CAPÍTULO 12

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Caim se esticou quando, ao descer do helicóptero, viu que seu pai estava parado o esperando. Ele inspirou profundamente e caminhou devagar até ele, mas quase caiu quando seu pai o abraçou. Ele não queria chorar, não queria mesmo, pois seu pai devia estar sofrendo muito por estar longe de todos, mas quando seu pai afastou o rosto e lhe cheirou bem devagar, ele não aguentou.
John os deixou ficar assim alguns minutos depois jogou Brave desacordado no chão, o barulho os separou.
Simple se ergueu enxugando o rosto, John lhe deu as costas e voltou para o helicóptero.
Caim entendia John. Na verdade de todo mundo que se indignou pelo que Simple tinha feito, na opinião de Caim só John poderia estar revoltado, pois ele amou Flora toda sua infância e mesmo vinculado a Shanti, o amor continuava.
E sim, Flora estava sofrendo muito com a perda da filhotinha, o que não era culpa do pai de Caim, mas nada disso devia ter acontecido.
Eles ficaram olhando o helicóptero decolar, estavam num heliporto de um hotel muito chique, Simple jogou Brave no ombro, piscou para Caim, Caim sorriu.
"É... Senhor North..." Um humano se aproximou olhando desconfiado para o pai de Caim com o brutamontes que era Brave no ombro.
"Esse é meu amigo Brave. Ele está bem, só começou a festa um pouco antes." Simple disse.
"E esse é..." O funcionário do hotel perguntou apontando para Caim. Haviam três humanos no heliporto, o que fazia perguntas era idoso e se vestia de forma elegante, os outros dois eram seguranças. Um deles tinha a mão sobre sua arma.
"Meu filho, seu nome é Caim North." O pai de Caim explicou.
"Desculpe a minha curiosidade, senhor. É que não tivemos tempo de preparar tudo como o senhor merece, meu patrão exigiu que tudo ficasse impecável, mas..."
"Até agora eu não tenho reclamações." O pai de Caim disse quando entraram no elevador. Os seguranças ficaram no heliporto.
"A questão, senhor North, é que... Bem, as funcionárias estão incomodadas com o fato do senhor tê-las impedido de limpar seu quarto. É o serviço delas e se não o fizerem o hotel estará em falta com o senhor. E nosso patrão..."
O elevador parou, Simple e Caim saíram com o humano ainda falando. Caim abriu a porta para seu pai entrar, o funcionário também entrou. O pai de Caim jogou Brave num divã, Caim e seu pai sorriram um para o outro da cara de espanto do humano.
"Mas... O senhor não saiu do quarto! O senhor... O senhor comeu aqui, comeu muito e nem..." Caim não aguentou e riu.
"Eu acho que nunca vi um dos nossos quartos tão limpos e impecáveis como esse!" Ele concluiu.
"É como o meu tio diz, se papai não se sair bem no mundo das finanças, o negócio de faxinas está logo ali." Caim disse, o humano riu.
"O negócio das faxinas perdeu um ótimo empreendedor então, pois meu patrão é só elogios quanto ao desempenho do senhor North com as finanças dele. Com licença."
"Mande carne, por favor. Reserve outro quarto e ligue para esse número pedindo que três fêmeas sejam preparadas. Quem atender vai entender." O pai de Caim orientou entregando um papel para o idoso que abriu a boca espantado.
"Quantos anos você tem, rapazinho? Me desculpe, senhor, mas existem algumas leis que..."
"As fêmeas são para o meu amigo. Eu sou celibatário e Caim só tem três anos de idade." O humano olhou para Caim, Caim ia completar quatro anos logo, mas ainda tinha três, então não o corrigiu.
"Três? Só três anos? Eu daria dez anos para ele tranquilamente! Bom, eu estou a sua inteira disposição, senhor North."
"Obrigado." Simple agradeceu, o homem fechou a porta e Caim foi abraçado de novo, dessa vez seu pai o pegou no colo.
"Como você está? Fez uma boa viagem, não enjoou no helicóptero?"
Caim ergueu as sobrancelhas.
"O quê?" Seu pai o apertou nos braços, ele gemeu.
"Pai!"
"Eu senti a sua falta. Eu já estou sofrendo imaginando que você vai embora daqui a alguns dias. Quanto tempo Nick te deu?"
"Dois dias, mas eu fiz um acordo com Max também e Max me deu mais quatro."
"Seis dias. Arriscado, Caim, muito arriscado, teremos de resolver tudo o mais rápido possível."
"Nick prometeu que vai ficar no quarto com Cinco." Caim disse.
"Nick não é o problema. É só ele olhar como Hon olha e ninguém vai contestar, ninguém vai reparar que não é você, mas Max! Ele é imprevisível."
"Ele jurou, pai. Disse que só ia ir na casa do vovô e na do Tio James."
"Se ele cumprir a palavra tudo bem, mas..." Caim colou sua testa a de seu pai, a calma e a paz que sentiu foi enviada a ele, seu pai suspirou.
"É tão bom poder sentir você como você realmente é! Saber que você herdou os poderes dela. Ter a certeza de que você é nosso!" Ele disse, Caim o beijou na testa, ele sorriu.
"Tá, não temos muito tempo." Ele disse e abriu a porta, assustando o garçom que ainda ia bater, Caim riu.
Eles se sentaram à mesa, comeram em silêncio por um tempo até Caim dizer o que estava entalado em sua garganta:
"Quando salvarmos Ann Sophie você não vai voltar? Você pode voltar, pai." Ele perguntou, ainda que seu pai dizer que já estava sofrendo pela partida de Caim significar que ele não pensava em voltar.
"Eu posso, é claro, mas eu não vou."
"Pai..." Caim começou, seu pai piscou, Caim ficou suspenso.
"Eu não quero discutir e você é cabeça dura demais para me deixar explicar, então escute: minha história com a sua mãe chegou num ponto que não dá pra voltar mais. Ou ficamos juntos ou não. Todo aquele tempo em que eu sofri na cabana tentando descobrir um caminho em que eu pudesse ser minimamente feliz sem ela ou um que me levasse a ela passou, Caim. Eu só tenho a alternativa de ir com tudo atrás dela e se der errado, desistir." Ele parou de falar e engoliu em seco, Caim entendeu o quanto simplesmente falar em desistir doía nele.
"Eu não posso deixar o que sinto por todos pautar o que eu devo fazer, Caim. Eu saí da Reserva por isso. Brian pode não ter tido nada com a morte da minha filhotinha, eu dou isso a ele, pois Flora é uma Quimera e elas não se reproduzem com facilidade. Ela quase perdeu você e seu irmão, Jacob nasceu de quatro meses e meio e agora sua irmãzinha. Eu sei disso e conhecendo Brian como eu conheço acho que ele queria que a filhotinha nascesse. Ele queria criá-la, ele queria esfregá-la na minha cara."
Ele tomou um pouco de água, sorriu, se levantou e pegou uma garrafa de uísque. O pai de Caim encheu um grande copo e tomou tudo, Caim queria muito franzir o nariz com o cheiro daquilo.
"Então, eu fugi para não ir atrás dele. Na hora o sofrimento me pegou de tal forma, que a única coisa que eu consegui fazer foi correr. E demorou muito para clarear meus pensamentos, para voltar a racionalizar tudo como eu sempre fiz.
Eu senti a falta de todos, mas eu percebi que longe da Reserva eu posso ser eu mesmo. Eu posso beber até perder os sentidos lamentando a morte da minha filhotinha e ninguém vai sofrer ao ver o meu estado. Eu posso pegar um avião e ir ver a sua mãe, encoberto pela valeriana, suspendendo os humanos aprimorados que fazem a guarda dela. Eu posso vê-la em seu jardim, eu posso ouví-la cantar e posso protegê-la quando ela inventa de sair e purificar o ar dos maus pensamentos dos humanos."
Caim queria muito falar que ele estava deixando ele, Caim, sozinho e triste, mas Caim não estava sozinho. Haviam Abel e Cinco, Gift, Harmony e Antony, Péricles e Matilda. Havia Morgana e sua filhotinha, Marble, Silent, Kabir. Entre ter seu pai perto dele e infeliz e longe dele, mas com algum tipo de objetivo, por mais que lhe doesse, Caim preferia a segunda opção.
"Eu sinto a sua falta, eu te amo, filhote, mas eu estava quebrado, eu não poderia ser seu pai de verdade vivendo lá daquele jeito. Agora estamos separados, mas iremos ficar juntos, isso é uma certeza. Você consegue me perdoar?" O pai dele perguntou e o tirou da suspensão, Caim fez uma careta, seu pai riu.
"Isso é muito ruim. Não faça mais isso!" Ele disse, seu pai riu mais.
"Me perdoa?" Simple perguntou olhando nos olhos de Caim e lhe segurando uma mão. Caim levou a mão de seu pai aos lábios e beijou, depois passou um bom tempo cheirando a mão dele, sorvendo toda a essência de seu pai que pudesse sorver através de seu cheiro.
"Perdôo. E ajudo. E espero. Eu confio em você, pai." Simple fechou os olhos, uma lágrima rolou de um deles, ele inspirou e sorriu.
"Você é tão melhor que eu que às vezes me assusta. Isso vem da sua mãe e eu passei quase que toda a minha vida afastado dela, então é estranho para mim sentir isso, sentir essa aceitação incondicional que ela tem por todos."
"Ela te perdoou. Ela mesmo me disse. Ela disse que não devia ter ido para a casa dos avós dela. Você a sentiria lá, ela disse que devia ter pensado nisso. Ela também disse que vai ficar longe. Que vai torcer para..." Caim quase falou demais.
"Para eu encontrar uma fêmea e me vincular. Eu sei, isso não dói mais. Ela não me odeia, ela sofre por mim, sofre por ser objeto de um amor ao qual ela não pode corresponder. Ela nunca escondeu isso. E tudo bem."
Caim apontou para Brave, não só para mudar de assunto, mas também por que de todos que seu pai poderia ter convidado a vir, Brave seria o último que ele, Caim, consideraria.
"Por que ele? Ele está desacordado a mais de um dia! É totalmente fraco a minha sugestão, eu nem precisei falar para fazê-lo dormir!" O pai de Caim sorriu e fez aquela cara que ele fazia quando ao invés de responder fazia outra pergunta. E foi o que ele fez:
"Por que acha que foi tão fácil? Por que acha que ele não acordou ainda?"
Caim não sabia. Ele se assustou quando ele se concentrou para sugestionar Brave para fazê-lo dormir e Brave caiu desacordado batendo a cabeça no chão. Até Gift se assustou. A testa dele sangrou, eles tiveram se fazer pressão até o ferimento fechar, mas nada de Brave acordar.
"Eu não sei."
"Você consegue descobrir, Caim! Pense, Brave é ofídico. Cobras nem sempre enxergam bem, mas o instinto delas é espetacular."
Caim apertou os olhos pensando.
"Ele teria algum poder sensitivo? Sério?"
"Mais ou menos. Ofídicos sentem pessoas, animais e outras coisas através das ondas eletromagnéticas que tudo o que existe emana. A sugestão é externa à mente, é uma comunicação silenciosa, Brave é sujeito demais a ela, por que a mente dele, diferente das mentes dos outros dois paus no cu é aberta. Totalmente aberta."
"Isso responde ao porquê eu o sugestionei sem dar o comando de voz, mas não responde ao porquê ele está aqui. Saber de sua mente totalmente aberta só me faz achá-lo mais fraco." Caim disse.
Brave era um ótimo tio, era divertido, seu coração era grande e seu convencimento era lendário. Mas comparado a Gift ou a John, Brave era meio inútil.
"Você não é o líder do seu grupo por isso. Nick saberia responder." O pai dele disse, Caim deu de ombros, Nick era um chato.
"Tio Hon é o líder do seu grupo, pai."
"Sim, e eu aprendi isso com ele. Honest sempre sabia qual tarefa delegar a mim e qual tarefa podia delegar a Cam. Eu ficava com os planos, Cam com a execução."
Caim sorriu se lembrando de seu Tio Candid dizendo que era o burro de carga do grupo deles.
"Então nesse caso Brave será melhor que John ou Gift?" Caim perguntou, seu pai sorriu.
"Exatamente. Nesse caso, Brave será melhor até que eu." Caim ergueu as sobrancelhas, isso era algo que ele duvidava.
"Por que? E não me faça responder, eu não faço a mínima idéia." Caim exigiu.
"Por que Brave pode rastrear o Nova Espécie que levou Ann. Só ele pode."
Caim arregalou os olhos. Era mesmo! Quem levou Ann não pôde ser rastreado nem por Simple, nem por Ananyia. Só podia ser um ofídico. E só um ofídico puro poderia encontrar outro, era tão simples!
Simple abriu um grande sorriso, Caim sorriu de volta.
"Mas ele sabe rastrear? Não tem de se ter alguma habilidade? Eu tive que aprender." Caim disse.
Gift lhe ensinou muito na semana que eles levaram para chegar ao Alasca com os irmãos de Caim.
"É, essa é a nossa dificuldade. Brave pode ser furtivo, mas não é, pode ser um exímio rastreador, mas também não é. E temos pouco tempo." O telefone de Simple tocou, ele atendeu, ouviu por alguns segundos e agradeceu.
"Acorde ele." Simple disse, Caim obedeceu. Dessa vez ele fez o comando usando sua mente, Brave abriu os olhos, viu o tecido do divã, saltou e caiu de cara no chão. Caim e Simple riram.
"Que porra de lugar é esse? E... Simple? É você mesmo?" Ele disse se levantando e indo até o pai de Caim. Simple o abraçou, Brave o abraçou de volta.
"Eu nunca te julguei, sabia? John ficou muito triste e está mais decepcionado do que realmente com raiva. Ele ama você e está louco para te ver bem, te ver vinculado." Brave soltou o pai de Caim e se ajoelhou.
"Oi, Campeão! Então estamos numa aventura?" Ele disse, Caim lhe beijou a testa, bem sobre o machucado.
Brave afastou o rosto, olhou em volta e correu para um espelho.
"Por que minha testa... Caralho! Minha testa está arruinada!" Simple riu.
"Logo a cicatriz some, você sabe, Brave."
"É claro que some, mas e até lá? Eu estou num lugar diferente e vou ter de esperar até essa cicatriz sumir para ir 'conhecer' esse lugar no sentido bíblico, se vocês me entendem."
"Há um quarto com hidro e três fêmeas para te darem banho. Pode pedir que elas beijem a cicatriz até que suma." O pai de Caim disse, Brave voou nele e o abraçou de novo.
"Eu sempre gostei infinitamente mais de você que dos outros dois. Sempre! Onde é o quarto? Estou com fome, mande comida, muita comida."
"Muita carne e muita buceta." O pai de Caim disse, Brave completou:
"Graças a Deus!" Simple apontou a porta, Brave saiu ajeitando os cabelos.
"Pensei que tínhamos pouco tempo."
"Outra lic..." Caim rosnou e não deixou seu pai continuar:
"Ah, pára com isso!" Simple riu.
"Ok, ok. Alguns Novas Espécies funcionam sob pressão. Você tem de apertá-los ao máximo e só assim você terá o melhor resultado que podem oferecer. Outros, como Brave, funcionam melhor satisfeitos, saciados. Pressionar Brave só o deixa estressado e como ele não tem treinamento algum, seria uma merda. Deixe ele se fartar de comida e de fêmeas e amanhã ele estará em ponto de bala."
"E o filhote? Por que não vamos atrás dele hoje? Estamos aqui, ele está aqui."
"Ananyia."
"Ela não ajudaria?" Caim perguntou. Ananyia era uma incógnita, mas ela mais ajudava que os prejudicava.
"Ananyia sempre será seguida, Caim, ela e Laylah. Nossos inimigos sabem que são poderosas demais para eles, então as vigiam. Sempre. Vinte e quatro horas por dia, todos os dias."
"E não dá para descobrir quem as vigia e o prender?"
"Eu nunca descobri, não é uma pessoa." Caim voltou a comer a carne, pensando no que seu pai disse.
"Como Adriel vigiava os Novas Espécies?" Ele perguntou, seu pai sorriu.
"Exatamente. Adriel deixou milhares, e não estou exagerando, milhares de partes espalhadas no mundo. Samantha tem uma e eu acho que a dela é capaz de acessar as outras."
"A sua também?" Caim perguntou com os olhos arregalados.
"Sim, é claro, mas as partes são diferentes entre si e têm diferentes utilidades. A minha pode se comunicar com outras mentes, não ver seus pensamentos, mas pode sentí-las e manipulá-las."
"Mas você sempre conseguiu sugestionar qualquer um, não é? Isso é uma forma de manipulação mental. Não mudou muita coisa."
"Eu sei. Não dá para saber se essa parte sempre pôde fazer isso, ou se ela amplificou o que eu já fazia. Você herdou minha suspensão e isso é totalmente difícil de fazer. Eu só consegui depois de possuir a parte de Adriel."
Caim assentiu. Ele sempre suspendeu e sugestionou as pessoas, ele nem se lembrava de quando ou como começou.
"Pai? Eu não me lembro como ou quando eu comecei a fazer isso." Ele informou, seu pai balançou a cabeça.
"Sua mente não tem uma parte de Adriel, Caim, fique tranquilo quanto a isso, mas você herdou a minha mente. Com todas as minhas habilidades."
Caim sorriu.
"Teremos de despistar Ananyia então?"
"Não. Na verdade é o contrário."
Caim ia perguntar, seu pai o encarou, ele tinha de concluir aquilo sozinho, então pensou na melhor forma de pegar o filhote ofídico.
"Iremos vê-la. Brave vai seduzí-la. Enquanto ele tenta, ou ela resiste, eu acho que ela não terá problema em resistir, mas achará divertido, nós iremos atrás do filhote." Simple sorriu, mas faltava alguma coisa.
"Eu vou brincar com Daru, você vai pegar o filhote." Ele disse.
"Sim. Só errou quando disse que Ananyia irá resistir. Ela não irá."
Caim fez que não com a cabeça. Brave era um fanfarrão, uma fêmea inteligente como Ananyia o acharia um bobão.
"Eu aposto que ela vai resistir." Caim disse, Simple ficou sério.
"O plano precisa que ela sucumba. Tudo se baseia nisso. Eu sei que ela vai, se fosse o contrário não estaríamos aqui, mas se quer apostar, eu aposto milzinho."
Caim tinha sorrido quando seu pai estava falando que sabia que Ananyia não resistiria a Brave, mas ficou sério quando seu pai apostou de volta.
"Eu não tenho mil dólares."
"Na sua idade, eu já tinha uns trinta mil. Eu emprestava dinheiro e não era fácil convencer os machos que precisavam de coisas que eles realmente não precisavam."
"De onde saiu o capital inicial?" Caim perguntou.
"Papai. Eu peguei o dinheiro dele, da indenização. Não demorou e eu tinha duplicado o valor, então devolvi, James nunca ficou sabendo." Caim e seu pai riram.
"Posso contar isso para ele?" Caim perguntou, Simple riu de novo.
"Há um pendrive em forma de gatinho dentro do robô. Todo o histórico de movimentação está lá. Ele vai subir pelas paredes."
"Eu adoro ver você aprontando. Adoro te ver rindo." Caim disse.
"Você é a minha alegria, Caim. Ser seu pai mudou muita coisa na minha vida, eu sinto que nada pode me quebrar. Nada me abala desde que você ainda me aceite, ainda me ame."

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