Quando Amy acordou pela manhã, uma silhueta na frente da janela chamou sua atenção. Estranhamente, não sentiu medo; logo reconheceu Federico. Silenciosamente, virou o corpo para observá-lo. Ele estava parado, com as mãos nos bolsos do terno azul-marinho, a postura sempre ereta, e parecia absorto em algo além da janela. Os ombros largos subiam e desciam suavemente com sua respiração.
Sem perceber que ela já estava acordada, Federico virou a cabeça na direção de Amy. O encontro de seus olhares o fez sentir um frio na barriga. Ele a adorava.
— Bom dia — murmurou Federico, com um tom suave.
— Bom dia. O que houve? — Amy perguntou, intrigada.
Ele caminhou até a cama, os sapatos sociais quase silenciosos no chão de madeira.
— Muita coisa aconteceu — respondeu, parando ao lado da cama. Em seguida, fez uma pergunta simples, mas carregada de preocupação. — Você está se sentindo bem?
Amy assentiu com a cabeça. A satisfação em seu olhar fez com que Federico também acenasse, aliviado, ele desabotoa o botão do paletó e se senta na cama.
— Precisa de algo? — ele questionou, respirando fundo.
— Não, estou bem — respondeu ela, sentando-se na cama próxima a ele.
Federico não estava acostumado com a proximidade de uma mulher mexendo tanto com seus sentidos. Instintivamente, ele se afastou um pouco, quase imperceptivelmente.
— Está tudo bem? — Amy perguntou, percebendo a mudança.
Ela se aproximou, observando os lábios dele, úmidos e convidativos. Apenas lembrar de como eram instigantes fez com que uma chama se acendesse dentro dela.
Federico notou o corpo dela se inclinar, e a visão o fez hesitar.
— Não posso lidar com isso agora — murmurou, a voz quase um sussurro.
Confusa, Amy o encarou, sentando-se para analisar o rosto sério de Federico. Ele era tão bonito que cada centímetro de seu rosto parecia ainda mais atraente a cada dia.
— Eu... — ele começou, balançando a cabeça como se tentasse desviar de algo que realmente não queria dizer — Preciso encontrar Vicenzo, lidar com o drama dele e da Francesca, falar com a família, proteger o filho. Não quero me distrair — ele explicou, sua voz grave e firme.
— O que você considera uma distração? — Amy indagou, sua curiosidade crescendo.
Federico se levantou impulsivamente, de costas para ela.
— Ora, Amy, não se faça de ingênua — ele disse, a frustração evidente na voz.
Amy se levantou, rebatendo:
— Não sei o que isso significa para você!
Ele balançou a cabeça, sem responder.
— Você tem medo de eu ficar em cima de você? — Amy perguntou, tentando decifrar o que ele realmente queria.
Federico negou, mas sua inquietação era palpável. Por ele, Amy viveria colada em seu corpo.
— É porque você não está mais atraído? — ela insistiu, desafiadora.
Federico coçou a cabeça, um sorriso irônico surgindo em seus lábios. Cada poro dele desejava aquela garota.
— É por causa do que contei no hospital? — Amy pressionou, a confusão crescendo.
Ele permaneceu em silêncio. Com as mãos na coxa, ela bateu, frustrada por não entender o que estava acontecendo. No hospital, quase haviam se despido, e agora ele pedia um "tempo"?
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Família Mancini
RomanceFederico Mancini, chefe de uma respeitada família da máfia italiana, vive em constante vigilância para proteger sua irmã, Francesca. Quando Amy Miller é oferecida como moeda de troca, ele recusa, mas o destino os reencontra, obrigando-o a levá-la pa...