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Iori dirigia sem rumo. Kento Nanami era um traidor. Como ela se deixou enganar daquela forma? Ela fora uma idiota, devia ter caído fora no instante em que descobriu que ele era casado. Não tinha como isso terminar bem. Mil pensamentos passavam na sua cabeça agora e uma angústia tomava conta dela.
Não queria ir pra casa, não queria ficar sozinha, não queria desabar. Foi quando teve a ideia de ir até a casa de Nobara. Estava muito alterada e a ruiva era a única pessoa que a ajudaria nesse momento.
Tocou a campainha, e alguns minutos depois a ruiva atendeu.
— Iori? Tá tudo bem? - perguntou a ruiva arregalando os olhos ao ver o estado da amiga.
— Ele me enganou, Nobara. Ele me traiu!
Iori disse, e finalmente as lágrimas caíram.
Nobara amparou a amiga e a ajudou a entrar, sentou-se no sofá junto dela e lhe entregou um copo com água.
— Meu Deus amiga, respira fundo, você veio dirigindo nesse estado? Se acalma e me diga o que aconteceu.
Nobara se assustou com o estado de sua preceptora e amiga. Iori chorava compulsivamente, seus ombros tremiam, não conseguia respirar. Aos poucos ela conseguiu acalmá-la, e ela lhe contou toda a cena que presenciou ao chegar na casa de Nanami.
— Aff, eu sempre soube que o Nanami era um idiota, mas não um canalha. Sinto muito, Iori.
Abraçou a amiga, confortando-a. Seu telefone não parava.
— E agora ele não para de me ligar, já mandou umas 20 mensagens mas eu não quero falar com ele. - Iori falou, secando as lágrimas.
— Ei, o que aconteceu?
Iori entrou tão repentinamente na casa de Nobara que não se deu conta de que havia outro carro parado em sua porta. Yuji saía do banheiro sem camisa apenas usando um short, secando seus cabelos rosados com uma toalha. Iori ficou sem jeito.
— Hã...perdão Nobara, eu não quis.... eu devia ter ligado antes....
— Não, não, Iori, tá tudo bem. - Nobara a tranquilizou.
— Tá tudo bem, Iori? - o rosado se aproximou, agachando perto delas.
— Não, Yuji. O Nanami ele... ele me traiu. Com a ex mulher dele. - Iori respondeu sentindo as lágrimas arderem novamente em seus olhos.
— Puta merda. - Yuji segurou a mao da amiga. - Eu sinto muito, Iori.
— Você se importa de deixar a gente sozinhas? - disse nobara ao rosado.
— Não, claro que não. Eu já tava de saída.
Yuji foi em direção ao quarto da ruiva e se vestiu, indo embora em seguida.
— Fica bem, Iori. - se despediu, e Nobara fechou a porta.
— O que tá rolando, ein? - Iori perguntou à ruiva, que corou.
— Ah, não é nada, é só...De vez em quando a gente se pega mas não é nada sério.
— Entendo.
— Mas não vamos falar disso. Eu tô aqui pra te ajudar. Primeiro, vamos desligar esse celular.
Nobara tomou o celular que nao parava de tocar das mãos da amiga e desligou.
— Agora vamos lá, vamos cuidar de você.

Nanami estava vermelho de raiva.
— Mas que droga você fez, Mei! O que você disse pra ela?
— Eu não disse nada de mais, apenas que não era uma boa hora. - a mulher respondeu com tranquilidade.
Nanami passava as mãos pelos fios dourados enquanto tentava ligar para Iori, que não atendia.
— Sai, sai daqui! Fora da minha casa! AGORA!
Se aproximou de Mei aos gritos, colocando-a para fora de sua casa.
A mulher nunca o vira tão exaltado daquela forma, nem mesmo quando pegou ela na cama com o seu personal.
Nanami tentava desesperadamente falar com ela, mas Iori não atendia as ligações. Entrou em seu carro e saiu feito um louco indo em direção ao seu apartamento, mas quando chegou, o porteiro do prédio informou que ela não estava em casa.
Droga.
Nanami sentiu o frio tomar conta dele. Esfregava o rosto com as mãos, sem saber o que fazer.
Precisava falar com ela, tinha que consertar as coisas.

Tarde da noite, Iori ainda estava na casa de Nobara.
— Não, amiga, não vai. Fica aqui. Ficar sozinha não vai te fazer bem.
— Eu já estou melhor nobara, sério. Muito obrigada por tudo e novamente me desculpa ter aparecido sem avisar.
A ruiva se aproximou da mulher e segurou sua mão.
— Não tem  que se desculpar. Somos amigas. Estou aqui pra te apoiar.
Iori inspirou fundo.
— Eu só não quero ver ele. Mas isso é impossível. Não sei o que fazer.
— Nós vamos dar um jeito. - a ruiva abraçou a amiga e se despediu.
Sua mente estava vazia enquanto dirigia de volta para casa. Não só a mente, ela se sentia vazia.
Quando chegou em seu prédio, o porteiro a informou de que um homem havia estado lá procurando por ela. Se sentiu aliviada por ter decidido não ir para casa, não queria ver Nanami.
Já em seu apartamento, Iori resolveu tomar um banho para tentar relaxar. Queria que a água levasse tudo que ela sentia. Queria que tirasse do seu corpo as marcas das mãos, dos beijos e das carícias de Nanami. Sentiu o peito apertar e as lágrimas caírem de novo, por fim, deitou em sua cama e adormeceu.

Acordou no dia seguinte sem ânimo para trabalhar, e a ideia de ver Nanami a angustiava.
Nem tocou na mesa de café da manhã que dona Aiko preparou para ela, vestiu o primeiro par de roupas que encontrou e dirigiu em direção ao hospital.
Durante o percurso, Iori tentava não pensar. Não queria chorar novamente e deixar sua aparência ainda pior.
Conforme se aproximava do estacionamento sentia uma ansiedade enorme. Seu dia seria uma merda.
Mal estacionou seu carro na vaga e deu de cara com Nanami vindo em sua direção.
— Por favor, me poupe. - A mulher virou as costas se afastando, mas nanami insistiu.
— Querida, por favor, me deixa explicar, não aconteceu nada! - havia desespero em sua voz,  Iori Ignorou e seguiu adiante, mas ele insistiu.
— Por favor Iori! Você ta sendo injusta!
Iori parou.
— Eu vou dizer o que aconteceu, Kento. Tudo isso foi um erro! Você é um homem casado e teve uma recaída com sua ex mulher, seus sentimentos estão confusos, então vou facilitar as coisas pra você!
— Não diga isso, Iori, por favor, vamos conversar!
— Só uma pergunta - Iori parou e o encarou. - Se fosse o contrario, se fosse você me encontrado com outro homem nas mesmas circunstâncias, você me daria o benefício da dúvida?
Kento respirou fundo, passando as mãos pelo rosto.
— Iori...
— Só me deixa em paz Nanami. Não vou atrapalhar a reconciliação de vocês.
Nanami sentiu a dor dela naquelas palavras, Iori caminhou a passos apressados em direção a entrada do hospital, deixando o homem ali.
Nanami não sabia o que fazer. Não queria perdê-la por conta de um mal entendido. Mais do que nunca, se sentia o pior dos homens.

O homem estava em seu pior estado de espírito. Sentia angústia, raiva, e medo. Principalmente medo.
Na sala cirúrgica, ele e Yuji trabalhavam em silêncio, quando o rosado resolveu confronta-lo.
— Você precisa se explicar.
Nanami encarou o jovem, não dizendo nada.
— Como você pôde fazer uma merda dessas?
Nanami parou novamente, olhou no fundo dos olhos de Yuji e o rapaz o encarou de volta, sem desviar o olhar.
— Eu não fiz nada. - respondeu apenas, voltando sua atenção para o paciente na mesa.
— Não esperava isso de você. - O rosado insistiu e por fim, Nanami perdeu a paciência.
— Eu já disse que eu não fiz porra nenhuma! Você não ouviu?
O rosado se calou, e voltaram a trabalhar em silêncio.

A cabeça de Iori doía, seus olhos ainda estavam inchados e Nobara tentava de tudo para animar a amiga.
— Não gostaria de ouvir música hoje. Preciso me concentrar.
— Tudo bem. Quer conversar? - A ruiva perguntou enquanto se preparavam para a cirurgia.
— Nanami tentou falar comigo hoje de manhã, mas eu não quis ouvir. Pedi pra que me deixasse em paz.
Nobara respirou fundo.
— Você fez certo, é melhor assim.
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Talvez eu poste mais um capítulo mais tarde pra compensar os 4 dias seguidos em que vou estar de plantão, e talvez não tenha tempo para escrever 🫠
Obrigada por ler ❤️

Anatomia - Dr Kento Nanami Onde histórias criam vida. Descubra agora