chapter fifty-three

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Charles
POV

Salvatore me encarava de forma confusa, o italiano parecia lutar internamente sobre o que conversaríamos, até que eu me inclinei em sua direção e roçando os dedos pela pulseira em meu braço respirei de forma profunda.

- Senhor... É, desculpe. Mas... O que aconteceu?

O homem me lançou um sorriso amarelo gentil e assentiu parecendo tomar coragem. Ele coçou a garganta, pigarreando de uma forma sutil e se inclinou também em minha direção, aproximando-se, quebrando parte da distância entre nós.

- Filho... Ainda não aconteceu, mas... Carmen não está bem de saúde.

Seus olhos ficaram espremidos naquele instante e os meus caíram para o chão.

- O que eu posso fazer para ajudar? Seja o que for, estou disposto, senhor...

Salvatore não me corrigiu por chamá-lo de senhor, ele novamente sorriu, um sorriso singelo e então moveu a cabeça em negativa, seus lábios agora eram comprimidos no canto e ele suspirou.

- Não há o que fazer, Charles. - Salvatore levava os olhos a extensão da casa, observando as árvores locais, levando os olhos para o céu e eu o seguia, até voltar a mim e afagar meus joelhos com batidas gentis. - Carmen tem... Bem, o que dizem os médicos uma condição terminal e está nos seus últimos dias.

Eu engoli um enorme nó em minha garganta e meus pensamentos foram levados a Alyssa.

- Aly... Ela sabe?

Salvatore apenas negou com a cabeça e sorriu para mim.

- Mas iremos contá-la, claro! Sinto muito por colocar esse peso sobre você, sei que ainda tem suas responsabilidades, Charles, mas... Preciso que me ajude com Alyssa, o baque será pesado, tenho certeza.

Concordei e assenti com a cabeça, então Salvatore se levantou e fiz o mesmo.

- Você é um ótimo homem, Charles. Sei que quando também chegar minha hora você cuidará bem dela. - Salvatore tinha a voz embargada, mas também cheia de orgulho.

- E se... Buscássemos uma segunda opinião? Carmen parece bem... Eu posso conseguir...

Minha voz fraca fora cortada pelas mãos de Salvatore em meus ombros, ele balançara a cabeça novamente em negativa e afagou meu rosto com carinho.

- Obrigada, mas já estamos cientes do que irá acontecer. Carmen é uma fortaleza, sem dúvidas, mas a hora de todos chega, filho...

Voltamos para dentro. Eu tentando absorver tudo e não demostrar sinais da conversa, assim que passamos pela sala, os olhos da jovem senhora italiana me seguiram e ela balançou a cabeça me saudando, assentindo, como se esperasse uma reação minha. Eu não sabia o que fazer, apenas movi os lábios numa mensagem de "sinto muito" que foi recebida por um chacoalhar de mãos e um sorriso largo da mesma.

Naquela noite, Alyssa e eu fomos dormir mais cedo do que o restante da casa.

As mãos da jovem tocavam meu rosto e eu aproximava meus lábios dos dela, carinhosamente. O sorriso de Aly iluminava todo o quarto e me trazia paz em meio a tormenta.

- O que foi, Charlie?

Ela mordida os lábios, me pegando com pensamentos distantes, quando voltei a sorrir em sua direção, ela se afastou, apoiando o braço sobre a cama para me encarar. 

- Nada... - Mais do que rapidamente me peguei no flagra e contornei a situação apertando a ponta do nariz de Alyssa. - Na realidade, estava pensando que depois da corrida, poderíamos ir em família para nossa casa, em Sanremo? Alguns dias, para eles conhecerem... O que acha?

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⏰ Última atualização: Aug 18 ⏰

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