Capítulo 14

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| Inglaterra


Após ser recebida por seu pai ao lado de Martina na mansão, Charlotte abraçou os dois e sorria feliz ao vê-los. O Sr. Austin beijou o topo da cabeça de sua filha, e Martina a cumprimentou logo depois. Martina pegou a mala de Charlotte e subiu as escadas com a mesma levando para o quarto dela.

Charlotte disse ao seu pai que a viagem foi boa, e que só havia voltado antes do previsto por ter sentido saudades de casa. O Sr. Austin estava feliz com a presença de sua filha. Em seguida, Charlotte subiu as escadas para ir ao seu quarto, tomar banho e descansar um pouco.

— Minha menina, eu sei que você pode conseguir esconder essa tristeza em seus olhos de seu pai. Mas eu não me convenci do que disse, eu te conheço. — disse Martina ao olhar para a jovem a sua frente, puxando ela para se sentar na cama.

— Aí Martina. Eu não estou nada bem, e isso é tão difícil de esconder. Até de quem eu amo. — disse Charlotte ao começar a chorar, Martina fechou a porta e sentou ao lado da jovem.

— Me diga, o que aconteceu? Você saiu tão animada daqui. Algo mudou. — perguntou Martina, enxugando as lágrimas da jovem, abraçando a mesma.

— Acho que me apaixonei. Isso é possível? — perguntou Charlotte, observando a mulher de idade enxugar suas lágrimas e logo retribui o abraço.

— É claro que é possível, você é uma menina doce, gentil e sim, as vezes dar um pequeno trabalhinho. Mas eu sei que esse coração é puro. — respondeu Martina logo sentando na mão da jovem ao seu lado.

— Eu evitei me apaixonar todo esse tempo, porque achava que o amor machucava as pessoas. E agora tenho razão, o amor machuca. E eu não quero ser vítima dele. — disse Charlotte voltando a chorar, segurando a mão de sua concierge.

— Oh minha menina, mas quem se atreve a machucar esse lindo coração? Huh? — perguntou Martina ao olhar com preocupação a jovem que chorava.

— Eu nunca poderei tê-la, isso já começou confuso e complicado demais. — respondeu Charlotte, secando suas lágrimas, abaixando a cabeça.

— Então é uma mulher? Esse conflito é por ela ser uma mulher? — perguntou Martina a olhando com atenção.

— Não, na verdade tudo começou apenas por uma admiração por ela. Mas quando eu tive alguns momentos ao seu lado me senti diferente, não era como olhar para Heidi e Marima que são minhas amigas e as admiro. — respondeu Charlotte, suspiro.

— Então qual é o verdadeiro conflito que te levou a ficar assim? Você está com medo por está apaixonada por essa mulher ou o que? — perguntou Martina, mantendo seu atenção a jovem.

— Eu acredito no amor. Ela não. A maneira que ela lida com suas necessidades é diferente, ela não coloca sentimentos neles. Apenas faz e pronto. Mas... Esse fim de semana ela não o fez, foi diferente. Até onde eu soube. — respondeu Charlotte meio confusa.

— Espera, o que foi diferente? E o que ela faz que você não aprova? — perguntou Martina.

— Muitas coisas, por um momento estava tudo confuso mas estavamos indo bem. Depois ficou confuso mas acho que complicamos de vez. — respondeu Charlotte, negando com a cabeça.

Charlotte deitou sua cabeça no colo de Martina e sentia o carinho da mesma sobre seu cabelo, Martina cantava uma música de ninar que Charlotte adorava desde muito nova, Charlotte adormeceu e Martina a ajeitou sobre a cama. Em seguida, saindo do quarto da jovem.

Algumas horas depois, Charlotte acordou de seu sono naquela manhã de domingo após chegar de viagem. Marima e Heidi haviam mandado mensagens para ela, e Charlotte as respondeu para não se preocuparem.

Charlotte se levantou da cama, indo em direção ao banheiro para tomar o seu banho, depois de alguns minutos ela sai do banheiro e troca de roupa. Charlotte fazia um penteado em seu cabelo, e assim que terminou o seu celular tocou. Era Snack.

— Alô, Snack? — atendeu Charlotte a vídeo chamada, olhando a sua amiga outro lado na ligação.

— Char, eu queria notícias de você. Então liguei. Você chegou bem, certo? Todas estão bem? — perguntou Snack ao olhar para a tela do celular e sorri gentilmente.

— Huh, sim. Eu precisei descansar um pouco e acordei agora a pouco, você está bem? E todos? Me desculpa ter saído daquele jeito ontem, por favor. — perguntou Charlotte olhando a tela, suspiro após se lembrar do dia anterior.

— Está tudo bem, todos entenderam apesar de não saber os motivos. Foi tudo tão rápido. — respondeu Snack, desviando sua atenção para algum lugar ao seu lado.

— Huh, e como está Engfa? Eu não ia perguntar mas já que estamos falando de ontem. — perguntou Charlotte, respiração funda.

— Nada bem. Nunca a vi assim, todo mundo está tentando processar a situação mas sem tocar no assunto. Ela proibiu esse assunto. A festa foi cancelada ontem mesmo, e voltamos para casa. Engfa estava um caos, bêbada... — respondeu Snack que parecia preocupada ao falar.

— Ela bebeu tanto assim, para deixar vocês preocupados? — perguntou Charlotte, olhando com preocupação para a tela do celular.

— O problema não é a bebida, o problema é a própria Engfa. Ela está no mundo dela. Ninguém está entendendo nada entre vocês. Mas não estou te culpando, apenas é diferente ver o que fez com minha Mami. — respondeu Snack soltando um sorriso.

— O que eu fiz? Como assim? — perguntou Charlotte sem entender.

— A velha tá apaixonada por você. Ou não percebeu? Mas também dura como ela é, você jamais saberia. — respondeu Snack em tom de brincadeira e rindo.

— Espera, você está brincando né? Você riu. — perguntou Charlotte.

— Eu ri porque isso é embaraçoso, bom, espero que vocês se resolvam. Seja como for. É estranho pra mim ver ela assim. E também, eu e você somos amigas agora, desejo o seu melhor. — respondeu Snack olhando para a mais velha na tela do celular.

Charlotte encerrou a ligação alguns minutos depois com Snack, ela desceu as escadas e Martina apontou em direção ao escritório do Sr. Austin. Prontamente Charlotte se direcionou até lá, Martina sabia que Charlotte perguntaria por seu pai. Assim que Charlotte se aproximou do escritório, ela bateu na porta e esperei a resposta de seu pai que logo a pediu para entrar.

— Olá querida, achei que ainda estava dormindo. Você descansou bem? — perguntou Sr. Austin, sorrindo para a sua filha.

— Descansei pai, estava a poucos minutos em ligação com Snack. A amiga de quem lhe falei, que também é amiga de Engfa. — respondeu Charlotte, observando seu pai analisar alguns desenhos de roupas.

— Ah sim, Snack me lembro de você mencioná-la. Huh, estive falando mais cedo com Engfa ao telefone. Eu queria agradecer por ela ter cuidado bem de você. — disse Sr. Austin, sorrindo, mantendo sua atenção aos desenhos e fazendo algumas marcações.

— E o que ela disse? Quero dizer, ela estava bem? — perguntou Charlotte curiosa.

— Huh, sim. Parecia muito bem. Não conversamos muito, afinal é domingo dia de relaxar. — respondeu Sr. Austin, soltando as folhas de suas mãos, olhando para a sua filha.

Charlotte sabia que o seu pai estava analisando ela, como ele sempre fazia quando sentia sua filha inquieta. Ela pegou as folhas que antes estavam nas mãos de seu pai, e olhou cada modelo de desenho de roupa. No intuito de disfarçar suas ações, os dois ficaram em silêncio.

Dᴇᴘᴏɪs ᴅᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂ • EɴɢʟᴏᴛOnde histórias criam vida. Descubra agora