Capítulo Quatro

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Marlon Shipka:

Quando voltei ao castelo, fui recebido por duas figuras familiares para Max: o príncipe Steven e seu namorado, Arthur. Atrás deles, estava Max, que acenou em minha direção com um sorriso leve.

— Olá, por que estão todos me esperando? — perguntei, curioso, enquanto Max me puxava discretamente para o lado. Notei que ele segurava um pequeno ramo de sálvia na mão.

Sem dizer mais nada, Max sussurrou algumas palavras, e uma pequena chama surgiu na ponta da sálvia, começando a queimá-la. Era um feitiço de privacidade; enquanto a sálvia queimasse, ninguém seria capaz de ouvir nossa conversa.

— Otto decidiu esta manhã quem serão os cavaleiros que vão acompanhar você nesta viagem — disse Max, com um tom sério. Lancei um olhar para os outros dois; Steven tentava avidamente ouvir o que falávamos, mas Arthur o segurava firmemente, mantendo-o afastado.

Steven Summers era conhecido por sua curiosidade insaciável, e a ansiedade em seus olhos tornava claro que ele estava louco para saber o que estava acontecendo.

Max, por sua vez, parecia achar graça na situação, um sorriso travesso se formando em seu rosto ao observar Steven.

— Otto deixou claro que ele quer que esses dois o acompanhem, e não aceitará um 'não' como resposta. Ele está decidido a garantir uma guarda pessoal para você — Max continuou, se afastando um pouco para me dar espaço.

Minha raiva subiu rapidamente. — Aquele filho da puta...! Ele esqueceu que sei muito bem como me proteger? Não preciso de uma guarda pessoal! — praticamente gritei, minha frustração evidente.

Mas, por trás da minha raiva, havia uma dúvida persistente: será que a situação ficaria realmente como estava?

Steven, um ex-príncipe do Império de Sumerys, havia sido deixado de lado quando Max ascendeu ao trono. Apesar disso, Steven sempre fora sério e responsável, envolvido na política nacional desde muito jovem devido ao seu intelecto excepcional. Porém, nessa situação, ele parecia ser a escolha perfeita para Otto.

Max e eu havíamos passado por muitas coisas juntos e sabíamos como fazer as pessoas seguirem as nossas próprias regras, mas isso... isso era diferente.

— Como isso pôde acontecer!? — falei, soltando um suspiro profundo. — Isso é uma maldição, ou Otto é simplesmente péssimo em suas escolhas? Ou talvez seja que, entre todos os homens deste continente, só existam pervertidos?

Max riu ao me ouvir. — O Ian se encaixa nesse seu perfil? — perguntou, com um sorriso inocente.

— Claro, menos o Ian, que só falta lamber os seus pés. E o Steven? Ele faz o mesmo com Arthur. Mas Otto está agindo como se eu fosse um fraco que precisa de proteção — respondi, enquanto Max acenava com a cabeça, concordando ao mencionar seu próprio marido.

A questão que me atormentava era se eu seria capaz de amar um homem como Otto. Não estava certo se haveria uma 'próxima vez' se falhasse em ajudá-lo.

Talvez, ao menos, eu pudesse tentar ser amigo dele. Afinal, não tenho o direito de reclamar se não der uma chance para conhecê-lo melhor.

Mas, a última vez que amei e admirei alguém, um homem em quem confiei por tanto tempo, ele se revelou um psicopata que me traiu e causou minha morte em minha primeira vida.

Agora, não importava o quanto eu pensasse nisso, o obstáculo parecia intransponível. Eu realmente sou tão azarado assim?

— Não há realmente nada que possamos fazer? Eles ainda são membros do seu império, e sua palavra tem peso. Se eles não quiserem ir, você pode forçá-los a ficar — falei, agarrando-me a uma última esperança. Mas Max balançou a cabeça tristemente.

O bruxo imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora