Capítulo Vinte e Oito

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Marlon Shipka:

Eu tentei me segurar, mas o peso daquela tensão no ar tornou impossível manter meus olhos fechados. Abri-os devagar, o coração batendo forte no peito. A luz suave da lua atravessava a cortina, banhando o quarto com um brilho prateado, mas o que realmente me prendeu foi o olhar intenso de Otto.

Ele estava sentado na beira da cama, a postura firme e os olhos fixos em mim. Aqueles olhos, normalmente frios e calculistas, agora queimavam com algo profundo, quase faminto. Senti um arrepio percorrer minha espinha quando percebi a intensidade do desejo em seu olhar.

Levantei-me devagar, ajustando-me no colchão enquanto o silêncio pesado nos envolvia. Eu podia ouvir a respiração dele, baixa e controlada, mas havia algo mais na forma como ele se inclinou levemente na minha direção, uma urgência contida. Era como se cada movimento dele fosse carregado de um propósito singular, quase predatório.

— Eu quero você — a voz dele saiu rouca, quase um sussurro que parecia reverberar pelo quarto, arrepiando minha pele. Havia um tom grave e determinado em suas palavras, como se ele tivesse lutado contra aquilo por tempo demais. — Quero mais do que só proximidade... quero sentir cada parte sua, quero tocar sua alma, sua essência.

O modo como ele disse isso, cada palavra carregada de emoção crua, fez meu estômago revirar de ansiedade e expectativa. Ele se inclinou um pouco mais, os dedos tocando de leve a minha mão, como se ainda estivesse pedindo permissão, apesar da fome evidente em seu olhar.

O toque era quente, mas carregava uma doçura rara em Otto, uma vulnerabilidade que ele raramente deixava transparecer. A respiração se acelerou no espaço entre nós, e naquele momento, o mundo parecia ter desaparecido, deixando apenas o desejo sufocante e a promessa silenciosa daquele momento.

Aqui está a continuação da cena com mais emoção e detalhes:

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— Então me faça seu — sussurrei, minha voz quase falhando ao pronunciar as palavras, carregadas de um misto de nervosismo e entrega. Eu não conseguia desviar o olhar dos olhos de Otto, que agora pareciam brilhar ainda mais intensamente à luz tênue. Havia uma fome contida ali, mas também algo mais profundo, um desejo de conexão além do físico.

Minhas palavras pairaram no ar por um instante, como se o tempo tivesse parado. Vi a mandíbula de Otto se contrair levemente enquanto ele absorvia o que eu havia dito. Seus olhos deslizaram lentamente pelo meu rosto, descendo até meus lábios, e eu pude sentir o calor crescer entre nós, como se estivéssemos prestes a cruzar um limiar que não teria volta.

Ele se inclinou para mais perto, seu rosto a poucos centímetros do meu. O ar parecia rarefeito, cada respiração nossa misturando-se. Quando ele finalmente falou, sua voz era quase um rosnado baixo, envolvente e cheia de promessas.

— Você não faz ideia do que está pedindo — ele murmurou, os lábios mal se movendo enquanto suas palavras carregavam uma mistura de advertência e desejo. — Mas se é isso o que quer, eu não vou me segurar.

Suas mãos deslizaram pela lateral do meu rosto, seus dedos calejados, mas gentis, como se ele estivesse tocando algo precioso e frágil. Um arrepio percorreu minha pele, meu corpo reagindo automaticamente à intensidade do momento. Eu sabia que, a partir dali, não havia mais barreiras, nenhuma pretensão de resistência ou hesitação.

Otto se aproximou mais, sua testa encostando levemente na minha enquanto nossos lábios quase se tocavam. O mundo lá fora se desvanecia, e tudo o que importava era aquele instante, aquele pequeno espaço de tempo onde o desejo se misturava com algo mais profundo, mais íntimo.

Meus dedos tremeram ligeiramente ao tocarem seu peito, sentindo o ritmo forte do seu coração sob a pele. Estávamos à beira de algo novo, algo que transcendia o físico e adentrava uma esfera onde almas se encontravam e se pertenciam. Eu queria mais, queria me perder completamente naquele olhar que parecia devorar cada pedaço de quem eu era.

O bruxo imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora