No dia seguinte, o café-da-manhã aconteceu em um clima pesado. Os criados sabiam da fuga de Dulce, e que Christopher tinha ido buscá-la, mas claro que não comentavam nada a respeito pois se o patrão os ouvisse estariam perdidos.
- Não está comendo nada. - Christopher observou, de repente.
- Estou sem fome. - Dulce respondeu, mexendo em um pedaço de pão.
- Mas tem que comer. - Ele disse com dureza. - Se passar mal eu não vou ficar...
- Com licença. - Adelaide entrou na sala de refeições, interrompendo a pré-discussão. - Senhora, há uma visita para você.
Dulce ergueu os olhos, indagadora.
- Quem?
- A senhorita Maite.
- Ah! - Dulce foi se levantar.
- Diga que Dulce está tomando café, Adelaide. Fique aqui, Dulce. - Christopher ordenou.
- Sinto muito, Christopher, mas desejo ver Maite com urgência e vou vê-la.
Sem se importar, Dulce levantou-se e saiu.
Assim que chegou na sala de visitas, viu Maite. A morena caminhou até ela.
- Dulce! - A abraçou.
- Mai... preciso te perguntar se foi você que contou ao Uckermann onde eu estava. - Dulce disse com urgência.
- Dulce, foi para isso que eu vim! - Maite a olhou, se afastando. - Quando soube que seu marido tinha ido atrás de você e a trazido de volta fiquei paralisada. Não fui eu que contei! Tem que acreditar...
- Tudo bem, eu acredito. Só tinha que confirmar com você. - Dulce sorriu, e Maite retribuiu,
aliviada.- Faz alguma idéia de quem foi? - A morena perguntou.
- Nenhuma.
- Poxa. - Maite suspirou. - Logo quando estava tudo certo para você ir morar longe daqui, vem um abelhudo e conta tudo para o Uckermann. Também não foi aquela criada?
- Adelaide? Não. Confio tanto nela quanto em você. Creio que foi de outro modo que Christopher descobriu, mas ainda não sei como foi.
- Que estranho... Mas o que ele fez quando te encontrou? - Maite a olhou, temerosa. - Ele lhe fez algo?
- Bom, não... Ele reagiu até melhor do que eu esperava, mas também a culpa de tudo foi dele. Ele me mandou embora. Eu só aproveitei a oportunidade para tentar escapar. Mas agora eu vi que não se pode escapar de Christopher Uckermann. - Dulce murmurou sombriamente.
Maite e Dulce ficaram conversando por um tempo, e quando a morena disse que tinha que ir embora, as duas sedespediram e a ruiva foi deixá-la na porta.
Quando ia subir as escadas para ir ao quarto, Christopher apareceu e a segurou pelo braço.
- Nunca mais me desobedeça na frente dos criados, ouviu? - Ele repreendeu no ouvido dela,
fazendo Dulce se arrepiar.- Christopher, posso ser sua esposa mas não sou sua propriedade. - Ela retorquiu, olhando-o. - Não pode controlar minha alimentação, minhas amizades, ou minha respiração!
Ele apertou os olhos, estudando-a.
- É bom controlar o temperamento, Dulce. - Ele soltou o braço dela e voltou pelo caminho de onde viera.
A ruiva soltou a respiração e voltou a subir as escadas. Cristo, aquela vida não era para ela...