazer o colchão em tiras. Daí ela colocou fogo no quarto.
Moses continuou comendo e colocando coisas no prato de Daisy.
"Você gostou da decoração? Se sim, pode mudar a decoração de seu novo quarto." Ele disse, limpou a boca, se levantou, fez uma mesura para Daisy e se afastou.
Daisy não conseguiu evitar olhar para as costas musculosas. Seu cabelo estava na altura do queixo, ele usava um corte humano. Moses vestia uma calça social cinza clara e uma camisa branca com as mangas dobradas na altura dos cotovelos. Estava com sapatos despojados, mocassins, era o nome, ninguém da família do Tio V gostava de sapatos, ele parecia nunca ter andado descalço. Elegante, forte e bonito, bem diferente do estilo sem graça de Noah, que parecia que só tinha moletons em seu armário, do austero de Adam, que estava sempre de jeans e camiseta pretos, ou do estilo militar que Rom sempre usava. Daisy não viu um amassado na roupa dele, as calças tinham as dobras todas perfeitas.
Aruna veio se sentar a mesa e comeu todo o resto da comida.
"Eu te procurei durante muito tempo, sabia?" Daisy disse, Aruna fingiu que não escutou.
"E eu sei que você conhece Kabir desde seu nascimento, mas se fosse mesmo ele, seria sinal de que irão nos resgatar, você pensou nisso? Não devia falar que ele é Kabir. Isso estragaria tudo." Daisy disse, a filhote continuou ignorando-a. Era uma esperança boba, afinal como Kabir estaria ali? Mas era uma esperança apesar de tudo.
"Você não entendeu nada. Merece estar aqui." Aruna disse.
"Eu devia estar quebrando tudo então?" Daisy perguntou. Não foi possível evitar se lembrar que Moses se passou por Rom para supostamente fazê-la parar de quebrar as coisas na última vez que ela foi sequestrada.
"Não. Quebrar tudo é uma rebeldia minha, encontre uma para você." Ela disse.
"Você não tem vontade de ir para a Reserva?" Daisy perguntou, pois ela parecia poderosa de algum jeito.
"Você acha que eu estou aqui por vontade própria? O que Moses viu em você?" Daisy teve de sorrir.
"Você parece muito a vontade aqui. Isso é estranho. E ficar dizendo que Dez é Kabir, bom..."
"Você não pode ser irmã de Simple, mas não pode mesmo." Aruna disse.
Um cachorro enorme e peludo apareceu correndo, Aruna saltou da cadeira e começou a brincar com o cachorro, ele a mordia, ela também. Daisy suspirou, já estava caída de amores por aquela pestinha. Ela era só uma filhote, Daisy nunca levaria os insultos dela a sério.
O dia passou lentamente, Daisy foi levada por outra Nova Espécie, essa nitidamente uma fêmea presente canina, para outro quarto, a fêmea a sugeriu que se deitasse, Daisy se deitou. Antes da fêmea sair e Daisy se render ao sono, Daisy tentou falar com ela, perguntar seu nome e o que ela fazia ali, mas a fêmea apenas sorriu e disse a hora em que o almoço seria servido.
À noite, a mesma fêmea apareceu no quarto para ajudar Daisy a se vestir e como ela só usava um pijama confortável, Daisy quase se recusou, mas ela estava louca por um banho, então achou melhor seguir o baile.
Ela não era submissa, mas não era burra, Daisy sabia que o tempo era seu inimigo, uma vez que o avançar da gravidez iria enfraquecê-la, e não, ela não esperaria ser resgatada, ela abriria caminho. Para isso precisava saber bem onde estava, as defesas do lugar, quantas pessoas moravam ali.
A fêmea a ajudou a vestir um lindo vestido drapeado que tinha as costas nuas, o vestido era azul claro, o contraste com os cabelos de Daisy foi impressionante. A fêmea penteou os cabelos dela com uma chapinha até ficarem lisos e daí, ela modelou cachos nas pontas, passou um batom rosa nos lábios de Daisy e lhe ajudou a calçar sandálias prateadas. Seria uma festa?
Daisy foi guiada pela casa até uma linda sala de jantar onde uma Aruna toda arrumada já estava sentada à mesa. Os cabelos dela, antes curtos e arrepiados, estavam arrumados num lindo rabo de cavalo bem alto. Como seus cabelos eram negros, a extensão não parecia ser uma extensão e sim o cabelo natural dela. O penteado reforçou os olhos amendoados e puxados dela e os lábios cheios. Ela usava um vestido de um ombro só e mesmo estando sentada, Daisy pode perceber que era um vestido bem curto e justo.
Aruna estava vestida como um menino de manhã, ela usava um short daqueles de jogador de basquete e uma camiseta larga, Daisy não percebeu seus atributos femininos, mas aquela roupa a deixava muito atraente.
Um humano bem idoso estava a cabeceira da mesa, Moses estava a sua direita. O lugar a frente dele, a esquerda do humano idoso estava vago e a fêmea o indicou para Daisy.
"Agora sim, eu posso morrer em paz." O humano disse sorrindo para Daisy, Daisy não esboçou nenhuma reação.
"Só irá morrer quando for a hora, pai, e essa hora ainda não chegou." Moses disse com um sorriso, o humano sorriu de volta.
"Eu sei, eu sei, meu filho. Você precisa de mim vivo, e tudo bem, morrer pode não ser a viagem confortável que eu espero que seja. Mas..."
"Temos um acordo. Eu o cumprirei, pai."
O humano sorriu, Daisy sentiu que aquela promessa não era de amor incondicional entre pai e filho, mas sim uma onde muitos morreriam para que o humano velho ficasse satisfeito. Ela olhou para a a bonita porcelana.
Outra fêmea entrou e essa fez o queixo de Daisy cair, era uma fêmea idêntica a Bronzy e as gêmeas! Os olhos eram azuis, mas tirando isso ela poderia ser facilmente confundida com Mild ou... Daisy sorriu. Não poderia ser confundida com Sweet, Sweet era uma ferinha.
"Pensando nas gêmeas de Sophia? Ouvi dizer que são muito selvagens, é verdade?" O humano perguntou, Daisy assentiu.
"Elas podem tocar nas pessoas?" A fêmea perguntou, Aruna bufou, o humano riu.
Daisy a encarou, ela devia ter uns cinco anos mais ou menos. Vestia um vestido cheio de babados, parecia uma linda boneca de porcelana escura. Os cachos estavam presos no alto da cabeça e mesmo assim caíam por seu rosto, ombros e costas.
"Sim, não são venenosas. Quer dizer, elas tem veneno, mas não é letal. Mas sua mordida é extremamente dolorosa."
"É, a minha também. Nossas presas são mais estreitas e sempre injetamos veneno, seja letal ou não. Esse veneno age entre as terminações nervosas e a resposta desses nervos provoca uma intensa dor." Ela disse. Sua voz era desapaixonada, indiferente. Lembrava um pouquinho o tom que Charity usava, mas Charity era boa, ela só era bem direta. Aquela filhotinha ali era fria e distante.
O humano bateu palmas, o rosto da filhotinha não expressou nenhuma emoção.
Dez entrou na sala, se sentou ao lado de Aruna em silêncio, o humano assentiu para a mesma fêmea que ajudou Daisy, ela começou a servir o jantar.
"Então você me deixou alguns milhares de dólares mais pobre, querida." O humano disse para Aruna, Aruna só torceu os lábios.
"Sabe que toda ação tem uma reação não sabe?" Ele continuou falando cortando a carne. Seu tom era amistoso, carinhoso.
"Vai matar meu mascote? Sério?" Aruna disse com uma cara entediada, o humano riu.
"Você nunca decepciona. Não, claro que não. Eu gosto de Bubbles." Ele disse, encheu a boca com carne e mastigou com uma cara totalmente satisfeita.
Daisy sentiu a fêmea ofídica apertar os olhos, Moses sorriu para ela.
"Não. Não, vovô, por favor!" Ela implorou, Daisy se sentiu enjoada. Torturar filhotinhas era tão nojento que ela sentiu o conteúdo de seu estômago prestes a sair por sua boca.
O humano idoso, fez uma cara de tristeza, mas assentiu e logo uma outra Nova Espécie, essa totalmente esquisita entrou na sala segurando gato muito gordo e peludo.
"Por favor!" A filhotinha disse se levantando da cadeira e juntando as mãos.
"Basta que Aruna peça desculpas. Só isso e seu gatinho volta para a casinha dele." O humano disse.
"Diga!" A fêmea cravou os olhos azuis em Aruna, Aruna sorriu.
"Não sei... O que eu ganho com isso?" Aruna perguntou, o humano começou a rir.
"Essa menina!" Ele disse entre as risadas.
Daisy, farta daquele horror todo, se levantou.
"Faça qualquer coisa com esse gato e você terá um sorriso novo." Ela disse diretamente para a fêmea que segurava o gato. Ela tinha a pele muito branca, olhos verdes claros e cabelos coloridos.
A fêmea continuou olhando para frente, mas inclinou a cabeça para o lado e sorriu. Daisy se sentiu uma idiota quando ficou sabendo da história dela com Brave e teve pena dela.
"Não vai pedir desculpas, Aruna?" Ela perguntou ignorando Daisy. Daisy deu um passo na direção dela, Moses ergueu uma sobrancelha.
"É só um gato. Acha que vale a sua vida e, mais importante ainda, acha que vale a vida de sua filha?" Ele disse, o idoso assentiu e cravou seus olhos escuros em Daisy. Ele claramente era árabe.
Essa impotência estava matando mais Daisy que qualquer surra que a fêmea ofídica poderia lhe dar, mas sim, sua filhinha tinha de ser protegida. Nem em seus piores sonhos Daisy se imaginou numa situação onde estivesse de mãos atadas dessa forma, era uma tortura.
"Aruna?" O humano disse em tom de pergunta, Aruna encheu a boca de comida e a mastigou lentamente saboreando não só a comida, mas também a atenção que lhe dedicavam.
"Vocês deviam ser amigas. Deviam se tratar como irmãs, deviam tentar fugir daqui, não serem inimigas." Daisy disse olhando para Aruna e para a ofídica que ela ainda não sabia o nome.
"Fugir? Por que faríamos isso?" A filhotinha perguntou para Daisy, mas como não esperava resposta, se virou para Aruna:
"Peça desculpas ou vai sofrer. Muito." Ela disse e sibilou, o humano sorriu satisfeito, o coração de Daisy sofreu ao ver o quanto aquelas filhotinhas estavam sendo manipuladas.
Aruna sorriu, a tal Thea cravou as garras no corpo gordo do gato, ele soltou um miado estrangulado e morreu. Thea o jogou no chão, a fêmea que serviu o jantar correu para levar o corpo do gato dali.
A netinha de Sophia olhou para Aruna e sorriu com maldade, Aruna sorriu de volta.
"Você irá dormir alguma hora. E quando dormir..." A filhotinha aumentou o sorriso mostrando suas presas de serpente para Aruna, Daisy se lembrou dos pesadelos que Ann disse ter tido decorrentes da mordida de Paul. Seria isso que a filhotinha estava querendo dizer? Aruna sorriu mostrando as presas dela, grandes e robustas presas. Um fio de sangue brotou de um olho dela, Daisy sentiu um arrepio.
"O braço esquerdo ou..."
"Parem! Parem com isso! Não vêem que estão servindo de diversão para eles? Como podem não perceber isso?" Daisy disse, ela se levantou e ia sair daquela sala, daquele jantar tenebroso.
"Sente-se. Elas se divertem mais com isso do que nós, eu te asseguro, minha jovem. Safira era a minha filhotinha única, a jóia dessa casa, mas quando Aruna chegou tudo mudou. É apenas ciúmes de mim." O humano disse, Aruna sorriu, dessa vez de forma calorosa.
"É mesmo. Eu não tenho culpa de ser mais bonita, mais forte e mais esperta que ela."
"Exatamente, ainda que Safira seja linda também." O humano disse com doçura, Safira sorriu.
Moses suspirou e ergueu a voz.
"Da próxima vez jantaremos em nosso quarto, Daisy, eu acho que você não está acostumada com nossa família ainda." Ele disse, o humano riu.
"Querendo ela só pra você, não é? Ah, seu garanhão!" Ele disse rindo, Thea torceu a boca. Ela era muito parecida com Matt se se olhasse bem.
O jantar transcorreu sem mais incidentes, Daisy comeu contando cada segundo que passou naquela sala e quando o humano deu o jantar por terminado, ela suspirou.
Daisy voltou para o quarto de antes, a fêmea canina a ajudou a tirar o vestido e a vestir uma camisola. Era uma camisola rosa de seda e renda, Daisy não se importou muito, ela estava cansada, esgotada.
A porta do quarto se abriu quando a canina estava retirando a colcha e as almofadas da cama.
"Eu faço o resto, pode ir." A canina acenou com a cabeça e saiu do quarto, Daisy juntou suas forças para rosnar para Moses, ele sorriu.
"Você não está aqui como sequestrada, D. Está aqui como minha esposa. Eu até fiz a gentileza de te dar um quarto separado para se adaptar a mim, mas o quarto foi destruído, então..."

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