Dirijo-me ao banheiro que fica dentro do meu quarto, e assim que abro a porta, sou recebida por uma onda de vapor quente que envolve minha pele, trazendo uma sensação imediata de conforto. O ambiente é pequeno, mas espaçoso o suficiente para dar a impressão de outro quarto. As paredes são revestidas de mármore claro, que reflete suavemente a luz das velas dispostas estrategicamente. Aproximo-me da banheira, cujo vapor se ergue preguiçosamente, como se convidasse para um abraço quente. Mergulho a ponta dos dedos na água, sentindo o calor envolvente que parece abraçar minha pele. A temperatura estava perfeita, como se alguém tivesse preparado cuidadosamente para mim. Por um momento, me pergunto se Oliva teria se adiantado, mas logo reconheço o trabalho discreto da magia, sorrindo levemente ao perceber.
Eu poderia eu mesma aquecer meus banhos sem problema algum no castelo, mas Oliva insistia todas as vezes que precisava fazer seu trabalho cuidando de mim. Uma vez chegamos a brigar por isso, mas no fim terminamos em risadas e alguns doces.
Com determinação, retiro vestido que usei desde o momento em que acordei, permitindo que o tecido leve deslize lentamente pelas curvas do meu corpo, acariciando minha pele enquanto desce. Ele cai suavemente no piso branco, formando uma pequena poça de tecido aos meus pés. Meu corpo, agora despido, se revela nu para o ambiente silencioso e acolhedor.
A água quente me envolve como um abraço reconfortante, afastando o frio e a tensão acumulada em meu corpo. Eu suspiro, deixando que o calor penetre meus músculos e tranquilize minha mente. A banheira é espaçosa, feita de um material reluzente que reflete o brilho suave por uma grande janela de vidro. O vapor sobe em espirais delicadas que se dissolvem no ar pouco úmido do banheiro, onde gotículas escorrem no mármore das paredes.
Minha mão desliza sobre a cicatriz no meu ombro, e imediatamente, o olhar de Asher surge na minha mente. A lembrança dele me observando com aqueles olhos profundos, carregados de algo que eu não conseguia decifrar, me perturbava de uma maneira que não esperava.
Pena ou preocupação?
Eu não sei, e isso me incomodava. Eu não queria falar sobre a cicatriz, não queria que ele me visse como alguém frágil, embora talvez já transparecesse isso, marcada pelas cicatrizes do passado. Mas a maneira como ele olhou para mim... havia algo mais ali, algo que mexeu com meu coração de um jeito que não consigo explicar.
O toque da água quente na minha pele era como um bálsamo para os pensamentos que tentam invadir minha mente. Já tive um dia difícil, lembro a mim mesma. Não preciso adicionar mais peso a ele revivendo memórias que preferia esquecer. Mas os pensamentos persistem, uma maré que eu não consigo conter.
Minha mão passa para a outra cicatriz na lateral da minha cintura, a mais recente, a que ainda carregava as lembranças da última vez... A pele ali ainda era sensível, um pouco mais avermelhada e viva, uma lembrança de como sou vulnerável, de como a linha entre a vida e o fim é fina demais. Mas eu não quero pensar nisso agora. Não, Não posso deixar o passado me consumir, não quando já estou tão sobrecarregada pelo presente.
Mas é difícil não se perder em pensamentos quando o silêncio e a tranquilidade da banheira me envolvem, como se estivesse flutuando entre dois mundos.
Asher, o nome dele surge em minha mente, e meu peito se aperta. A onde ele teria ido? Por que... Por que penso tanto nele?
Lembro-me de como ele estava sendo um pouco irritante no início, como cada palavra que saía da sua boca parecia destinada a me provocar. Mas percebi que havia algo mais sob sua superfície, um mistério que me atraía, mesmo quando eu tentava manter distância. E agora, com ele ausente, me sinto estranhamente... vazia. Como se uma parte de mim estivesse procurando por ele, ansiando pela sua presença de novo, mesmo que apenas para discutir sobre algo trivial. Me sentia estranha.
Mas não é só isso, não pode ser só isso. Há algo nele que acendeu uma chama em mim, algo que eu não consigo apagar, não importa o quanto tente. É como se a presença dele fosse um farol, uma luz que me atrai, mesmo quando sei que deveria me manter distante. Por que me sinto assim? Eu mal o conheço, e mesmo assim, ele se infiltrou nos meus pensamentos, me deixando confusa e vulnerável. E meu corpo de alguma forma reage...
O sangue começa a ferver minhas veias, cada pulsação intensificando um calor que estava se acumulando dentro de mim. Seus olhos... Uma onda de desejo me atravessa quando penso neles, quente, enquanto uma tensão se concentra entre minhas pernas me fazendo estremecer de leve na banheira. Um desejo obsceno percorre minha mente, primitivo e que não conseguia conter.
Estendo minha mão até a pequena parte sensível que pulsava entre minhas pernas, e as afasto para cada lado me permitindo um pequeno espaço, a reação imediata de um choque prazeroso me toma quando meus dedos tocam a região levemente, a sensibilidade irradia e meu corpo inteiro treme me fazendo gemer baixinho. Mordo os lábios, mas continuo suavemente com os dedos massageando e rodeando a região, soltando suspiros suaves em meio a água, sinto meus seios ficarem rígidos e as ondas quentes que parecem ir e voltar conforme cada vez que pressionava minha mão. Estava quente, eu, fervorosamente excitada, cada vez mais fácil de deslizar meus dedos, não pela água mas pela lubrificação que ali escorria e pintava a água com algo a mais, a excitação cresce e eu continuo agora mais rápido massageando freneticamente, prendendo os gemidos que tentam escapar de mim, com a outra mão seguro um de meus seios, apertando-o enquanto chego ao ápice, onde começo a ter leve espasmos fazendo com que a água se agite na banheira, um pouco mais rápido, mais forte, até que... Finalmente sinto como se um grande peso fosse tirado de mim, e uma leveza tomasse conta, retiro minha mão de entre as pernas e me permito ficar ali, mais um pouco, sentindo a sensação relaxante e gostosa, e o vapor ainda quente da água. Já havia feito isso algumas vezes, mas sabia que tinha mais... Os livros sugeriram isso, muito mais do que imaginava e que poderia ser feito quando se tinha um parceiro...
As estrelas lá fora pareciam me observar, cintilando em um céu escuro e infinito. Elas me lembravam de como o mundo era vasto, de como não o conhecia, e de como meus problemas, por maiores que pareçam, são apenas uma pequena parte de um todo muito maior. Mas mesmo assim, aqui, neste momento, só conseguia pensar se eu de fato viveria um dia ao invés de sobreviver até agora.
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Reino de sonhos e sombras
FantasyNo místico reino de Elaria, uma antiga profecia assombra a vida de Haelyn, a princesa de cabelos acobreados como chamas. Considerada uma aberração e um presságio de azar, Haelyn cresce entre os muros do palácio, desconhecendo a verdade que a aguarda...