Capítulo 14

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Rose sabia que Nápoles, com sua arquitetura histórica e suas ruas charmosas, sempre lhe oferecia um escape dos longos dias de plantão no hospital. Dessa vez, no entanto, a cidade parecia diferente, carregada de uma expectativa que a deixava inquieta. Na noite anterior, antes de deixar Henry, ela havia mencionado casualmente que teria que viajar a trabalho. O tom enigmático dele ao se despedirem não saiu da sua mente: 

Nos veremos em breve, Rose... Aproveite Nápoles.


Rose De Luca

Cheguei à casa dos meus pais tarde, após o plantão, cansada, mas com uma leve expectativa que não conseguia definir. O dia havia sido longo, e a ideia de repousar no conforto de minha antiga casa me tranquilizava. Após um jantar rápido com minha família, subi para o quarto e decidi descansar. Mas, ao me deitar, não pude evitar pegar o celular. Não sabia exatamente o que esperava, mas o pensamento de Henry não me deixava em paz.

Já era tarde, e as ruas de Nápoles estavam tranquilas. Aproveitei para fazer uma caminhada pelas ruas próximas, onde cresci. Havia algo reconfortante em estar ali, cercada por memórias de infância, mas minha mente permanecia agitada, dividida entre o presente e os mistérios de Henry.

Enquanto caminhava distraída, meu celular vibrou. Uma notificação. Rose olhou rapidamente e viu o nome de Henry aparecer na tela. Meu coração acelerou.

Eu disse que Nápoles era bonita. Você não vai me deixar esperar, vai?

Parei, olhando ao redor. Como ele sabia que ela estava ali, agora? E como ele poderia estar em Nápoles tão cedo? Sem entender, ela respondeu, tentando manter a compostura.

O que você está fazendo aqui, Henry? Você disse que tinha algo importante para fazer.

Minutos se passaram sem resposta, até que uma nova mensagem apareceu.

Algo mais importante do que vir até aqui? Acho que não. Nos encontramos no terraço do hotel Palazzo Reale em 30 minutos. Te espero.

Sorri. Claro que ele estaria em um dos lugares mais elegantes da cidade. O mistério ao redor de Henry me deixava curiosa, mas também me desafiava a não ceder ao jogo dele tão facilmente. E, ainda assim, algo em seu convite me chamava. Talvez fosse a ideia de que ele havia atravessado o país apenas para encontrá-la, ou talvez fosse apenas o fato de que, por mais que quisesse resistir, eu queria vê-lo de novo.

Sem pensar duas vezes, voltei para casa, troquei de roupa e peguei o carro da minha mãe. A cidade dormia, e as ruas estavam silenciosas enquanto eu dirigia em direção ao hotel. No caminho, o pensamento de como Henry a fazia se sentir dividida entre a razão e o impulso não saía de minha mente.

Quando cheguei ao Palazzo Reale, um dos hotéis mais luxuosos da cidade,  subi diretamente para o terraço, sem hesitar. As luzes da cidade refletiam no mar, criando um cenário que parecia ter sido escolhido a dedo por ele. E lá estava Henry, de pé, com as mãos nos bolsos, observando o horizonte.

Ao me ver,  ele sorriu, um sorriso leve, mas cheio de intenção.

- Você veio.

Cruzei os braços, tentando manter a calma. - Claro que sim. Achei que seria interessante ver o que você aprontou desta vez.

Ele deu um passo em direção a mim, o ar confiante de sempre, mas com algo diferente, mais leve.

- Eu só queria te mostrar algo. Nápoles tem um significado especial para você. Achei que seria interessante descobrir isso... juntos.

Eu ri baixinho, sem deixar de encará-lo.

- E o que você acha que vai descobrir, Henry?

Ele inclinou a cabeça, os olhos escuros fixos nos dela.

- Acho que já descobri mais do que imaginei. E talvez seja apenas o começo.


O silêncio entre eles não era desconfortável. Na verdade, era carregado de uma tensão sutil, uma conexão que crescia cada vez mais. Rose, por um momento, sentiu que, naquele jogo de mistério e atração, ela tinha tanto controle quanto ele.



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Henry Moretti

Conversamos por horas, sentados à beira do terraço, com a cidade iluminada aos nossos pés. Cada frase trocada entre a gente carregava uma mistura de segredos, e quanto mais conversávamos, mais Rose percebia que havia muito mais em mim do que eu deixava transparecer.

Quando o relógio marcou uma hora tardia, Rose olhou pra mim, sabendo que o dia seguinte seria longo.

- Amanhã tenho plantão no hospital. Preciso ir.

Assenti, mas não sem deixar transparecer uma leve frustração.

- Eu entendo. Vou ficar na cidade até você decidir ir embora. Nos veremos em breve.

- Você tem certeza disso? - Rose perguntou, desafiando-me com um sorriso.

- Tenho mais certeza disso do que de qualquer outra coisa.

Ao descer para o lobby do hotel, Rose se perguntou o que Henry realmente queria. Ele estava ali, mas algo lhe dizia que sua presença não era apenas coincidência ou uma simples atração. Por mais que o mistério dele a encantasse, também havia algo de perigoso naquele jogo.

E, de alguma forma, Rose sabia que Nápoles nunca mais seria a mesma depois daquele encontro.

Obsessão Italiana - 1º LIVRO DA SÉRIE LEGADO ITALIANOOnde histórias criam vida. Descubra agora