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"Sua cabeça é uma maldito pesadelo, mas eu aprendia gostar dele"

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"Sua cabeça é uma maldito pesadelo, mas eu aprendia gostar dele"

Eu estava deitado na minha cama, as memórias da noite anterior não saiem da minha mente, Day, porra, quem era aquele garoto e pior como ele sabia quem eu era.

Meu Buda.

Eu nunca deveria ter ouvido Syan.

Mas então porque caralhos toda vez que eu pensava naquela cena os arrepios que corriam na minha espinha não era exatamente ruim.

Caralho eu preciso ser um masoquista de primeira para ter gostado daquilo.

Eu olho novamente para a matéria aberta em meu notebook.

O Primal, ou “jogos primitivos” como chamamos aqui no BDSM, é uma forma de se jogar que lida com as emoções e sentimentos, inclusive eróticos, de forma mais animalesca.

Quando digo animalesca, eu quero bem dizer ao pé da letra, pois o Primal não é somente uma “luta sexual com pegada mais forte”, o Primal é animalesco no sentido de trazer à tona o instinto mais básico de sobrevivência do animal que reside dentro de cada ser humano jogador.

Os Primals se despem dos protocolos de civilidade e também dos acessórios costumeiramente utilizados, e usam como instrumento aquilo que melhor lhes pertence e eles conhecem, ou seja, a totalidade de seus sentidos e corpos.

Pele, cabelos, unhas, dentes, força física, ou seja, tudo que seja inerente por definição de bicho Homem, passa a ser instrumento de um jogo Primal.

O jogo em si consiste numa “caçada” onde o predador vai à caça e captura de sua presa, tomando-a pra si, como um “take down”.

Como estamos falando de dois “bichos” brigando, durante a caçada é muito comum a emissão de grunhidos, o uso do olfato “farejando”, as unhas arranhando, os dentes rangendo e mordendo etc …

Como podemos perceber, o Primal pode se mostrar um jogo absurdamente sexy e passional, ainda mais, quando levamos em consideração, todo aprofundamento dos sentidos e sentimentos envolvidos.

Uma característica que muito me chama atenção no Primal, é que ele pode desencadear na presa o medo e, para mim especificamente, perceber o medo, sentir o cheiro do medo, ver a cor do medo nos olhos da presa é absurdamente excitante, chegando até a dar água na minha boca.

Nem todo mundo gosta de jogar na seara do medo alheio. Justo! Mas para aqueles que se acomodam bem a esse sentimento, o Primal provê realização.

Na contramão do Pet Play, que traz consigo a delicadeza dos puppies, dos kittens, o Primal traz a agressividade dos bichos mais “encorpados” da natureza.

No Primal, o predador quer dominar e a presa, que também embate. Não há violência em seu sentido mais abusivo e não foge da consensualidade. Ninguém entra num embate Primal sem querer!

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