Amy mexia a colher dentro da xícara, distraída, com os olhos fixos em nenhum lugar específico. Ela não estava realmente ali, naquele momento. A mente estava em outro lugar. O espaço ao lado de Federico, vazio na manhã, era um reflexo de algo importante que ele precisava resolver. Mas ainda, Amy pensava naquela maldita pulseira.
Francesca entrou na cozinha, sonolenta, com os cabelos bagunçados e uma camiseta amassada. Ela olhou para Amy com uma expressão de dúvida.
— Ei, Amy... — Francesca estalou os dedos na frente do rosto da amiga.
Amy piscou, saindo dos seus devaneios. Ela parecia um pouco perdida, como se tivesse acordado dentro de um pesadelo.
— Oi... — Amy murmurou, balançando a cabeça, tentando afastar os pensamentos.
Francesca a observou por um segundo, notando o olhar distante da amiga.
— O que foi? Está tão estranha. — Francesca franziu a testa, ainda confusa.
Amy não respondeu de imediato, mas seu olhar fixo no nada parecia transmitir uma urgência crescente. Então, de repente, ela se levantou com um movimento abrupto.
— Vamos. — Ela disse, quase sem emoção.
Francesca arqueou a sobrancelha.
— Vamos para onde? — Ela perguntou, confusa.
Amy se virou, sem olhar para ela, como se já soubesse o que estava fazendo.
— Se troca rápido. — Amy deu a ordem, sem hesitar.
Francesca a observou por um momento, sem entender, mas não questionou. Sabia que quando Amy estava nesse estado, não havia tempo a perder. Ela se dirigiu para o quarto, tentando entender o que estava acontecendo.
Enquanto Francesca se arrumava, Amy foi até o quarto de Federico. A escrivaninha estava desorganizada, com papéis espalhados por todo lado. Do lixo com alguns papéis amassados de anotações, ela puxou aquela pulseira, que viu Federico jogar na noite anterior. Virou a pulseira observando os detalhes, até que um nome chamou a sua atenção.
— Vagabunda... — Amy murmurou para si mesma, com os dentes cerrados.
O ódio a tomou por completo, e uma sensação de raiva intensa a invadiu. Ela apertou o objeto na mão, sua respiração ficando mais pesada.
Saindo do quarto, ela encontrou Francesca na porta de seu próprio quarto, terminando de se vestir.
— O que está acontecendo, Amy? — Francesca perguntou, com uma pitada de preocupação na voz.
— Onde está o Vicenzo? — Amy perguntou, sem olhar para ela.
Francesca franziu a testa, estranhando a pergunta.
— Ele saiu com o Federico pela manhã. — Ela respondeu, ainda sem entender.
Amy não disse mais nada e foi até as escadas. Francesca a seguiu, hesitando, sem saber o que pensar. Quando Amy puxou-a de volta e indicou para que fizesse silêncio, Francesca percebeu que algo estava muito errado. Elas desceram até a garagem, onde normalmente não iam.
— O que você está fazendo? — Francesca sussurrou, agoniada.
Amy não respondeu de imediato. Ela olhou para os carros estacionados: a Porsche de Vicenzo, a Mercedes de Federico e a Range Rover dos seguranças.
— Vamos pegar a Mercedes. — Amy disse, como se já soubesse exatamente o que fazer.
Ela foi até o carro de Federico, puxou a chave e abriu a porta do motorista com cautela. Francesca a seguiu e entrou no banco do passageiro, sua mente correndo para entender o que estava acontecendo.
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Família Mancini
RomanceFederico Mancini, chefe de uma respeitada família da máfia italiana, vive em constante vigilância para proteger sua irmã, Francesca. Quando Amy Miller é oferecida como moeda de troca, ele recusa, mas o destino os reencontra, obrigando-o a levá-la pa...