Reino de sonhos e sombras

Prólogo

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Em um lugar inexplicável o suficiente para o conhecimento dos mortais, além dos corredores e os mistérios do castelo, encontrava-se a Sala das Esferas de Sonhos. A vasta câmara, repleta de esferas flutuantes que brilhavam como luzes etéreas, era o domínio de um pequeno príncipe com poderes comparados ao de um Deus. Em sua infância, ele fora abençoado - ou amaldiçoado - com a habilidade de navegar pelos sonhos e pesadelos dos mortais, um dom que o mantinha constantemente em alerta.

Naquela noite, ele vagava pela sala, observando as esferas com atenção, pois cada esfera representava um sonho, um fragmento da mente de alguém adormecido. A maioria delas irradiava cores suaves e calmantes como sonhos leves e inspiradores, mas uma em particular chamou sua atenção. Ela pulsava intensamente com uma luz vermelha, indicando um pesadelo perigoso.

Intrigado e preocupado, aproximou-se da esfera, mesmo sabendo que chegar perto dos pesadelos vermelhos era perigoso pelos anos de experiências traumáticas. Ao tocá-la, foi imediatamente envolto pelo sonho, mergulhando em um cenário de caos e desespero. Ele viu uma garotinha de cabelos avermelhados correndo desesperadamente por uma floresta escura, seus gritos ecoando entre as árvores sombrias. Seus pais estavam à frente, mas por mais que ela corresse, eles se afastavam cada vez mais, como se um véu invisível os separasse.

O coração do príncipe apertou-se ao ver a expressão de terror absoluto no rosto da menina. Algo a perseguia, uma sombra sinistra que se movia com uma velocidade alarmante. Então ela tropeçou, caindo ao chão, e a sombra se aproximou, prestes a envolvê-la.

Ele sabia que quando um sonho atingia tal nível de paralisia e medo, algo ruim poderia transbordar para o mundo real, e que mesmo assim não era boa ideia se envolver. Mas não podia simplesmente permitir que aquela menina, cujo cabelo flamejante, fosse consumida por aquele pesadelo. Com um gesto decidido, ele mergulhou ainda mais fundo no sonho, determinado a enfrentar a sombra do pesadelo daquela pobre garota.

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