Contrato de submissão

38 - normalizando

Acordo com o branco, a luz.... Não tenho certeza onde estou, tento me levantar quando escuto uma voz bem próxima a mim fazendo com que me assuste.

-Nem pensar, Mia - me viro lentamente e vejo Sebastian. O filme passa em minha cabeça e toda a cena acontece em um piscar de olhos, Liam... sem pulso, morto ao chão. Parecendo compreender a lágrimas em meus olhos ouço mais uma vez a voz - Acalme-se.

Durmo de novo.

Acordo e percebo que, diferente da outra vez, o quarto tem 3 médicos e 2 familiares - Sebastian e Eli.

-Oh, minha querida - Eli se curva e beija docilmente minha testa - Como está?

-Meus bebes... Liam? - novas lágrimas se formam e levanto a mão passando por minha barriga.

-Estão todos bem - o mundo sai de cima dos meus ombros, as lágrimas de tristeza passam a ser de alívio, não percebo, mas acaba aparecendo um breve sorriso em seus lábios – Fique tranquila, você passou por um momento muito estressante.

Fecho a cara e observo um médico se aproximar. O sorriso de seus lábios não aparecem em seus olhos e percebo que algo está errado.

-Olá, Mia - ele se aproxima mais - Como está se sentindo?

-Estou bem, doutor - olho pra Eli e depois da Sebastian, porque tanto médicos? - Algo errado?

-Você passou por um grande susto deixando consequências em seu corpo - paro de respirar - O trauma ocasionou estresse e por isso temos que cuidar disso.

-O que quer dizer, doutor?

-O estresse provoca liberação de hormônios e diminui a vascularização... - ele olha para Eli - Quero dizer que temo pelos resultados do que ocorreu, eu aconselho que procure um psicólogo e fique bastante tempo descansando. Nada de pegar em peso, brigar, discutir... apenas cuide de seus filhos.

-Vou cuidar sim, doutor - aliso minha barriga - Vou fazer tudo por eles.

O restante do dia passa rápido, todos evitam falar muito de Liam e não entendo o motivo – ele não está bem?

-O médico disse para eu não me estressar... - olho pra Sebastian – Entretendo, não me dão notícias do homem que amo.

-Ele está em cirurgia ainda... - ele fala e meu coração para.

-Dis..disseram que ele estava bem.

-Ele vai ficar bem, não se preocupe.

-Quero vê-lo – falo tentando me levantar.

-Negativo, Mia. Você vai ficar aqui cuidando de meus sobrinhos e eu vou ver se tenho alguma notícia.

Meu coração está apertado e rezo pedindo para que o salve. Depois de tudo que passamos é injusto que ele morra e eu fique aqui sofrendo por ele.

Dois dias se passam e, enfim, posso sair do hospital. Liam está fora de risco e ainda não pude o ver. Assim que saio do quarto sou orientada de todas as coisas que devo tomar e seguir rigorosamente, minha cabeça apenas balança confirmando sem aguentar a saudade de vê-lo.

O caminho até onde se encontra parece uma eternidade, ando sem prestar atenção em nada e apenas escuto vozes ao longe me chamando. Desconsidero qualquer coisa que possa aumentar meu tempo de chegada e apresso os passos para chegar ao meu destino. A enfermeira avisa que tenho que ser rápida e logo sai.

Liam está dormindo. Entro lentamente e levo que seu peito, seu braço e sua perna estão enfaixadas, não lembro quantos tiros foram, mas achava que era apenas dois. Me aproximo da cama e seguro sua mão me curvado para ficar mais perto de seu ouvido.