Família Mancini

Entre Conflitos e Sentimentos

Amy observava Federico, seus olhos refletindo um turbilhão de emoções. O que ela sentia por ele estava se entrelaçando com a revelação de que Abruzzo, o homem que sempre foi uma sombra na vida de sua mãe, era seu pai. Um nó se formou em seu estômago.

Por que sua mãe fugiu de Abruzzo? A pergunta ressoou em sua mente, como um eco distante. Se ao menos tivesse conhecido o pai, talvez sua vida fosse diferente. Mas ao olhar para Federico, percebia que cada dor enfrentada a havia conduzido até ele. O problema era que o amor que começou a florescer era complicado, quase impossível.

— Precisamos confrontá-lo — Amy declarou, sua voz firme. Era uma determinação que surgia do fundo de sua alma. Federico a observou, os olhos carregados de preocupação.

— Calma, Amy — Vicenzo interveio, tentando apaziguar a tensão no ar. — Todos estamos exaltados. Não é hora de agir por impulso.

Federico ponderou, mas a raiva pulsava dentro dele. Como poderiam ignorar o perigo que Abruzzo representava? Ele havia sido suspeito da morte de seus pais e agora, de alguma forma, tinha um laço com Amy. Era como se Abruzzo fosse uma maldição sobre eles.

— Amy, o que você tem em mente? — Federico perguntou, a frustração evidente em sua voz.

— Eu sempre fui uma moeda de troca, e talvez isso me ajude a descobrir o que Abruzzo realmente quer — Amy respondeu, com uma firmeza que surpreendeu a todos.

— De jeito nenhum! — Federico negou, a expressão de raiva crescendo. — Não vou permitir que você se coloque em risco.

Ela o encarou, desafiadora.

— Por que você acha que isso não é a minha vontade? Eu tenho o direito de decidir o que fazer com a minha vida.

Federico a observou, a raiva se misturando com a preocupação.

— Ele é a única família que você tem agora. Não está disposta a enfrentá-lo.

Francesca, até então silenciosa, interveio.

— Nós somos a família dela agora, Federico. Não podemos ignorar isso.

— Não é tão simples assim — Vicenzo continuou, tentando trazer lógica à situação. — Matar um chefe da máfia, especialmente depois de Nicolo, seria um ato que colocaria todos nós em risco, as famílias ficariam desconfiadas da lealdade dos Mancini. A melhor opção seria que Amy fosse até ele, fingindo que o noivado foi forçado.

— Foi forçado — Federico riu, ironicamente. — E você não estaria mentindo.

Amy respondeu rapidamente.

— Ser forçada não significa que eu não queira. Eu sou grande o suficiente para lidar com isso. E se isso me levar até Abruzzo, eu vou.

Federico, agora transbordando de frustração, gritou:

— Não vai fazer parte disso! Você não sabe o que ele pode querer de você!

— Decido eu, e não você — Amy replicou, a determinação em sua voz imbatível. — Se for necessário para proteger a família, eu irei.

Francesca apoiou Amy, mesmo sabendo que isso poderia trazer problemas.

— Ela tem razão, Federico. Agora ela é parte de nossa família e tem o direito de opinar.

A tensão no ambiente aumentou. Federico encarou Francesca com um olhar duro.

— De que lado você está?

— Do lado da família — ela respondeu, firme como ele sempre a ensinou a ser.

Com um movimento brusco, Federico se virou, exasperado. Mas Amy, impulsionada pela preocupação e pela necessidade de comunicação, o seguiu. Ele entrou em seu escritório, batendo a porta com força.