Alguns dias se passaram... Christopher parecia mais alegre do que em todas as últimas semanas juntas.
Parecia que os pesadelos haviam terminado.
- Engraçado. - Dulce murmurou ao levantar-se naquela manhã. O marido já tinha descido para trabalhar.
- O que foi, senhora? - Adelaide perguntou, arrumando seus vestidos no armário.
- Minha regra... deveria ter vindo à cinco semanas. Está atrasada.
Adelaide olhou para Dulce, e os olhos começaram a brilhar de emoção. Dulce não entendeu a reação da mulher.
- O que foi?
- Senhora... já pensou que pode estar esperando um neném do senhor?
O choque foi tanto que Dulce empalideceu e colocou a mão na boca.
- Um... neném?
- Sim. Oh, meu Deus! - Adelaide começou a rir, satisfeita.
- Mas como... ? - Dulce sentou na cama, um sorriso começando a espalhar pelo rosto.
- O que aconteceu? - Christopher entrou no quarto de repente, com mais cor no rosto do que Dulce vira nos últimos dias. Uma onda forte de carinho envolveu-a ao olhá-lo.
- Vou deixá-los a sós. - Adelaide saiu do quarto, piscando para Dulce.
- Está se sentindo bem, pequena? Parece meio branca demais. - Christopher aproximou-se de cenho franzido, colocando uma mão na testa da ruiva para testar a temperatura. - Preciosa? - Tentou de novo, ao ver que Dulce não respondia.
- Acho que... estou carregando o nosso bebê. - Ela respondeu, com o coração acelerado.
Christopher ficou imóvel, encarando-a, e Dulce por um momento achou que ele não gostara da notícia.
- Você...
Dulce assentiu, os olhos inocentes observando-o quase com medo. De repente, Christopher abriu um sorriso brilhante. O maior, e mais espontâneo, que ela já vira.
- Meu Deus, Dulce.
Ela levantou da cama, sorrindo também, incerta. Não demorou para que os braços dele a rodeassem firmemente.
- Eu amo você. - Ele sussurrou em seu ouvido. - Nosso neném. - Dulce sorriu, os olhos começando a pinicar de emoção.
- Sim, nosso. - Christopher passou a mão pelos cabelos ruivos e fartos dela.
- Vai ter que redobrar seus cuidados agora, pequena.
- Quero um menino. - Dulce disse, a voz alegre, saindo do abraço para encarar o marido. - Que ele seja a coisa mais linda do mundo, assim como você. Para que eu olhe para ele e me lembre de ti, só para amá-lo ainda mais.
- Não... algo me diz que vai ser uma menina. - Ele sorriu. - Uma ruivinha geniosa... e com o coração mais puro. Para poder levar luz à vida das pessoas, assim como a mãe.
Dulce sorriu e voltou a recostar-se no peito largo de Christopher. Sentiu o cheiro dele, satisfeita.
Muralha nenhuma do mundo lhe passaria mais sensação de proteção do que o peito de Christopher, os braços dele rodeando-a. Poderiam lhe avisar que passariam por guerras, por canhões, pelo fim do mundo... que ali sentia-se à salvo. Como se nada no mundo pudesse machucá-la.
Christopher era a confiança em pessoa. Transpirava poder e dureza. Poderia estar o mundo contra ele... mas as pessoas que estivessem ao seu lado, não sentiriam medo.
Aquela era uma das razões por Dulce querê-lo tanto. Ao ponto de saber que pelo resto de sua vida, jamais conseguiria sentir algo parecido por nenhum outro... só por ele.
Seu demônio.
Seu amor.
♥