Dias depois...
O novo jardineiro já tinha sido contratado. Era um homem por volta de trinta e poucos anos, casado, e que tinha muita experiência com jardinagens.
Dulce passava tardes inteiras ajudando e auxiliando o jardineiro, quando Christopher não estava presente, pois ela mesma queria fazer o trabalho de recriar um jardim na mansão. O resultado depois iria compensar.
A ruiva tinha encontrado um novo sentido à sua vida, pelo menos naquele mês. O trabalho com o jardim a deixava mais viva e alegre novamente, e até Adelaide e os outros criados tinham se animado a ajudar.
- Clark, já disse que não pode ficar aqui. - Dulce murmurou com um sorriso, pegando o pequeno gatinho branco do chão. - Estou trabalhando, e vai me atrapalhar.Além do mais, vai se sujar todo e terá que tomar outro banho.
Clark piscou, como se quisesse dizer que não queria outro banho.
- Ótimo, então vá para dentro. Adelaide! - A ruiva chamou a senhora, que estava agachada plantando algumas sementes na terra.
- Sim, senhora?
- Leve Clark para dentro, por favor.Não o quero aqui, é tão pequeno que pode acabar sendo pisoteado por algum criado.
- Está bem. - Ela limpou as mãos na roupa e foi pegar o gato para levá-lo para dentro da mansão.
Suspirando, com um leve sorriso, Dulce olhou ao redor. Quatro dias de trabalho duro, e o lado de fora da casa já estava bem diferente. Plantas, flores e árvores estavam sendo plantadas, e o jardineiro estava cuidando da grama que estava, aos poucos, crescendo.
- Está fazendo um ótimo trabalho, Senhor Edi. - Disse, caminhando até o jardineiro e lhe sorrindo.
O homem ergueu a cabeça.
- Estamos, senhora. A senhora é quem está recriando tudo isso.
No final de tarde, Christopher retornou. Dulce foi procurá-lo e o achou na Biblioteca da
mansão.- Uckermann?
- Sim, querida? - Ele respondeu com ironia, largando os papéis que lia em cima de uma mesa.
- Se eu lhe pedir uma coisa você seria capaz de fazer por mim?
Christopher franziu o cenho.
- Já lhe permiti contratar um jardineiro para ajudá-la com os jardins, o que quer mais?
Dulce hesitou.
- E eu agradeço... Mas não é sobre isso.
- O que é então? - Ele se aproximou. - Desculpe a grosseria, hoje estou meio impaciente. - Ele disse com mais polidez. - Diga o que quer.
- Erm... - Dulce colocou uma mexa vermelha e fina atrás da orelha, ansiosa. - Eu gostaria muito de ver meus pais hoje.
Christopher ficou quieto, e voltou a andar pela biblioteca.
- Eu sei que você já me negou várias vezes, e também sei que agora que sou casada não devo ir visitar minha casa com tanta freqüência. Mas é que...
O marido virara para observá-la.
- Eu não os vejo desde que casamos. Quero ver se estão bem. - Ela continuou, suplicante.
Por fim, Christopher acenou compreensivamente.
- Tudo bem, podemos ir ainda hoje.
- Mesmo? - Ela arregalou os olhos. - Vai me acompanhar?
- Mas é claro.
- Obrigada. Eu achei que...
- Posso não ser paciente com esse tipo de sentimentalismo, mas sei que você tem de ver seus pais de vez em quando. E já faz muito tempo, não? - Ele passou por ela, enfiou a mão na massa de cabelos ruivos e os afagou brevemente, mas com a expressão séria. - Iremos mais tarde para jantar com seus pais.
Dulce sorriu de leve, agradecida, e ele saiu da biblioteca.