Capítulo Vinte e Dois

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Marlon Shipka:

Quando abri os olhos na manhã seguinte, percebi que o restaurante havia finalmente retornado ao outro mundo. A familiaridade do ambiente me trouxe um alívio sutil, mas o peso das responsabilidades ainda pairava sobre mim. Alice e Denis, ainda meio sonolentos, estavam aconchegados ao meu lado, seus pequenos corpos buscando o calor e a segurança que eu representava para eles.

Com um sorriso suave, acordei as crianças, sussurrando seus nomes com carinho. Elas abriram os olhos lentamente, e eu as guiei em nossa rotina matinal. Primeiro, cuidei da minha própria higiene e depois ajudei-os, sorrindo para mim com um brilho de confiança que aquecia meu coração.

— Hoje vocês vão conhecer algumas pessoas que fazem parte do meu dia a dia — disse, enquanto finalizava de secar meu rosto. — Algumas delas são bastante habilidosas em magia.

Dennis, ainda lutando para acordar completamente, tinha suas orelhas de lobo à mostra, um reflexo de sua verdadeira natureza. Ao notar seu olhar apreensivo, me ajoelhei ao lado dele, colocando uma mão tranquilizadora em seu ombro.

— Isso é normal por aqui — assegurei, meus olhos encontrando os dele com firmeza. — Não precisam ter medo de nada.

Eles assentiram, mas seus olhares foram imediatamente capturados por algo além da janela. Uma pequena criatura alada passou voando, deixando-os fascinados. Enquanto arrumava a cama, encerrando nossa breve estadia no restaurante, sentia a excitação crescente das crianças.

Ao sairmos, o mestre do restaurante nos deu uma despedida calorosa, acenando com um sorriso que carregava tanto afeição quanto sabedoria. Ao atravessarmos a porta e entrarmos no mundo exterior, decidi que seria bom deixá-los caminhar um pouco, para que pudessem se acostumar com esse novo mundo.

Os olhos de Alice e Denis brilharam de admiração enquanto observavam as pessoas-fera, suas formas misturadas e criaturas flutuantes animando o céu acima de nós.

— Eu também vou poder fazer isso? — Alice perguntou, sua voz cheia de esperança e excitação, enquanto me olhava com seus olhos grandes e brilhantes.

Me abaixei na altura dela, sorrindo de leve.

— Talvez não exatamente isso, mas você poderá aprender a criar poções alquímicas poderosas, e eu vou ensinar tudo que sei — prometi, vendo seus olhos se iluminarem ainda mais. — Ambos serão meus aprendizes, e vou treiná-los para sobreviver neste mundo.

— Eu vou adorar! — Alice exclamou, sua animação era tão contagiante que não pude evitar uma risada. Denis, por outro lado, apenas deu de ombros, mas notei um leve sorriso se formando em seus lábios.

Continuamos nosso caminho, passando por várias barracas e vendedores que me chamavam pelo nome, ansiosos para oferecer seus produtos. Consegui barganhar várias coisas úteis ao longo do caminho, enquanto as crianças observavam cada detalhe com um misto de curiosidade e maravilha. A aventura deles em meu mundo havia começado, e eu estava determinado a guiá-los da melhor maneira possível.

No fim, tivemos que voltar para o palácio em uma carruagem, carregados de doces mágicos e roupas que as crianças haviam escolhido com entusiasmo. Alice e Denis estavam encantados com as pequenas maravilhas que agora seguravam firmemente em seus braços, seus sorrisos iluminando o interior da carruagem enquanto os cavalos nos levavam de volta.

Quando chegamos em frente ao imponente portão do palácio, desci da carruagem com as crianças ao meu lado, seus passos pequenos mas decididos. Cumprimentei as pessoas que nos viam passar, reconhecendo os olhares curiosos que seguiam as crianças, que se mantinham coladas firmemente a mim, como se procurassem proteção no desconhecido.

O bruxo imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora