Após horas de festa e comemoração, Dulce não pôde escapar (por mais que quisesse); ela e Christopher tiveram que entrar na limusine, para irem para a nova casa (a Mansão dos Uckermann).
Blanca e Fernando tinham se despedido dos noivos com animação, assim como as outras pessoas. Somente tia Muriel tinha mandado olhares irônicos para Dulce o tempo inteiro.
- Finalmente... - Christopher
murmurou, dentro do luxuoso carro, se aproximando de Dulce e tocando-a no rosto.O motorista dirigia lá na frente, e havia um vidro fumê que separava a parte do motorista da parte de trás do carro.
Dulce e Christopher estavam sozinhos.
- Você agora é minha. - Chris sussurrou, mais para ele mesmo do que para Dulce, passando um dedo pelos traços delicados dela.
Ela se afastou e virou para a janela.
- Dulce... esse nome foi feito para você, não? - Ele comentou. - Você é tão meiga.
Dulce o olhou com raiva.
- Quer dizer, na maioria das vezes é meiga. - Ele corrigiu, meio divertido.
Chegaram na Mansão, e quando Dulce desceu do carro ficou surpresa com aquela visão. Parecia uma Mansão medieval, enorme e clássica. Seria belíssima, se não fossem as cores escuras e tristes. Tudo cinza e negro. Não haviam plantas em canto algum, ou pássaros... parecia uma enorme casa mal-assombrada.
Christopher a conduziu para dentro, e imediatamente diversos criados apareceram.
- A partir de agora sua casa e seu lar será aqui. - Ele disse à Dulce. - Você, como minha esposa, será a nova dona desta casa e poderá comandar os criados para o que quiser.
Dulce não respondeu. Chris se virou para os criados.
- Esta é Dulce Maria, minha esposa. A partir de agora deverão tratá-la com respeito, como se tivessem servindo à mim, e farão o que ela mandar. Se houver algum problema, se verão comigo.
- Sim, senhor.
Os criados sorriram para Dulce, dando as boas-vindas. Dulce lhes sorriu de volta docemente. Christopher a observou por um momento, mas depois se virou friamente para os empregados.
- Sirvam o jantar em meu quarto, e sejam rápidos. - Ordenou.
Os criados se dispensaram imediatamente.
- Porquê os trata assim? - Dulce perguntou meio indignada.
- São somente criados. - Ele respondeu com arrogância e impaciência. - Vamos, vai conhecer nosso quarto agora.
Dulce gelou ao ouvir "nosso quarto". Christopher a pegou pelo braço e eles subiram a ampla escadaria.
Andando pelo comprido corredor do andar de cima, Dulce viu que as paredes eram escuras, e que haviam estátuas e pinturas macabras espalhadas por todos os cantos.
Ela se arrepiou profundamente. Até a casa daquele homem era assustadora!
- Porquê essa cara? - Christopher perguntou de repente, vendo que Dulce olhava com assombro para os lados.
- Isso... essas estátuas... - Ela balbuciou.
- Gosta? - Ele perguntou malicioso.
Dulce não respondeu. Viu a estátua negra de um lobo, que parecia mais um lobisomem, perto de um dos móveis e se assustou.
