CAPÍTULO 32

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Dezesseis entrou no quarto a exatos três minutos para as vinte e duas horas, no exato momento em que Candid adormeceu e Simple abriu os olhos. Ele tentou saltar da cama, mas estava preso, então olhou em volta, viu as algemas e depois viu Dezesseis.
"Oi." Ele disse com um sorriso travesso, Dezesseis sorriu de volta.
"Não me diga que vão me mandar para Fuller de novo." Ele disse quebrando a barra de ferro da cama hospitalar e depois quebrando a algema.
"Não. Isso foi por causa dos seus ataques epiléticos." Dezesseis disse o que todos na reserva estavam falando, ela achava que não havia como protelar aquela informação.
Simple balançou a cabeça e olhou para Candid adormecido na cadeira.
"Cam fica acordado direto por cinco dias. Estou aqui há cinco dias?" Ele perguntou.
"Seis. Eu acho."
Ele suspirou.
"E Flora?"
Dezesseis baixou os olhos.
"Em coma. Ela e Brian." Ele ergueu as sobrancelhas ruivas, Dezesseis adorava as sobrancelhas deles. Eram bem feitas, nem muito grossas, nem finas demais e arqueadas.
"Faz sentido." Simple disse.
"Você é o primeiro a dizer isso, ninguém está entendendo nada, nem meu avô. Seu pai está uma pilha de nervos, seu irmão está com a cara mais fechada que de costume."
"Ela descobriu sobre Caim, mas como estão vinculados, ela não é capaz de matá-lo, não é capaz de resistir a ele. Então estão em coma." A última parte foi dita num sussurro, Dezesseis achou que ele acordou com a mente bem confusa para dizer algo daquele tipo.
"Você fala como se a mente de Flora..."
"Fosse uma entidade à parte? É, é mais ou menos isso."
Simple se levantou, pegou Candid e o deitou na cama, Candid balbuciou que ia quebrar a cara de Simple e abraçou o travesseiro. Simple afastou os cabelos dele para trás e cheirou o rosto de Candid com força.
"Obrigado por ficar acordado tanto tempo, seu idiota." Simple disse, beijou o rosto de Candid e saiu puxando a mão de Dezesseis.
"O quê?"
"Não quero ir sozinho, posso..." Ele disse, Dezesseis entendeu que ele poderia ter um ataque.
Eles correram até a cabana dele, Simple abriu uma porta em uma estante e foi tirando cadernos velhos de lá.
"Procure o texto com o título Flora. Ele disse tirando cadernos e mais cadernos da estante.
Dezesseis pegou um caderno aleatório, ele o tomou dela.
"Só os que tiverem o cheiro de Cam." Ele disse formando pilhas, mas para Dezesseis o cheiro dos cadernos era o mesmo.
"Desculpa. Esses aqui." Ele disse apontando para uma pilha.
Dezesseis começou a folhear os cadernos, a letra era bonita e clara, mas havia tanta coisa engraçada escrita ali e logo ela estava rindo. Simple, que passava as páginas bem rapidamente a olhou surpreso.
"Leaf tem medo de comer peixe e engasgar com um espinho? Oaks gosta de carne de..." Dezesseis olhou para Simple com um sorriso, ele fez que sim.
"Meu Deus! Os pobres porquinhos de Livie!"
"Os filhotinhos também os roubam, mas Oaks, bom..." Ele disse.
"Por acaso isso é..."
"Material de extorsão? Exatamente."
"Mas Livie não tinha porquinhos da índia nessa época."
"O que era pior, Oaks saía da Reserva atrás deles."
"Continue procurando, Cam não listava os assuntos num mesmo caderno. Temos de ler tudo até acharmos." Ele disse.
"Você não está lendo, está só folheando."
"Estou lendo, anda, me ajuda."
Dezesseis continuou procurando até que numa página onde Candid falava sobre as horas que os oficiais tiravam seu cochilo entre os plantões, ela nem imaginava o porquê daquela informação, e lá estava o nome de Flora e um texto cheio de fórmulas.
"Aqui." Ela deu o caderno para Simple, ele o separou e se concentrou em arrumar os outros cadernos. Ele os colocou na estante e depois disso, pegou o caderno e se sentou no sofá.
"Pode aquecer carne para mim? Por favor?" Simple perguntou sem tirar os olhos do caderno.
Dezesseis assou carne e ainda cozinhou um caldo enquanto ele comia os bifes.
"Essas fórmulas, bom, você disse que eram pequenos quando escreveram nesses cadernos." Ela o encarou.
"Não são fórmulas, é um código."
"O que diz, pode me dizer?" Dezesseis perguntou.
"Claro." Ele disse, mas encheu a boca com o caldo que Dezesseis tinha acabado de colocar na mesa. Ela também comeu, Simple continuava lendo o código e por algumas vezes ele riu, outras ele xingou.
"Ok. Segundo Candid, Flora tem um dom sensorial capaz de..." Ele ficou muito sério, depois praguejou. Dezesseis notou que ele estava nervoso, muito diferente de seu jeito de sempre.
"Filho da puta!" Ele disse e se levantou.
"O que Candid escreveu para te deixar tão bravo?" Ela perguntou, Simple tremia.
"Cam copiou isso. De Gabriel."
Ele bateu com o punho na mesa e a mesa rachou, Dezesseis se assustou, mas não demonstrou.
Simple abriu uma gaveta, tirou um celular de lá, discou e colocou o aparelho sobre a mesa rachada.
"Alô? Aqui é Gabriel. Quem..."
"Flora. Fale tudo, não esconda nada, ou por mais que eu ame Creek..."
"Não me superestime, Leãozinho. Assim como você já errou muito quando formulou teorias, eu devo te afirmar que eu também. Se você está me..."
"Eu não quero justificações, Gabriel." Simple disse, Dezesseis viu que as mãos dele tremiam, então as segurou. Simple lhe sorriu com os lábios trancados, se sentou numa cadeira e puxou Dezesseis para seu colo.
"É apenas uma teoria, Simple! Não deveria nem ter sido transcrita. Eu nem me lembro direito de..." Simple rosnou, Dezesseis não sabia o que fazer. Ele cheirou uma das mãos dela e ela entendeu que ele estava sentindo algum tipo de mau estar.
"Ok, ok, estou indo aí."
"Não. Se quisesse olhar na sua cara, eu teria ido aí. Fale." Simple disse, sua voz pareceu mais calma. Ele escondeu o rosto no pescoço de Dezesseis, ela o abraçou.
"Sim, eu te entendo. E lamento. Não há provas dessa teoria, Simple, mas todo mundo sabe que Halfpint me pediu drogas de aprimoramento, eu lhe ministrei algumas fórmulas e graças a essas fórmulas, ela supostamente engravidou. Mas quando Vengeance se ofereceu em troca de um tratamento para Halfpint, eu aceitei sem saber como iria evitar que o bebê morresse, pois eu não sabia o que eu tinha feito. O que você tem aí deve ser umas anotações de quando eu balanceei as drogas para Halfpint. A verdade é que todas as misturas que eu fiz foram inúteis, mas ela começou a ganhar massa muscular e a ter mais força para correr e saltar. Só podia ser um efeito placebo. Da mesma forma que a medicação que eu enviei era basicamente uma forma de fortalecer o corpo dela para suportar o parto. "
Dezesseis ouviu tudo, mas só conseguia pensar no sorriso caloroso de Halfpint.
"Ela quis ficar forte e ficou, quis engravidar e engravidou." Simple disse.
"E fez Creek engravidar, não se esqueça da trapaça de Candid." Dezesseis riu dessa vez.
Simple se levantou e a levou junto, Dezesseis baixou os olhos com vergonha, Simple lhe beijou o topo da cabeça e a colocou sobre seus pés.
"Digamos que Flora seja uma versão melhorada de Halfpint e..."
"Ela é exatamente isso, Simple. Halfpint nasceu presa e viveu uma vida de abusos, Flora cresceu rodeada de amor e estímulos. Desde muito cedo ela desenvolveu suas habilidades e ainda que sempre pareceu ser algo ligado às emoções e nos concentramos nisso, não podemos esquecer que emoções não passam de combinações de substâncias."
Dezesseis estava achando aquela conversa um tanto quanto fria. Emoções eram o que dava sentido à vida, eram a essência da vida para ela.
"Certo, obrigado." Simple disse e desligou.
Ele começou a andar de um lado a outro, Dezesseis, o sentia nervoso e não só isso, ela sentia que ele sofria.
Honest abriu a porta, Dezesseis se assustou, ele foi até Simple e lhe deu um tapa em cheio no rosto.
"O que está fazendo aqui, idiota?" Ele perguntou, Simple abriu a boca para responder, Honest o abraçou apertado.
"Você tem de ficar no hospital. Isso é uma ordem, porra!" Ele disse quando soltou Simple.
"Olha, Hon." Simple pegou o caderno e entregou para Honest, Honest passou os olhos pela folha, mas suspirou.
"Você não sabe o que aconteceu, Sim. Precisamos fazer exames e..."
"Dá pra parar de ser um chato e ler?" Simple perguntou, Honest franziu o nariz e concentrou seus olhos na folha por um momento.
"Gabriel?"
"Sim. Está em código, mas..."
"O código dele é como o alfabeto pra... Halfpint? De onde Cam copiou isso?" Honest disse e se sentou.
"Entendeu? Nunca foi sobre emoções e sentimentos. É pura atividade neuronal, isso muda tudo, Hon!" Simple disse agitado, Honest se levantou, foi até ele e o fez se sentar.
"Calma. Você não está no seu normal, temos de voltar ao hospital."
"Hon!"
"Não. Me ouça. Olha pra mim, Sim. Eu entendi, você descobriu uma informação importante sobre Flora, ok, tudo bem. Mas há outras coisas acontecendo e..."
"Que coisas? Mais importantes que o que eu acabei de descobrir? Mais importantes que a minha própria vida? Eu estou te dizendo que..."
"Daisy sumiu." Honest disse.
"Não. Isso é impossível. Daisy e todos naquele território dormiam e..."
"Ela saiu por conta própria. As filmagens a mostram pegando um dos carros de Brian. Ela dirigiu até a cidade, de lá saiu do carro e entrou...
"Na lanchonete." Simple disse.
"Sim e o rastro acaba aí."
Simple rosnou e puxou os cabelos, Honest o levantou e o abraçou.
"Vamos voltar para o hospital."
"Onde Flora e Brian estão?"
"Forbes os levou. Joe e Elize foram junto, estão num hospital particular, Joe está monitorando tudo, Bill foi pra lá."
"Eu..."
"Você não está em condições de fazer nada. Não vai sair daqui." Honest disse.
"Hon, por favor..." Dezesseis os ouvia, algo, porém a fez se afastar no momento em que Honest bateu a cabeça de Simple na pedra da bancada que dividia a sala da cozinha. Simple rosnou, mas Honest lhe deu uma voadora com a perna esquerda, outra com a perna direita, Dezesseis ficou imóvel com a violência dos golpes na cabeça de Simple. Como ele resistiu, Honest lhe aplicou uma sucessão de socos na cabeça até que Simple desmaiou.
"Isso não piora a situação dele?" Dezesseis perguntou, Honest lhe deu um sorriso cansado.
"Sim, piora. Mas entre ele pior no hospital ou correndo por aí tendo ataques epiléticos, é melhor ele lá." Honest jogou Simple no ombro e saiu sem dizer nada, Dezesseis acabou por seguí-lo.
No hospital, Hon jogou Candid no chão, Candid só o chamou de pau no cu e se ajeitou no chão mesmo, Honest jogou um travesseiro no chão, Dezesseis ajeitou a cabeça dele e riu quando ele agradeceu. Honest tirou a roupa hospitalar que Simple vestia e fez sinal para Dezesseis trazer água e sabão. Ela fez isso, Honest deu um banho de leito em Simple passando o pano com carinho no rosto e pescoço dele, Dezesseis virou o rosto quando ele tirou o resto da roupa e lavou todo o corpo musculoso de seu irmão. Honest ligou um acesso no braço de Simple, o deitou de costas e pediu ajuda para Dezesseis enquanto segurava o pênis de Simple. O rosto dela queimou quando teve de jogar soro na glande enquanto Honest enfiava uma sonda nele. Honest colocou uma fralda em Simple e o ajeitou na cama.
"Sedando ele de novo? Na evolução estava que ele iria acordar." Forest disse entrando no quarto e examinando os olhos de Simple.
"Que inchaço é esse aqui?" Forest perguntou examinando a cabeça de Simple, Honest não respondeu.
"Temos de fazer uma ressonância e uma tomografia. Quando o idiota aí acordar mande ele ministrar..." Honest foi dando ordens técnicas, Forest assentiu.
"Vem." Honest disse pegando na mão dela.
Eles andaram por um bom tempo em silêncio e Dezesseis sentiu um conforto e uma tranquilidade que fazia muito tempo que não sentia.
Seu mundo de vidência era muito diferente dos outros videntes da família dela, Dezesseis tinha poucas visões, mas estava sempre sentindo sensações desconhecidas, sem contexto.
E andando ao lado de Honest em silêncio, ela foi transportada para a ilha onde cresceu. Era uma tarde, ela e Dezessete brincavam de fazer tortas de lama. O pai dela veio chamá-los e acabou sendo o juiz do concurso. Ele teve até mesmo de comer um pedacinho de lama de cada torta e ao fazer aquilo, o coração dela se encheu de carinho por seu pai. Naquele dia, Dezesseis entendeu o tamanho de seu amor por seu pai. E a noite ela dormiu sorrindo, em paz, tranquila e agradecida por sua família.
Era esse sentimento que a tomava agora, mas como suas visões careciam de contexto, poderia ser algo do passado ou uma sensação futura. Esse era o fardo dela.
"Dezesseis?" Ela ouviu Honest chamá-la e o encarou, ele sorriu.
"Desculpe por isso, mas eu preciso que você me conte tudo o que Simple disse e fez." Ele disse.
"Te desculpar?" Ela perguntou confusa, olhou em volta e viu que estava na porta da casa dos pais dele. Pelo som da bagunça, lá dentro devia estar cheio de filhotes.
Honest abriu a porta e se jogou em cima dela desviando-a de uma flecha que acertou a madeira do batente.
"Amigos colonizadores! Prendam todos esses selvagens!" O Tio Valiant disse, ele estava amarrado ao corrimão da escada e a filhotinha de Honest o segurava pelos cabelos.
"Essa terra é nossa! Voltem para seus navios!" Netinho disse. Ele tinha Isis colada às costas dele e um arco nas mãos. Aisha, Antony, Aquiles, os filhotinhos de Brass e os de John eram a tribo.
"Eu só vim buscar Orchid. Eu a levo e podem continuar." Honest disse.
Orchid rosnou e agarrou os cabelos de Valiant com mais força, Honest foi até ele, mas ela não soltou. Aisha e Hold encurralaram Dezesseis, ela ergueu os braços entrando na brincadeira.
"Vamos ver o seu padrinho, querida?" Honest disse tentando soltar os dedinhos de Orchid do cabelo do Tio Valiant, ela rosnou e o mordeu.
"Pode Deixar ela comigo, quem manda eu ser o melhor avô do mundo, não é mesmo? Salvem suas vidas amigos colonizadores, eu me sacrifico!" Valiant disse, Honest e Dezesseis saíram para o jardim. Dezesseis achou muito estranho os filhotes estarem ali naquela hora tardia.
De lá eles correram até a cabana de Simple.
"Não era para estarem dormindo?" Ela perguntou.
"É a festa do pijama dos filhotinhos. Papai e Tio V estão numa disputa de quem é o melhor avô, você não sabia?"
"Ah, meu Deus, é mesmo! Semana passada foi lá em casa, Aisha quase se afogou na piscina!"
"É. Você correu de sua casa, não é?" Honest disse com um sorriso, ela sorriu de volta.
"Eu dormi na Rebecca. Vovó dormiu na casa de Peter, Noah..."
"É." Honest a cortou. Noah tinha viajado sem falar para ninguém.
"Ok. Você foi fazer o quê no quarto de Simple?" Honest perguntou.
"Eu tive uma visão. Eu e ele correndo. Eu fui no quarto dele, Cam estava dormindo e ele acordando. Daí corremos para cá."
Honest acenou e pegou o caderno.
"Estava aqui esse tempo todo." Ele disse.
"O que ele descobriu? Pode me explicar?"
"Basicamente que Flora estabelece conexões profundas com as pessoas. Algo muito além de simplesmente manipular suas emoções. Ela age no subconsciente de uma forma desconhecida, mas é possível afirmar que ela, como Ananyia, 'muda os neurônios', dizendo de uma forma que você entenda."
"Mas por que Simple ficou tão agitado?"
"Por que isso significa que Flora pode não estar vinculada, ou que... Bom, no caso dele matar Brian, ela poderia depois de alguns anos perdoá-lo ou talvez até se render ao amor dele."
"Eu não acredito nisso." Dezesseis olhou para Honest e não viu emoção alguma nos olhos dele.
"Eu sei, você é pura, não tem como entender o estrago que um vínculo unilateral pode causar. E também deve pensar que no caso de Simple matar Brian, Flora o odiaria, mas não somos humanos, Dezesseis. Nossas leis podem ser baseadas nas deles, mas na natureza, é perfeitamente aceitável um leão matar outro e ficar com as leoas do leão morto. Talvez seja a única forma de lidar com a tragédia de um vínculo unilateral."
"Não, não pode ser. Não somos animais, Honest! O Vínculo é..."
Ele riu uma risada amarga, cheia de angústia e dor, o coração dela apertou.
"O Vínculo como tudo na vida não é justo, querida. Nossos pais cresceram no inferno e quando o dia da liberdade raiou, pensaram que tudo ficariam bem, que seriam felizes para sempre, mas a Zona Selvagem está cheia de machos que nunca irão sequer viver uma história de amor, Dezesseis. E todos os outros que morreram de loucura? E Silent que viveu décadas em pura solidão? O Vínculo não é nossa benção máxima, a vida é que é. Sómos um milagre da genética e nem sabemos quanto tempo iremos viver, temos saúde, força, agilidade, sentidos sobre humanos e ainda temos a pachorra de acreditar que sempre iremos nos vincular e viveremos felizes para sempre! Não acha que queremos demais?"
Dezesseis o encarou e a frieza nos olhos dourados, sempre tão quentes a fez querer se afastar.
"Não, eu não acho. O que aconteceu com Simple foi uma fatalidade e eu me recuso a acreditar que pode acontecer com outras pessoas, que pode acontecer comigo. O Vínculo é nossa benção especial, é nosso presente dos céus e eu vou morrer esperando o meu." Ela disse.
"Bom, essa é uma escolha sua. Só posso te desejar boa sorte." Ele disse.
"Eu..." Dezesseis se encaminhou para a porta, mas Honest do nada estava entre ela e a porta.
"Simple está sedado e em segurança. Amanhã, eu e Cam iremos atrás de Daisy, então..."
Dezesseis deu um passo para trás, os olhos dele do nada acenderam e a queimaram.
"Você ainda é virgem, não é?" Honest perguntou.
"Sim. E não estou interessada." Dezesseis quase mordeu a língua, mas conseguiu dizer.
Honest abriu a porta e assentiu.
"Se algum dia você mudar de opinião..." Ele disse segurando a porta, Dezesseis passou por ele, ele lhe tocou os cabelos.
Ela correu sem rumo, sem acreditar que ele tinha falado aquilo. Morgana tinha acabado de ser sepultada!
Ela parou e enquanto tentava respirar normalmente ela sentiu toda a angústia e tormento em que Honest estava mergulhado. Ele não acreditava no vínculo e não queria amar de novo. Isso dizia a Dezesseis que ficasse longe, bem longe dele.

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