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Iori acordou um pouco desorientada devido à sedação. Sua garganta doía por causa do tubo que a ajudava a respirar, e sentia dores por todo o corpo.
— O que...Onde...onde eu estou....
— Bem vinda de volta, Doutora Utahime. - Ryomen estava de pé ao lado do seu leito, monitorando seus sinais vitais.
— O que aconteceu? - perguntava um pouco grogue - Meu braço...Ai, minha barriga...- falava e se movia com dificuldade devido às dores que sentia.
— A senhorita sofreu um acidente de carro. Segundo testemunhas, você perdeu o controle da direção durante uma tempestade. Se lembra de alguma coisa? -
Ryomen perguntou enquanto a examinava.
— Hã... eu acho que sim, eu me lembro da chuva.
Iori se sentia fraca e sonolenta, seu corpo inteiro doía, estava confusa e se lembrava apenas de sair rápido do hospital, do nada a chuva aumentou e ela derrapou na pista enquanto dirigia para casa.
— Vou aumentar a dose dos analgésicos, logo essa dor vai passar. Agora descanse, tem muita gente querendo te ver.

Mais tarde, recebeu a visita dos seus pais, e em seguida de Yuji e Nobara que ao vê-la acordada choraram de emoção.
— Eu sabia que você ia ficar bem - Nobara abraçava gentilmente a amiga, Yuji repetiu o gesto em seguida.
Conversavam animadamente com Iori, radiantes pela recuperação da amiga.
— Confesso que senti medo da gente perder você, Iori. Se não fosse pelo Nanami... - Yuji parou de falar, trocando olhares com Nobara.
— O que tem o Nanami? - Iori encarou os dois.
Yuji coçou a cabeça e prosseguiu.
— Bom...ele salvou você. Ignorou a suspensão e passou por cima do Naoya, e nós três operamos você.
Iori ficou surpresa com aquela informação. Depois de tudo, Nanami ainda salvara a sua vida.
— E não é só isso, Iori. - A ruiva continuou- ele dormiu aqui todas as noites, sentado nessa cadeira. Não saiu do lado da sua cama.
Aquilo fez com que os olhos de Iori se  enchessem de lágrimas.
— Assim que o virem, peçam para ele vir até aqui.
Os dois jovens assentiram e saíram deixando a amiga descansar. 
Iori suspirou, e começou a aguardar ansiosamente a visita de Kento.

Nanami postergava sua visita à Iori. Não se sentia pronto para encará-la, não sabia o que falar para ela e nem se ela queria falar com ele.
— Ela quer te ver. - O rosado surgiu ao lado do loiro, que olhava de longe a porta do quarto.
— Não sei se estou pronto. - Nanami respondeu, baixando os olhos.
— Você quase perdeu ela uma vez. O universo te deu outra chance de consertar as coisas, não desperdice.
O rosado disse apertando gentilmente o ombro de Kento e deixando o loiro ali, refletindo.
Nanami respirou fundo e tomou coragem. Bateu na porta e abriu, entrando no quarto de Iori. Seu coração bateu forte ao ouvir a voz dela.
Entre.

— Boa tarde. Queria me ver?
A mulher estava sentada na cama, tentando usar o celular com uma mão só.
Parou o que estava fazendo e olhou para o loiro ali em sua frente.
— Sim. Como você está?
Nanami evitava olhá-la .
— Eu estou bem. Mas a paciente aqui é você. Sente alguma dor? - o homem disse se aproximando observando o monitor, verificando seus sinais vitais, com uma expressão neutra.
— Não, eu estou bem.
Nanami continuava olhando os dados na tela e anotando no tablet evitando olhar para ela.
— Te chamei aqui porque quero conversar.
— Não acho que seja o melhor momento, Iori. Vou deixá-la descansar.
— Eu não quero descansar, Kento, eu estou bem. Pode por favor olhar para mim?
Kento relutou, por fim levou os olhos até os dela, e o coração de Iori doeu.
Kento estava visivelmente cansado, mais magro e algumas olheiras marcavam seus lindos olhos cor de mel. Sentiu vontade de abraçá-lo.
— Você salvou a minha vida.
— Não fiz isso sozinho. Itadori e Kugisaki ajudaram.
— Sim, eles me contaram o que fizeram por mim. Obrigada.
Kento baixou novamente os olhos, e após um longo silêncio Iori disse por fim.
— Eu quero conversar, Kento. Quero resolver as coisas.
Nanami respirou fundo.
— Não acho que seja um bom momento...
— Eu ouvi você. - Iori o interrompeu. Nanami a encarou e se aproximou, sentando na cama de frente para ela.
— Quando eu estava em coma. Eu não sei se foi um sonho, ou se eu realmente ouvi algo, não sei. - Iori ajeitou a postura na cama e prosseguiu. - Antes, quando os pacientes contavam que ouviam coisas ou sonhavam enquanto estavam inconscientes, eu achava que era mentira. Um delírio causado talvez pela sedação. Mas agora eu sei que é verdade porque eu ouvi você. - Iori pegou em sua mão -  você me pediu para não desistir. Para não deixar você.
Os olhos de Kento estavam marejados ao ouvir o que ela dizia.
— Você salvou a minha vida duas vezes. Eu não desisti.
Nanami não pode evitar que uma pequena lágrima escapasse de seus olhos por mais que tentasse se conter.
— Eu quero ouvir o que você tem para me dizer.
Nanami limpou o rosto,  e após uma pausa  começou a falar.
— Naquele dia, eu estava sozinho em casa, estudando alguns artigos e tomando um vinho. Ela apareceu, dizendo que queria conversar. Eu relutei, não queria deixá-la entrar, mas ela disse que queria resolver as coisas. - fez uma pequena pausa e prosseguiu - ela enrolou um pouco, e eu perdi a paciência e mandei ela embora, dei as costas para ela e foi quando ela tentou me agarrar. Eu me assustei e a taça de  vinho que eu tinha nas mãos se derramou em nós dois, então eu a emprestei uma camiseta para ela ir embora. Fui até a lavanderia deixar minha camisa e quando voltei encontrei vocês duas. - Nanami inspirou pesadamente - eu juro, pela minha própria vida, que essa é a verdade.
Iori ouviu atentamente cada palavra. Olhou para ele com carinho e levou a mão ao seu rosto.
— Eu acredito em você.
O homem a encarou surpreso.
— Mas você também precisa acreditar em mim. Não aconteceu nada entre mim e Satoru. Apenas um beijo no calor do momento após a nossa discussão.
— Você não me deve explicações, Iori. O único culpado aqui sou eu.
— Não, Kento. Eu errei em não deixar você se explicar e deixar o ciúme me dominar.
Levou seu corpo em direção ao dele e gemeu pela dor que sentiu.
— Por favor, não se esforce. - Kento a amparou. - tudo não passou de um mal entendido. Você teve seus motivos. Peço que me perdoe por ter causado tudo isso. Seu acidente, aquilo que eu te falei na festa... Nunca vou superar essa culpa.
Iori interrompeu sua fala o puxando para perto e abraçando-o com dificuldade. Kento retribuiu abraçando gentilmente a mulher, deixando novamente as lágrimas caírem.
— Eu senti....tanto medo de perder você, Iori. - Nanami colou sua testa à dela - por favor, me perdoe.
— Não há o que perdoar, meu amor. Eu estou aqui, graças à você.
Nanami segurou o rosto dela entre as mãos a encarando com os olhos tomados pelas lágrimas.
— Eu te amo, Iori. - selou os lábios nos dela em um beijo delicado, abraçando com cuidado o corpo frágil da mulher.
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Enfim os refrescos kkkkkk eu não quero mais saber de depressão nem de coisas pra baixo nessa fic, só momentos felizes agora kkk
Obrigada por ler ❤️

Anatomia - Dr Kento Nanami Onde histórias criam vida. Descubra agora