Capitulo 15

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Quando Dulce finalmente desembarcou na Espanha, apertou sua pequena mala na mão e olhou ao redor.

Ali era tão diferente do México...

Cansada, com o pescoço doendo por ter dormido de mau jeito no navio, Dulce começou a andar.

Logo uma charrete passou por ela, e a ruiva ergueu a mão. A charrete parou e ela subiu.

Agora tinha que procurar algum tipo de Hotel para ficar; pelo menos por enquanto.

Dizendo ser sua primeira visita ali, e precisando de um lugar para ficar, Dulce pediu ajuda ao cocheiro. Ele disse que conhecia um ótimo lugar para hospedar turistas, e a viagem até lá foi meio demorada.

Quando desceu do coche, Dulce tirou uma mexa do rosto e olhou pra frente. Viu uma Mansão enorme, com uma placa que dizia "Hotel Esp".

Gostando do que via, a ruiva sorriu de leve e foi na direção do portão do lugar.

Bateu em um tipo de sino que tinha lá para indicar sua presença, e alguns minutos depois um senhor veio abrir o portão.

- Boa tarde, senhorita. - Ele cumprimentou com um sorriso.

Dulce pensou em corrigi-lo e dizer "Senhora", mas resolveu não dizer nada sobre ser casada, ou poderia ter muita dor de cabeça.

- Boa tarde. - Sorriu docemente, entrando.

- Eu a acompanho até a recepção. - O velho ofereceu, e Dulce assentiu, seguindo-o.

Na recepção, Dulce pediu um quarto não muito grande. Após acertar tudo, foi levada até a porta de seu dormitório, agradeceu à mulher que a levara ali e entrou no quarto.

Colocou a mala em um canto, acendeu uma luz e se jogou na cama. Era bem mais confortável do que a cama do navio.

Cansada pela viagem de muitas horas, e com a cabeça doendo por tanta coisa que lhe passara naqueles últimos dias, Dulce pôs uma mão no rosto, ajeitou-se na cama e no segundo seguinte estava dormindo profundamente.

Acordou horas depois, totalmente sem noção de tempo e de espaço.

Apertando os olhos na escuridão, por um segundo ela não soube onde estava.

Mas então se lembrou que estava num quarto de Hotel, na Espanha. Olhou no relógio, na parede à sua frente, e viu que já passava da meia noite.

Tinha dormindo muito tempo!

A ruiva ia sentar-se na cama, quando sentiu uma presença no quarto e viu uma sombra se movendo.

Com o coração descompassado, Dulce ia gritar, quando a sombra veio para frente. A luz da lua, que iluminava parte do quarto através da janela, mostrou aos poucos os traços da figura forte e alta.

O grito de Dulce morreu na garganta. Pálida, sem voz, ela observou a luz cinza da lua iluminando parte de um rosto másculo e feroz. A outra parte do rosto estava obscura, quando Christopher moveu de leve a cabeça, olhando para Dulce com um leve sorriso perverso.

- Surpresa. - Ele murmurou, com a voz rouca, eriçando cada pêlo de Dulce.

- Christ... Christopher? - Dulce
praticamente gaguejou.

Não podia ser... estava tendo um pesadelo! Só podia ser isso. Aquele homem não podia estar ali!

- Em carne e osso. - Ele respondeu, a voz arrepiante.

Dulce gritou. Christopher foi mais veloz e logo estava apertando Dulce contra ele, tampando-lhe a boca.

- Achou que poderia fugir de mim, docinho?

Dulce fechou os olhos, contorcendo-se nos braços dele, apavorada.

- Me solte! - Ela conseguiu tirar a mão dele da boca e em seguida lhe mordeu os dedos.

Christopher fez uma leve careta, tirando a mão de perto de Dulce.

- Sua pequena tigresa selvagem! Agora até morde?

- Não se aproxime! - Ela gritou, quando ele voltou a segurá-la. - Como entrou aqui? Como me achou?

- Achou mesmo que poderia fugir de mim? - Ele pareceu incrédulo. - Dulce Maria, eu já falei e vou repetir: você é minha. Nunca vou deixá-la ir!

- Mas foi você mesmo que me pôs para fora e mandou-me embora! - Ela gritou, confusa.

- Fiz isso no fogo do momento, porque estava muito nervoso. - Ele disse com impaciência, apertando-a mais forte quando a ruiva tentou se desvencilhar. - Mas depois mandei Adelaide para ir te buscar!

- Sim, eu sei! - Dulce o olhou com raiva. - Mas as coisas não serão sempre como você quer Uckermann! Você mandou-me embora! Fez sua escolha! Eu não quero voltar para você, irei começar uma vida nova bem longe de ti!

- Só por cima do meu cadáver. - Christopher endureceu a expressão. - Já disse que te
coloquei para fora por impulso.Mas jamais pensei que deixá-la ir de verdade, no fundo só quis lhe dar um susto.

- Pois foi uma idéia muito cruel! Se não fosse por Maite eu teria dormido na rua e sabe-se lá
o que poderia ter acontecido!

Christopher soltou a respiração.

- Sim, eu pensei nisso logo depois que você saiu. Mas isto foi para você aprender a não me desobedecer. Agora acho que pensará duas vezes antes de me desafiar, não?

- Como chegou até aqui tão rápido? - Dulce perguntou desesperada. Não queria ir com
aquele homem! Não de novo!

- Assim que descobri que tinha fugido, peguei o primeiro navio para cá que encontrei. Para ser sincero, cheguei no porto exatamente na hora em que seu navio saía. - Ele respondeu com desgosto, parecendo ter ficado muito irritado com aquilo. - Muito azar meu e sorte sua. Mas saí em um navio logo depois.

Dulce gemeu.

- Quem lhe contou?

- O quê?

- Para onde eu vinha!

- Isso não importa. - Christopher deu de ombros. - O que importa é que eu descobri, pena que não rápido o suficiente para evitar esta sua viagem maluca. Mas mesmo se eu levasse dias, anos para saber... eu viria atrás de você, Dulce. Te encontraria de qualquer maneira, fosse no céu ou fosse no inferno.

A ruiva se estremeceu toda.

- Então quer dizer que nunca vou conseguir escapar de você, não é? Você nunca me deixará ir.

- Nunca. - O brilho perverso e possessivo nos olhos dele aumentou quando ele deu um leve sorriso. - Iremos pra casa agora por isso levante-se e arrume-se. - Christopher ordenou, levantando da cama quando achou seguro se afastar de Dulce sem que ela lhe golpeasse ou fugisse.

- Agora? - A ruiva balbuciou. - Mas é de madrugada! Não haverá navio nenhum...

- Oh sim, haverá. - Ele a olhou, indicando para que se levantasse logo da cama. - Eu já paguei uma quantia considerável ao dono do navio em que eu vim para que me esperasse para nos levar de volta.

- Está me dizendo que pagou para que o navio volte, à essa hora, para o México somente com nós dois de passageiros? - Ela indagou incrédula.

- Exatamente. - Ele deu de ombros como se não fosse nada.

Minutos depois, o casal deixava o Hotel e ia em direção ao Porto. Assim como Christopher dissera, o navio os esperava para levá-los de volta.

Dulce estava perdida com aquele homem, que além de cruel, era muito poderoso... jamais poderia escapar dele.

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