Desejos

49 7 1
                                    


Francesca

Abro a porta do meu quarto antes mesmo de parar os passos. 

- Vamos, agora! - Falo séria a Amy que acaba de sair do banho.

- Vamos? Pra onde? - Arruma a toalha ainda em seu corpo úmido.

- Eu ouvi uma conversa do traidor do Vicenzo e do meu irmão. - Abro o guarda-roupa com pressa e mesmo sem olhar as coisas direito, começo a pegar as peças que estão ao meu alcance. - Eles vão devolve-la. 

- Francesca... - Coloca a mão acima da minha enquanto abro uma mala - Para.

- Amy, não temos tempo...

- Está tudo bem! - Ela tenta sorrir, mesmo que seus olhos comecem a ficar molhados. - Vai ficar tudo bem comigo. 

- Não vai, você sabe disso... Podemos ir para uma casa de veraneio que temos e...

- Seu irmão nos encontraria.

- Eu sei, mas ganharíamos tempo.

Amy senta na cama e percebo que não vamos a lugar nenhum, por que diabos essa menina não está guardando as coisas ou demonstrando medo? Ela vai voltar para aquele inferno, e nem ao menos esboça reação, na verdade me encara como uma irmã mais velha, prestes a me dar um sermão.

- Por mais que eu adoraria a ideia de irritar o Frederico, não é a única coisa que vamos estar fazendo. Colocaremos a sua família em risco, e se o teu irmão por um milésimo imaginar que você está em perigo, céus... Ele é capaz de derrubar uma parede com um soco. Não estaríamos seguras, você não estaria segura sem eles. Deixa-los aqui, você os matariam, Fran.

- Você não está pensando direito! Frederico me encontraria e ganharíamos tempo para saber o que fazer e...

- E, o quê? Irritar muito mais os Bellini, até chegar em um ponto do qual criariam uma guerra? Por mais altruísta que Frederico possa ter sido, o que fez foi errado. - Levantou-se e começou a se vestir. Me mantive quieta, tentando entender porque uma garota estava disposta a voltar para um ambiente como aquele.

- Então vai você. - Viro pra ela, quando termina de colocar um vestido mídi preto que eu a emprestei. Sinceramente, fica mais bonito nela. 

- Pra onde? - Sorri com tristeza. 

- Recomeçar. 

- Vou falar com o Frederico, e resolveremos isso.

Ela abre a porta e Vicenzo estava prestes a bater. Ele é quase do tamanho daquele batente e sua camiseta blusa está um pouco justa nos seus braços, sempre achei incrível a quantidade de tatuagens que aquele braço era capaz de carregar. 

- Amy. - Ele murmura.

- Eu sei. Vou falar com ele.

- Como... - Seus olhos recaem em mim, em seguida na mala e nas roupas. E o olhar que volta na minha direção é de completa irritação. 

Ele da passagem para a Amy e passa pelo batente, fecha a porta e passa a chave. Franzo o cenho quando ele retira a chave e guarda no bolso do seu jeans.

Família ManciniOnde histórias criam vida. Descubra agora