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Olhou para trás, soluçando e segurando o vestido, e quando viu Christopher quase desvanesceu de tanto alívio. O marido não a olhava, tinha os olhos cravados em Marco e Franco. Dulce até estremeceu, nunca vira aquele brilho obscuro nos olhos de Christopher. Nem mesmo quando ele a pegara no Borboletário. Agora ele parecia possuído pelo ódio... E Dulce soube que não havia piedade.
- Você... - Franco engoliu em seco. - É o Uckermann, não?
- Sim. - Christopher respondeu maciamente. Estava rígido como uma estátua, as pupilas estavam dilatadas, parecia um tipo de demônio saído das trevas. Estava assustador. - E por acaso sabem quem é esta moça?
Marco e Franco olharam para Dulce e a soltaram. A ruiva tremeu e correu para o outro lado.
- Er... nós...
- Minha esposa. - O porte macio e calmo de Christopher era de dar arrepios, pois contrastava com sua expressão demoníaca.
- E-Esposa? - Franco gaguejou, suando. - Nós não sabíamos...
- Eu imaginei. Suponho que se soubessem, não teriam tido tanta audácia.
- Por suposto que não... - Marco engoliu em seco.
- E agora suponho que seja tarde demais para arrependimentos. - Christopher ergueu a cabeça mais para cima, deixando a luz marcar seu rosto. Os olhos dilatados de ódio, como de um animal, fizeram Marco e Franco tremerem.
- Nos perdoe... por favor, nós não sabíamos...
- Perdão é uma palavra que não consta no meu vocabulário. - Christopher respondeu
friamente, a voz rouca e a expressão diabolicamente assustadora.Mal acabara de dizer isso, ele puxou as rédeas do garanhão negro em que estava montado. O cavalo empinou, as patas dianteiras se movendo para frente. Com um relincho, o cavalo acertou os dois rapazes em cheio, com força, derrubando-os no chão.
Em seguida Christopher esporeou o cavalo para frente, e o garanhão pisoteou os dois rapazes sem pena. A expressão do homem era totalmente fria, enquanto apertava as rédeas com ódio e fazia o cavalo ir para cima dos outros dois mais uma vez.
Marco e Franco berraram.
- Christopher! - Dulce gritou, assustada.
Ele não ouviu, parecia nublado de tanto ódio. Fez o cavalo ir para cima dos rapazes pela terceira vez.
- Pare! Está quebrando meus ossos! - Marco berrou, com sangue na boca, tentando rastejar para fora do alcance do cavalo e de Christopher.
Quando os dois já estavam praticamente desmaiados no chão, sem forças,
Christopher desmontou do cavalo e foi até eles. Chutou o rosto de Franco, e em seguida chutou Marco.- Pare... por favor... - Franco se esforçou a dizer.
- Vão chegar perto da minha mulher novamente? - Christopher disse entre dentes,
observando-os sem a menor piedade.- Não... - Marco virou-se e cuspiu sangue no chão.
- Ótimo. E tampouco vão tentar violentar outra mulher, nunca
mais. Escória! - Christopher cuspiu e levou o pé até o meio das pernas de Marco, pisando com força.Marco berrou tão alto que fez-se um eco.
- PARE!
Antes que Franco pudesse fugir, Christopher fez o mesmo com ele. Praticamente podia-se ouvir o som do órgão masculino dele se partindo.