- Doutor Nanami?
Kento foi acordado pela mãe de Iori que entrou no quarto para visitá-la. Levantou-se rapidamente assustado.
- Senhora Utahime... Bom dia.
- O senhor dormiu aqui? - a senhora de franja e cabelos castanhos como os de Iori o encarava, com os olhos inchados.
- Sim, é que... eu vim ver como ela estava e acabei pegando no sono. Mas já vou indo, vou deixar vocês a sós.
A mulher o observava com atenção. As mãos de Nanami seguravam a de Iori quando ela entrou, e seus olhos estavam vermelhos como de alguém que chorou.
- Vocês são amigos? - a mulher perguntou antes que Nanami saísse do quarto.
- Sim...somos. - Respondeu sem jeito.
- Entendi. - deu um meio sorriso para Nanami, que saiu de lá dando de cara com Sukuna.
- O que você ainda tá fazendo aqui? Você dormiu aqui?
Sukuna disse indo em sua direção.
- Vá pra casa, Kento, você está péssimo. Já disse que qualquer coisa eu entro em contato. Agora anda, vai descansar. É uma ordem.
Nanami assentiu e se retirou. Não queria deixá-la mas sukuna estava certo. Ele estava péssimo, e não seria útil naquelas condições.Ao chegar em casa, Nanami tomou um longo banho e se deitou. Não conseguia comer nada, tampouco dormir. Ficava atento ao celular o tempo todo esperando notícias, ao mesmo tempo que temia recebê-las.
Seu corpo inteiro doía por ter passado a noite inteira sentado na beira do leito de Iori, realmente estava péssimo.
Pensava sobre tudo que aconteceu, e se sentia culpado. A culpa de tudo aquilo não era de Mei, era sua.
Pelo que ficou sabendo, Iori foi embora mais cedo naquele dia logo após ser chamada na sala de Sukuna, algumas pessoas a viram sair chorando de lá, com certeza tinha algo a ver com seu desentendimento com Gojo.
Dirigia em sentido ao seu apartamento quando perdeu o controle da direção em meio à tempestade. Isso junto com as duras palavras que dissera para Iori em seu último encontro martelavam sem parar em sua cabeça aumentando a sua angústia, respirou fundo e fechou os olhos.Dormiu um pouco e acordou no começo da noite assustado com o toque de seu celular, atendeu rapidamente mas estranhou o número em sua tela.
- Alô? Hiromi?
- Boa noite, doutor Nanami. Tá podendo falar agora?
- Sim, claro. - se sentou na cama um pouco atordoado por ter acordado assustado, estranhando a ligação de seu advogado.
- Tenho uma boa notícia. - fez uma pausa, em seguida prosseguiu. - Sua ex mulher assinou os papéis do divórcio.
Nanami ficou em choque.
- Está falando sério?
- Sim. Simplesmente veio até o escritório hoje de manhã e assinou os papéis.
Nanami estava surpreso com a atitude da mulher.
- Sem mais nem menos? Não tentou nenhum acordo?
- Não. É oficial, finalmente o senhor está livre.
Desligou a ligação e respirou fundo como se um peso tivesse saído de suas costas. Agora mais do que nunca Iori precisava sobreviver.Dirigiu de volta ao hospital indo direto para a UTI, e quando entrou no quarto de Iori deu de cara com Satoru.
- Boa noite.
Fechou a porta e ficou no canto do quarto observando o albino enquanto ele retirava alguns eletrodos do peito da mulher.
- Boa noite. - o albino respondeu sério. - Só vim ver como ela está e fazer alguns exames de rotina pós parada cardíaca. Já estou de saída.
- Tudo bem. - Nanami respondeu evitando contato visual com ele, que recolheu seu material e saiu em seguida.
Nanami se aproximou do leito da mulher, segurou sua mão e depositou um beijo em sua testa.
- Boa noite, querida.
Se sentou na poltrona e ficou ali, o resto da noite.
__________________________________Na semana que se seguiu, Nanami montou acampamento no hospital. Pediu licença da faculdade para ficar ao lado de Iori, Itadori estava sob ordens de outro preceptor então Kento aproveitou a sua "suspensão" e se dedicou a ficar com ela, dormindo toda noite ao lado de sua cama. Estava mais uma noite com ela,quando Ryomen adentrou no quarto com um Tablet nas mãos, e o entregou a Kento.
- O resultado dos últimos exames. Dê uma olhada.
Nanami observava atentamente as informações, e um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
- Eu vou reduzir a noradrenalina, ela está se mantendo estável. Os exames estão bons, e a função hepática também. - abraçou gentilmente o amigo - ela está lutando.
Pela primeira vez em muitos dias, Nanami sentiu alívio.Dois dias depois, Iori seria submetida à uma nova cirurgia para reparar a lesão em seu braço e Kento não escondia a sua preocupação.
Achava que ela ainda estava fraca para passar por uma nova cirurgia, mas decidiu confiar em seu amigo. Esperava no estar médico, dando espaço para os pais de Iori na sala de espera, balançava a perna agitado olhando para o relógio o tempo todo.
Após 2 horas e meia de cirurgia, conseguiram reparar a fratura no braço de Iori e ela se mantinha estável, e Kento ficou mais tranquilo.
Resolveu ir para casa e deixar os pais de Iori com a filha, e aproveitaria para cozinhar alguma coisa, não se lembrava ao certo quando havia comido direito pela última vez.
Mais tarde, estava concentrado mexendo uma panela quando recebeu uma mensagem.*mensagem de dra. Kugisaki*
Ryomen vai diminuir a sedação. Ela pode acordar a qualquer momento.Kento largou imediatamente o que estava fazendo. Abriu um imenso sorriso ao ler aquelas palavras. Leu e releu várias vezes aquela mensagem sem acreditar, e pela primeira vez em oito dias, sentiu seus músculos relaxarem. Tomou um banho rápido e dirigiu de volta para o hospital.
Quando chegou, não acreditou no que seus olhos viam. Iori estava acordada e sendo abraçada pelos pais que choravam emocionados. Ali de longe ele sentiu seu coração bater forte, toda a angústia e o medo de perdê-la finalmente foram embora.
Teve um impulso de sair correndo e abraçá-la e dizer o quanto estava feliz, mas congelou.
Toda a culpa que ele sentia voltou a cair com tudo sobre seus ombros. Não tinha coragem de encará-la.
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Obrigada por ler ❤️
Tô sem sono, pensando se posto outro ainda hoje 👀
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Anatomia - Dr Kento Nanami
FanfictionIori Utahime ,uma jovem médica pós graduada em cirurgia geral, se muda do interior para a capital tokyo para trabalhar no grandioso hospital da Fundação Zenin, o maior do país e referência em cirurgias de grande complexidade. Lá ela conhece o arroga...