9

267 31 21
                                    

— Ai, Nobara! Tem certeza que sabe fazer isso? Não é melhor pedir para alguma enfermeira? - Iori protestou, enquanto a ruiva errava pela segunda vez sua veia na tentativa de coletar seu sangue.
— Se você ficasse bem quietinha eu já teria conseguido! Para de frescura, é só uma agulha de nada. Agora fica quieta.
Iori resmungou reclamando, em seguida estendeu novamente o braço para a ruiva. Fechou os olhos e por um breve momento, a lembrança do beijo de Nanami viera em sua mente.
Não recebeu se quer uma mensagem depois do jantar, e não o vira durante toda a parte da manhã. Então seria assim? Não tocariam no assunto? Aquilo a incomodava, mas tentava não pensar muito.
— Pronto, dessa vez deu certo. - a ruiva retirou a agulha, desprezando- a em um descarpack.
Identicava os tubos de coleta, quando a porta do estar médico se abriu.
Nanami usava uma camisa azul Royal e uma calça cinza claro, e por cima vestia seu jaleco.
— Bom dia. - O loiro cumprimentou as duas colegas, tendo seu olhar direcionado para Iori que pressionava um algodão sobre a fossa ante cubital onde coletara os exames.
— Bom dia. - ambas responderam.
— Vou levar os exames pro laboratório, creio que até o fim do dia já teremos os resultados. - disse a ruiva saindo da sala.
Nanami foi em direção ao vestiário, e Iori pensou em ir atrás, mas mudou de ideia saindo em seguida em direção aos elevadores.

O dia passou rápido, estava tão atarefada com tantas visitas pós cirúrgicas que acabou se esquecendo dos exames sendo lembrada pela ruiva, que acessou o sistema e avisou a sua preceptora.
— É, você tá com anemia. - a jovem declarou - e também com deficiência de algumas vitaminas.
— Como é?
Iori tomou o aparelho das mãos da ruiva observando atentamente os resultados dos exames. Nanami estava certo.
Precisava urgentemente cuidar da sua alimentação. Perdera 7 quilos desde que começou no trabalho, e ainda procurava uma empregada que tambem cozinhasse, pagaria a mais por isso.
— Droga.
— É nisso que dá se alimentar como um passarinho. Não dá pra viver a base de latte e saladinha de alface. Precisa se cuidar, Iori. - Nobara disse em tom de preocupação.
— Você também, sua viciadinha em fast food.
— Realmente, somos péssimos exemplos de saúde. - a ruiva brincou enquanto tomava seu refrigerante.
Conversava com Nobara quando seu celular vibrou.

*mensagem de Kento Nanami*
Boa tarde, Iori. Os resultados já saíram?

A mulher olhava para a tela pensando se responderia ou não. Kento a evitara o dia todo, nem se quer mandou uma mensagem, e agora bancava o preocupado. Respirou fundo e acabou respondendo.

*sim, e você estava certo. Estou anêmica.*

Enviou a mensagem e continuou olhando para a tela. Não obteve resposta.

*visto*

Que babaca, pensou.

— Iori?  - Nobara a cutucou, chamando sua atenção.
— Perdão, o que dizia?
A ruiva revirou os olhos, e mudou de assunto.

Terminou a laparotomia por volta das 22h, ja estava exausta e ainda faltava muito para o seu turno de 24 horas terminar. Resolveu ir ao estar médico para esticar as pernas e comer alguma coisa.
Deitou em uma das poltronas tirando seus crocs, quando foi surpreendida por Nanami que entrava no espaço com uma  sacola de papel na mão e um copo plástico com tampa na outra.
— Boa noite, Iori.
— Boa noite, Kento.
O homem se aproximou entregando a sacola nas mãos da mulher.
— Trouxe algo para você comer. Vi que sua agenda estava cheia, deduzi que ainda não comeu. Estou certo?
Iori o olhava incrédula, passada com tal atitude.
— Não...não comi. Mas eu ia, eu juro.
— Sei. - respondeu o loiro, dando um sorriso ladino.
A refeição consistia em um teppanyaki de carne acompanhado de alguns legumes cozidos, um pouco de arroz e no copo um suco verde levemente adoçado.
— Obrigada Nanami, não precisava se incomodar.
— Não foi nenhum incômodo. - respondeu e se levantou - vou deixar você comer em paz.
Caminhava em direção à porta quando Iori chamou, se virou para olha-la.
— Kento?
— Sim?
— Porque está sendo tão atencioso comigo? - a mulher perguntou.
Nanami passou a mao pelos cabelos dourados.
— Não é nada de mais, é só...uma forma de me desculpar por ter sido um babaca com você.
Saiu e fechou a porta, deixando a mulher com as bochechas coradas. Iori abriu um sorriso, sentou-se à mesa e saboreou a refeição.

Anatomia - Dr Kento Nanami Onde histórias criam vida. Descubra agora