Capitulo 12

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Dois dias se passaram...

Dulce não estava mais trancada no quarto.Christopher tinha saído naquela tarde, por isso Dulce estava aliviada e sentindo-se livre novamente na Mansão.

Resolvera dar uma volta lá fora, para tomar ar fresco. Caminhava pelo lado de fora, quando seus olhos pousaram na Fonte da casa Uckermann. Imediatamente flashes da noite em que o marido a forçara a fazer amor com ele, ali dentro daquela fonte, invadiram-lhe a mente.

Desviando os olhos, pálida e ao mesmo tempo quente de vergonha por dentro, Dulce voltou a caminhar.

Andou tão distraída, que quando se deu conta estava perto do Borboletário. Para sua enorme surpresa, viu a chave na fechadura da porta. Aquilo era inacreditável, pois sempre que Christopher e Adelaide saíam, levavam a chave e Dulce não sabia onde a escondiam.

Instigada, e sabendo que o Borboletário era o único lugar ali que a fazia sentir-se viva e alegre novamente, Dulce olhou ao redor para ver se ninguém se aproximava. Ninguém.

Lembrou-se de Uckermann lhe falando que jamais poderia entrar ali sem a companhia dele ou de Adelaide. Ele parecera realmente sério e ameaçador ao lhe dizer isto.

Mas ele tinha saído... e não havia ninguém por perto. Não faria mal Dulce entrar rapidamente, somente para dar uma olhadela nas borboletas, e sair.

Girou a chave e entrou no Borboletário rapidamente, fechando a porta atrás de si.

Sorriu ao ver as borboletas, as flores e as plantas. Adorava aquele lugar! Era como se fosse um bálsamo para a escuridão que andava sua vida naquele lugar.

Foi andando lentamente, respirando o ar puro e o perfume das flores. Andou até o final do Borboletário. Ia se virar, quando viu em sua diagonal uma espécie de tapete de camurça pendurado pelo teto até o chão, num canto afastado das flores e plantas.

Curiosa e intrigada, ela se aproximou. Quando estava bem perto, viu que o tapete parecia cobrir algo.

Impulsivamente, Dulce puxou o tapete para o lado e ofegou de surpresa.

Havia um quadro!

A mais bela pintura que Dulce já tinha visto. Era o retrato de uma mulher...

Bem, não uma mulher feita.Uma moça, mais ou menos da idade de Dulce. Ou até mais nova.

Era loura, de olhos verdes, pele corada. Muito bonita. Os cabelos eram lisos, e os olhos eram ternos.

Ela usava um vestido branco, e sorria. A pintura mais parecia uma foto, de tão perfeita que era.

Impressionada, Dulce ergueu a mão e tocou o quadro. Quem seria aquela bela moça loira? E porquê Christopher guardava aquela pintura escondida tão misteriosamente?

De repente, como se a magia do momento se rompesse, Dulce sentiu uma presença logo atrás de si.

     - Adelaide, eu... - Dulce se virou, e foi com horror que viu Christopher respirando fortemente perto dela.

Ele a olhava com tamanho ódio e ira, que mais parecia um touro feroz prestes a saltar em cima dela. Dulce ficou pálida, e só então percebeu que nunca tivera tanto medo como naquele momento.

- Uckermann... - Ela exclamou, quase sem voz.

Com medo, Dulce voltou a olhar o quadro, e depois se afastou.

- O que faz AQUI? - Christopher gritou a última palavra de um modo rasgante. Dulce deu um
pulo, sentindo as veias congeladas de temor.

- Eu... - Ela continuou se afastando, o máximo que podia.

Amor DemoníacoOnde histórias criam vida. Descubra agora