Capítulo Vinte e Nove

18 102 0
                                    

Marlon Shipka:

Acordei na manhã seguinte com a luz suave do sol espreitando pelas frestas das cortinas, aquecendo o quarto de forma quase aconchegante. Minha cabeça repousava sobre o peito de Otto, subindo e descendo suavemente com o ritmo constante de sua respiração. Por um momento, deixei-me ficar assim, sem pressa, apenas sentindo o calor da pele dele sob a minha, ouvindo o som firme e reconfortante de seu coração batendo.

Havia algo de indescritivelmente sereno naquela quietude. Senti uma calma que há muito tempo não experimentava, uma paz profunda que parecia envolver cada parte de mim. Era como se, pela primeira vez em muito tempo – talvez até em toda a minha vida – eu pudesse simplesmente... respirar. Não havia medo, insegurança ou aquela ansiedade incessante que sempre me acompanhava. Ali, nos braços de Otto, tudo parecia certo, como se o mundo finalmente estivesse em equilíbrio.

Levantei a cabeça devagar, observando o rosto dele ainda adormecido. Havia uma leveza em suas feições que raramente via – uma suavidade que contrastava tanto com a imagem forte e dominante que ele sempre mostrava ao mundo. Ali, em sua vulnerabilidade, ele também encontrava paz, e isso se refletia em cada detalhe: a linha relaxada de sua boca, a tranquilidade no seu semblante. Era como se, ao meu lado, ele também pudesse se permitir baixar as defesas.

Um sorriso suave surgiu nos meus lábios. Com ele, eu me sentia completo de uma forma que transcende qualquer explicação lógica. Era uma sensação que ia além do físico, além do emocional – era como se minha alma, após tanto tempo vagando, finalmente tivesse encontrado um lar.

E então, algo em mim se firmou, uma certeza que veio como uma verdade absoluta.

— Com ele, estou em paz — Murmeurei. — De todas as formas possíveis.

Digo isso com toda a convicção de alguém que já viveu duas vidas, que conheceu as profundezas da dor, da perda, e que lutou contra o vazio por tanto tempo. Ter experimentado tanto me deu a clareza para reconhecer o que é realmente valioso, e essa paz que sinto agora é inegável. Ao lado dele, sinto que posso ser quem realmente sou, sem medo, sem máscaras, sem o peso de expectativas sufocantes. Apenas eu.

Enquanto os primeiros raios de sol banhavam o quarto, fechei os olhos por um instante, deixando essa paz se infiltrar ainda mais fundo em mim. Não era só a tranquilidade de uma manhã tranquila – era a paz que vem de saber que, ao lado de alguém, você finalmente encontrou o que tanto buscava.

Otto murmurou algo inaudível enquanto se mexia ligeiramente, e eu apenas sorri, sentindo o coração se aquecer ainda mais. Eu sabia que não importa o que viesse a seguir, aquele momento seria uma âncora para mim, uma lembrança de que, não importa o quão caótico o mundo possa ser, há um lugar onde posso simplesmente existir e ser amado.

Aqui está a continuação com mais detalhes e emoção:

---

Enquanto estava perdido nesses pensamentos tranquilos, senti os braços de Otto se moverem, me puxando para ainda mais perto dele. Com uma suavidade inesperada para alguém tão imponente, ele deslizou seus dedos pelo meu queixo, levantando-o levemente até que nossos rostos ficassem a poucos centímetros de distância. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me surpreendeu com um selinho carinhoso, aquele toque breve e doce que fazia meu coração acelerar de um jeito gostoso.

— Bom dia — murmurou ele entre mais alguns selinhos suaves, a voz ainda rouca de sono, mas carregada com um tom afetuoso. O calor do seu hálito roçou meus lábios, criando um contraste delicioso entre o toque e o frio suave da manhã.

Eu sorri contra seus lábios, sentindo aquela familiaridade aconchegante que só se constrói com alguém que conhece cada nuance do seu ser. Otto continuou a me beijar levemente, como se quisesse prolongar o contato, saboreando cada instante.

O bruxo imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora