Escolhas

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Era madrugada quando Vicenzo acordou assustado, uma mão cobrindo sua boca. O instinto tomou conta dele, e rapidamente sua mão encontrou a arma sob o travesseiro, apontando para a intrusa. Em um instante, reconheceu Francesca. Ela retirou a mão de seu rosto, encarando a arma com uma mistura de surpresa e desafio.

— Você está louca? — sussurrou Vicenzo, a voz carregada de incredulidade.

— É você quem dorme armado — respondeu ela, sem hesitar.

Ele inclinou o corpo, conferindo se a porta estava trancada, antes de ligar o abajur. A luz quente iluminou seu rosto, destacando os traços marcantes e as sombras que dançavam ao seu redor.

Francesca desviou o olhar para o corpo sem camiseta dele, absorvendo as tatuagens e os músculos, o tórax subindo e descendo com a respiração. Um silêncio carregado tomou conta do quarto. Vicenzo, em um gesto suave, levantou o queixo de Francesca, fazendo seus olhares se cruzarem.

— Precisamos ajudar a Amy — disse ela, recuperando a compostura. — Quero que você vá comigo soltá-la.

Vicenzo franziu o cenho, cético.

— Diz que isso não passa de uma desculpa esfarrapada, para você estar aqui.

O rosto de Francesca corou, mas sua determinação era inabalável. Não era uma desculpa; a urgência de resgatar Amy a consumia. Mas obviamente ela não precisaria fugir do seu quarto no meio da madrugada, e estar no quarto do Vicenzo.

— Já se passaram cinco dias desde que a Amy está com a mãe — ela explicou, a voz firme.

— E as duas mal conversam. A mãe da Amy está começando a ficar com abstinência.

Francesca sentiu um frio na barriga ao pensar no que poderia acontecer se nada fosse feito.

— Vocês realmente querem que ela mate a Amy lá dentro? — questionou, a preocupação evidente em suas palavras.

O olhar de Vicenzo endureceu, mas a tensão do momento os cercava como um manto, ele já pensou sobre isso, sobre ter sido o motivo de Federico ter prendido Amy lá. Ele hesitou, lembrando-se do que estava em jogo.

Enquanto a conversa se desenrolava, um silêncio pesado preenchia o espaço, e Francesca não pôde evitar de notar como Vicenzo estava perto dela, a intensidade daquela noite quase palpável.

Francesca olhou intensamente para Vicenzo, a preocupação evidente em seu rosto.

Vicenzo se encostou na cabeceira da cama, cruzou os braços ponderando a situação.
Ele até tentou convencer Federico, contudo, o amigo estava irredutível... quase irreconhecível.

O movimento de Vicenzo ao se sentar fez com que o lençol deslizasse pelo seu abdômen, revelando gomos definidos que a deixaram sem fôlego. Francesca não pôde evitar de admirar a beleza daquele corpo, um contraste com a situação que enfrentavam.

O silêncio entre eles se tornou carregado, e a preocupação com Amy se misturava com uma tensão crescente. O momento parecia suspenso, desafiando o tempo enquanto eles ponderavam sobre o que fazer a seguir.

Vicenzo pegou a mão dela e lentamente a levou até seu abdômen. O toque suave da pele fez com que ele se arrepiasse por inteiro, e Francesca suspirou, sentindo a conexão pulsar entre eles. Era o mais longe que o toque dela havia chegado.

— Vicenzo — Francesca sussurrou, seu olhar fixo no dele.

Com um movimento gentil, ele puxou mais o braço dela, conduzindo-a até seu colo. A mão de Francesca subiu pela pele dele, deslizando até a altura do seu coração. Ela podia sentir os batimentos acelerados, cada pulsar refletindo a intensidade do momento.

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