Capítulo Quarenta e Seis

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Marlon Shipka:

Meus poderes despertaram com uma intensidade feroz, reagindo à urgência do momento. Senti a energia sombria pulsar em minhas veias enquanto corria em direção ao campo de batalha. Quando virei o corredor, fui recebido por uma visão aterradora: os inimigos não eram soldados comuns, mas enormes monstros, grotescos e violentos, avançando pelo palácio com uma força destrutiva.

As criaturas eram gigantescas, com corpos deformados, cobertos por escamas e peles ásperas. Garras afiadas e presas longas rasgavam tudo em seu caminho, enquanto seus olhos brilhavam com uma fúria cega. Eles atacavam os cavaleiros que tentavam desesperadamente segurar a linha de frente, mas estavam sendo brutalmente sobrepujados pela força avassaladora daqueles monstros.

Sem pensar duas vezes, invoquei uma onda de magia das trevas. Raios negros se espalharam por minhas mãos, serpenteando como cobras antes de dispararem em direção ao primeiro monstro. O impacto foi devastador, atingindo a criatura em cheio e arrancando um rugido gutural de dor. Mesmo assim, ela continuou avançando, arrastando-se sobre o chão destruído e esmagando qualquer coisa em seu caminho.

A intensidade do combate foi uma mistura de caos e estratégia desesperada. Concentrei minha magia, formando espinhos negros que surgiram do chão, perfurando a pele grossa dos monstros. Cada golpe precisaria ser letal, mas eles eram resistentes, absorvendo ataques que teriam derrubado qualquer adversário comum.

No entanto, o choque que senti ao ver essas criaturas não vinha apenas de sua aparência grotesca, mas da realização de que eram algo mais do que simples monstros. Havia uma energia macabra fluindo através deles, como se estivessem sendo controlados ou guiados por uma vontade maior. Isso explicava a coordenação de seus ataques e a maneira como visavam as áreas mais vulneráveis do palácio.

Enquanto eu avançava, derrubando uma criatura após a outra, percebi que os cavaleiros ao longe lutavam desesperadamente para manter a linha. Mesmo com sua bravura, estavam claramente em desvantagem. Eu precisava agir rápido, antes que eles fossem completamente esmagados.

Desviei de um golpe poderoso de uma das criaturas, uma besta enorme com chifres e braços desproporcionais. Girei no ar e lancei uma explosão de magia sombria diretamente no peito do monstro. A força do impacto foi suficiente para rachá-lo, e ele caiu pesadamente no chão, criando uma cratera onde antes havia apenas um corredor de pedra.

Mas os monstros não paravam de surgir. A cada criatura abatida, parecia que mais duas tomavam seu lugar. E então, no meio do caos, notei algo: runas brilhando levemente no corpo de uma das criaturas. Elas eram como selos antigos, inscrições feitas para escravizar e controlar.

Esses monstros estavam sendo invocados e controlados, provavelmente pela figura sombria que Lunerio mencionara. Ele estava jogando conosco, testando nossas defesas e expondo nossas fraquezas. Um ataque direto como esse era apenas a ponta do iceberg.

Precisávamos cortar a fonte desse poder, mas eu não sabia onde ela estava. Precisávamos resistir e, ao mesmo tempo, descobrir o ponto de origem dessas criaturas antes que fosse tarde demais.

Com os cavaleiros lutando ao meu lado, eu me concentrei em coordenar nossos esforços. Disparei rajadas de escuridão, criando barreiras para proteger os soldados e abrindo caminho para que pudessem reorganizar suas linhas de defesa. No entanto, eu sabia que estávamos correndo contra o tempo. Esses monstros eram apenas o prelúdio para algo maior, algo que estava se aproximando a cada minuto.

Precisava de uma solução e rápido. Mas enquanto as criaturas continuavam a avançar, a única certeza que tinha era que esse conflito estava apenas começando. E eu não poderia permitir que essas forças das trevas tomassem o palácio, não importava o que viesse a seguir.

O bruxo imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora