Capítulo 43

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| Inglaterra


Algumas semanas depois, Engfa viajou para Inglaterra, mas especificamente compareceu a Austin Lux. Naquele dia, Engfa tinha uma reunião de negócios com o Sr. Austin, o próprio solicitou a presença de Engfa em sua empresa para discutir os negócios. Charlotte não sabia que Engfa estava na Inglaterra, era algo que o Sr. Austin não havia mencionado, nem mesmo Engfa mencionaria isso.

Engfa havia pedido para que Snack e os seus outros amigos também não dissesse a Charlotte, para evitar conflitos ainda maiores do que já havia acontecido nos últimos dias. O Sr. Austin também havia tratado de fazer com que a mídia não soubesse da visita de Engfa a Austin Lux, ou mesmo na Inglaterra.

— Eu estive falando com o Nawat recentemente, precisei que ele me indicasse algumas de suas melhores modelos para o próximo desfile da Austin Lux. O que você me diz? — perguntou Sr. Austin, sentado na sua cadeira sob à mesa do escritório, olhando a mulher mais nova a sua frente.

— Nawat tem as melhores modelos, certamente. Tenho certeza que ele cuidará disso para você, Sr. Austin. — respondeu Engfa, olhando para o homem mais velho, sentada na cadeira acolchoada, do outro lado da mesa.

— Tem razão. Nawat é um ótimo profissional, assim como você. Nisso, eu devo concordar. Podemos ter nossas pequenas desavenças aos últimos acontecimentos, mas não sou cego. Consigo enxergar o seu talento e esforço para ser quem é hoje, Engfa. — disse Sr. Austin, observando a feição da mulher mais nova, sorriso de canto.

— Bom, acho que não precisamos tocar mais nesse assunto, desde que foi dado por encerrado. Não temos mais com que se preocupar em relação a isso. — disse Engfa, suspiro.

— Será que não temos mesmo? Quero dizer, minha filha mal dirige uma única palavra a mim. Me culpa todos os dias e me olha com reprovação. Charlotte está impulsiva, agindo pelas emoções. — disse Sr. Austin, suspiro.

— Acredito que Charlotte apenas esteja querendo ser compreendida, ela é jovem e eles costumam se comportar assim. Se você tentasse ouvir ao menos o que ela tem para dizer, acredito que se sentirá mais aliviada com essas frustrações, Sr. Austin. — disse Engfa, olhando sério.

— Charlotte apenas irá resmungar sobre como eu impedi vocês duas de ficarem juntas, a minha relação com minha filha se tornou um caos desde que você se envolveu com ela. Já não a reconheço mais. — disse Sr. Austin, olhando pensativo.

Naquele momento, Engfa ficou em silêncio por alguns instantes. Ela não sabia como distinguir suas emoções, mas sabia que diante do Sr. Austin, sentia uma angústia sempre que ele mencionava o nome de sua filha. Engfa realmente nunca esqueceu Charlotte, e nem se permitia a esquecer. Ela amava a jovem com toda sua força, com toda sua alma. Ela não tinha esperanças que as duas voltasse ficar juntas, e isso doía o coração de Engfa.

Engfa notava no olhar do Sr. Austin que ele amava a filha, fazia de tudo para protegê-la mesmo sem admitir para si mesmo que ele estava a magoando, naquele momento Engfa sentiu vontade de correr até Charlotte só para a ver de longe, seja indo a universidade ou em uma cafeteria numa esquina qualquer. Engfa suspirava só de pensar nela.

— Sr. Austin? — disse Engfa, levantando da cadeira, ficando em pé, olhando para o homem mais velho.

— O que? — perguntou Sr. Austin, observando a mulher a sua frente em pé.

— O seu medo é que eu possa magoar a Charlotte, tanto quanto você já está a magoando nos impedindo de ficar juntas? — perguntou Engfa, suspiro.

— Ora, minha intenção não é magoar Charlotte, mas ela não entende que só estou cuidando dela como sendo seu pai. É isso que os pais fazem, não é? — perguntou Sr. Austin, levantando da sua cadeira, ficando parado em pé.

— Eu não acho que um pai tem esse direito de magoar um filho a esse ponto, sabe, se o meu pai ainda estivesse vivo... Ele não me magoaria dessa forma, como você está magoando Charlotte. Tenho certeza que o meu pai me entenderia por dar tanto valor a alguém que me ama e está disposto a cuidar de mim, era isso que o meu pai o faria. Ele ficaria orgulhoso e feliz, por saber que ainda existe alguém nesse mundo, capaz de vivenciar a existência do amor. — disse Engfa, engulindo a seco suas palavras, suspiro.

— Você fala como se amasse muito a minha filha, e a conhecesse tão bem. Talvez até mais do que a mim, que sou o pai dela. — disse Sr. Austin, olhando fixamente, levando suas mãos ao bolso da calça social.

— Mas eu a amo. Pra sincera, eu morreria e mataria pela a sua filha, Sr. Austin. Essa é a importância que Charlotte tem pra mim. Assim como eu sei que você, faria o mesmo por ela. — disse Engfa, olhando séria.

— Você é realmente audaciosa, Engfa. Admiro por ter muita coragem depois de tudo que aconteceu, está diante de mim se declarando sobre a minha filha. — disse Sr. Austin.

— Eu só percebi, que eu cansei, Sr. Austin. Eu cansei de fugir da Charlotte. E cansei de mentir olhando nos olhos dela que não a amo, de ignorar suas ligações e mensagens, de fingir que nada entre nós não aconteceu. E sabe, se quer saber mais... Pode me levar a ruína, se isso fizer com que eu fique com a sua filha. Me desculpa, mas eu estou realmente disposta a ter Charlotte pra mim de volta. — disse Engfa, olhando com súplica.

— Você colocaria em jogo tudo que conquistou com o seu trabalho duro para ser hoje Engfa Waraha, dona da maior revista Tailandesa só por causa da minha filha? É isso que está me dizendo? — perguntou Sr. Austin, olhando com atenção.

— Eu já era Engfa Waraha, muito antes de ser dona da maior revista Tailandesa, Sr. Austin. Isso ninguém pode dizer que não, e nem tirar de mim. Então, sim eu perderia tudo por Charlotte, e se fosse preciso construiria todo meu legado novamente. Quantas vezes fosse preciso. — disse Engfa com sinceridade, respirando fundo.

— Eu admiro você, Engfa... Já disse isso, e vou repetir de novo, você tem culhão. Tem muita coragem para está diante de mim, me falando todas essas coisas e ainda mais, me mostrando sinceramente ao falar de minha filha, Charlotte. Pois bem, eu também cansei. — disse Sr. Austin, sorriso de canto.

— Cansou do que, Sr. Austin? Como assim? — perguntou Engfa sem entender.

— Você venceu. Você conseguiu me mostrar a importância de minha filha para você, esse tempo todo tive medo de que só quisesse brincar com ela. Mas você foi realmente muito longe para poder ter Charlotte de volta, então não se preocupe com a sua ruína. Seu império estará intacto como sempre, porque você me mostrou que posso confiar a minha filha com você. Pode não parecer muito devido a tudo que fiz para deixar você longe de Charlotte, mas estou feliz por ser você a amar minha menina. — disse Sr. Austin, sorridente, estendendo a mão em direção da mulher mais nova.

— Isso quer dizer que, tenho seu consentimento para ficar com Charlotte? — perguntou Engfa surpresa, arregalando os olhos, sorridente, estende a mão para o homem mais velho.

— Sim. E se você for rápido, a essa hora consegue alcançar ela saindo da universidade. Então vai, vai ver a minha filha. Tem a minha benção. — disse Sr. Austin, sorrindo.

Engfa agradeceu tanto ao Sr. Austin, que não queria esperar mais um minuto para correr aos braços de Charlotte. Ela saiu às pressas do escritório, logo entrando no carro onde já estava o motorista, então ela foi em direção a Universidade em que Charlotte Austin estudava para lhe surpreender com a sua presença. 

Dᴇᴘᴏɪs ᴅᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂ • EɴɢʟᴏᴛOnde histórias criam vida. Descubra agora