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Nanami acordou no dia seguinte sentindo como se tivesse sido atropelado. Sua cabeça doía, mas não pela ressaca, apesar de ter bebido quando chegou em casa.
Se arrependia amargamente das duras palavras ditas à Iori, se antes ainda tinha alguma esperança de consertar as coisas, agora não tinha mais. Se sentia um lixo de homem.
Lembrava de Satoru ao lado dela sorrindo com as mãos em sua cintura, desfilando com ela exibindo-a, sentia vontade de vomitar.
Chegou cedo ao hospital, tomava um café preto sem açúcar para curar a enxaqueca, sentado em uma das poltronas do estar médico, quando teve o sossego interrompido pela chegada do albino.
Ao vê-lo, Satoru abriu um largo sorriso.
— Bom dia.
Nanami não respondeu, decidiu ignorar a presença do homem.
— O que foi? Está de mau humor?
Nanami continuou em silêncio, tirando o celular do bolso e rolando a tela.
— Entendo. Eu no seu lugar, também estaria. - Satoru provocou, Kento fechou os olhos e respirou fundo.
— Sinceramente Nanami, como você conseguiu perder uma mulher como aquela?
Gojo falava tranquilamente enquanto colocava um sachê de açúcar em seu café.
—Mas enfim, melhor pra mim, não é mesmo?
Nanami sentia seu sangue ferver e o rosto ficar vermelho, se levantou num rompante para sair dali, quando Gojo continuou a provocação.
— Sério, ela é perfeita. Viu como ela tava linda? E cheirosa também. Ah, e aqueles lábios tão macios... - havia malícia em sua voz- Nossa, e que corpo...
Não terminou a frase, tampouco teve tempo de desviar do soco que Nanami lhe acertou em cheio.
— Que isso, porra! você ficou maluco? - o albino levou a mão à boca de onde saía sangue, Nanami o agarrou pelo colarinho, totalmente tomado pela fúria.
— Seu animal, não fale assim dela! Não fale como se ela fosse sua!
Satoru o encarou e riu.
— Também não é sua, não é mesmo?
Nanami o empurrou fazendo satoru cair no chão, quando a sala foi invadida por Yuji e Megumi que passavam por ali quando ouviram os gritos.
— Mas que merda....? - Yuji correu na direção do loiro, segurava ou pelo menos tentava segurar Nanami enquanto Megumi ajudava Satoru a se levantar.
— Calma, Nanami, relaxa cara! - O rosado se desesperou tentando contê-lo.
Mesmo com a boca ensanguentada satoru sorria provocando o loiro que continuava em fúria. Limpou o lábio inferior de onde o sangue saía.
— Naoya saberá disso. - Gojo falou em tom ameaçador.
Se retirou dali ao lado de Megumi. Nanami estava transtornado e Yuji tentava acalmá-lo.
— Cara, o que deu em você? - Yuji o encarava com os olhos arregalados, nunca vira seu mentor perder o controle.
Nanami queria arrancar o rosto com as próprias mãos, estava totalmente desorientado.
— Droga, droga! Ele... ele ficou com ela, ele ficou com a Iori!
Yuji não sabia como reagir àquilo.
— Cara, você precisa se acalmar. - pegou um copo com água e o entregou ao loiro, cujas mãos tremiam, e sentou-se com ele no sofá.
— Eu a perdi. - Nanami olhava para baixo, encarando o chão.
— Você precisa conversar com ela, Nanami. Ela tá muito mal. - O rosado mantinha uma mão em seu ombro tentando confortá-lo.
— Eu já tentei ela não quer me escutar. Eu não fiz nada, Yuji. Eu não traí ela. Não sei mais o que fazer. E ontem, eu...eu estraguei tudo. Definitivamente.
Nanami mantinha as mãos no rosto, enquanto ficava ali, sentindo a angústia tomar conta do seu peito.

Iori encarava sua xícara sentada no balcão da cafeteria. Acordou péssima, seus olhos estavam inchados e com olheiras. Dormiu menos de 3 horas de sono, e seu estômago doía.
Mantinha os pensamentos distantes, quando Nobara surgiu ao seu lado.
— Mas que merda....O que você fez com seu cabelo, Iori?
Encarava os cabelos da mulher agora curtos, pouco acima dos ombros.
— Quis mudar. - Iori respondeu apenas, sem levantar o olhar.
— Mas então, como foi a festa? - Nobara perguntou, tentando mudar de assunto.
— Péssima. - respondeu apenas, não queria falar sobre o ocorrido.
— Sério? Para, não pode ter sido tão ruim assim.
— Talvez, se o Nanami não tivesse insinuado que eu sou uma puta.
Nobara arregalou os olhos.
— Como é que é?
Iori sentiu os olhos arderem.
— Tanto faz agora. Não quero vê-lo, nem falar com ele. Nunca mais. - tomou um gole de seu café, tentando conter as lágrimas, sendo consolada pela amiga.

Anatomia - Dr Kento Nanami Onde histórias criam vida. Descubra agora