18.2 - O que não dizemos e o que não fazemos

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Alison

Novamente, eu estava abismada com a psicologia.
O término desgastante com Evan... suas desculpas sinceras, juntas das de seu amigo... o uso errôneo de justificativas mencionando a pior coisa que já aconteceu na minha vida... a crise... a explosão irada quando Evan me seguiu.
Só que não era ele me seguindo.
E este mínimo fato foi o suficiente para que todo o resto ficasse em segundo plano, me deixando afundar na areia movediça do embaraço.
— Gatinha, eu já disse que está tudo bem! Para de fazer essa cara!
Blake tentou nivelar sua expressão risonha com a minha linha de visão, mas eu a desviei para o outro lado, não suportando olhar para ele.
— Eu sou tão idiota... — Escondi meu rosto nas mãos, esfregando os olhos.
— Não é, não. — Sua gargalhada alegre ecoou pela extensão do beco escuro. — Para com isso, Alison, você pensou que fosse outra pessoa!
— Sim, mas era você! Eu gritei com você! — lastimei, ainda desacreditada.
Eu havia gritado com Blake Lowell, pelo o amor de Deus, qual era o meu problema?! Esta noite não poderia ficar muito pior do que isso, eu não iria aguentar se ficasse...
— Porque pensou que fosse outra pessoa... acontece — Blake constatou numa serenidade tão reconfortante que, por mais envergonhada que estivesse, eu quis olhar para ele neste momento, em busca de toda esta paz que ele transmitia.
Foi um preguiçoso sorriso brilhante que encontrei, reluzindo sob algum ponto de luz perdido naquele escuro. Com direito também às linhas charmosas se evidenciando nos cantos da boca e tudo o mais que eu ainda não acreditava que podia presenciar com meus próprios olhos.
— Oi! — cumprimentou, obviamente se divertindo demais com a situação.
— Oi... Eu estava brava com o Evan, Blake... não estava prestando atenção quando você me chamou, por isso acabei me confundindo. Eu sinto muito mesmo... — quis completar com "por ter gritado com você", mas minha garganta somente se fechou e minha visão começou a ficar turva, por nada além do meu ainda permanente abalo emocional.
Não chore na frente dele, não chore na frente dele, não chore, não chore, não chore...
— De coração — Blake pousou uma mão no peito e, sem se aproximar demais, içou com delicadeza o meu queixo para cima com a outra. —, mesmo se tivesse sido comigo, por você querer ficar sozinha, ou por alguma merda que eu poderia ter feito... Estaria. Tudo. Bem — pontuou cada palavra, me hipnotizando por um momento ao examinar meu rosto. — Você não queria ser minha amiga? Então, amigos compreendem as eventuais explosões um do outro — completou, rindo mais um pouco e eu consegui transparecer um verdadeiro sorriso, sentindo o aperto afrouxar um pouco dentro de mim.
— Você está certo. Desculpe pelo exagero... — Franzi as sobrancelhas, ainda fixada em seu rosto. — Só é estranho ainda, ahm... — Gesticulei em sua direção, sem saber como me expressar.
— Eu? Eu sou estranho?! — fingiu ultraje, mas logo sorriu, dispensando a atuação. — Sei que sou, está tudo bem.
Me alarmei de novo.
— Não! Você não é! Não foi isso que eu quis dizer, eu...
— Alison, meu Deus! — Ele explodiu em risos novamente. — Eu estava brincando, calma! Eu sei que não era isso. E, tudo bem, se você apenas soubesse o quanto eu t... — sua frase foi cortada de forma tão abrupta quanto seu sorriso, que se transformou em alarme puro.
Ele desviou seu olhar para os próprios pés e eu comecei a me desesperar de novo com sua óbvia e súbita mudança. No entanto, ele logo completou:
— Se você apenas soubesse o quanto eu não ligo. Quero dizer... já conheci muitos fãs antes e... sei lá... nunca achei que alguém precisasse me tratar diferente e... — Deu de ombros. — Só não precisa se preocupar.
— Ok... — concordei e ele forçou aquele seu sorriso genérico que não camuflava muito bem o certo desânimo que permeava atrás dele. Tanto que percebi exatamente como ele sumiu, quando Blake pareceu ter se lembrado de algo, de repente.
— Ah! Eu tenho uma coisa pra você! — Se virou, começando os poucos passos até seu carro, no fim do beco, e eu logo me pus a acompanhá-lo.
— Como assim "tem uma coisa pra mim"?
— Um presente — explicou apenas, com tranquilidade, como se não soubesse que o único motivo para eu ter perguntado, para começo de conversa, era por medo desta ser a sua resposta.
— Blake, você me comprou outro presente? Por quê?
Ele me encarou, estranhando meu estado alarmado.
— Porque eu vi vender e sabia que era algo que você precisava. E também porque eu quis.
— Precisava? — questionei e ele murmurou um "uhum", destravando a porta do motorista. — Blake, eu não estou precisando de nada, não tinha necessidade de se incomodar.
— Não foi incômodo algum — replicou simplesmente, enfiando metade de seu corpo enorme para dentro do carro, para então começar a fuçar o porta-luvas, que parecia atolado de papeis.
Tentei, com muito esforço, não olhar para a pele que sua camisa deixou de cobrir quando se esticou, me dando um flash de algumas de suas tatuagens que eu era maluca para explorar. Esta, definitivamente, não era uma distração saudável para o momento por uma série de motivos os quais eu não estava muito ansiosa para analisar, então apenas olhei em volta, vendo pouquíssimas pessoas e carros passando ao longe, mas muitas luzes acesas em vários pontos, demonstrando o quão desperta a cidade ainda estava, às nove da noite, com a brisa que aos poucos se transformava em ventania.
Algo no meu inconsciente acabou até mesmo percebendo que era o Plymouth de Blake que vi mais cedo, quando apareci neste beco sem querer pela saída de emergência da galeria, mas não dei muita atenção a isso, pois ele logo estava se endireitando a minha frente e, novamente sorridente, me estendeu um...
Franzi o cenho.
— Por que, exatamente, você me comprou um cubo mágico de aparência extremamente cara que você com certeza vai ter que devolver porque eu não vou poder aceitar?
Revirando os olhos, Blake manteve seu sorriso descontraído não parecendo ter a mínima intenção de responder a minha pergunta.
Ao invés disso, ele suavemente tocou num ponto em um dos cantos no topo do cubo, e ele começou a reproduzir uma melodia instrumental maravilhosa que me era familiar demais para que conseguisse me manter irredutível.
Puro encantamento se apoderou de mim, me fazendo cobrir a boca com as mãos e, quando os vocais de Simon Le Bon começaram, minha visão embaçou mais uma vez.
— Ordinary World¹... — reconheci, num fio de voz.
— Ah, você conhece essa! — constatou, soando contente.
— É a minha música... eu ouvi muita coisa dos anos noventa. — Alguém com quem cresci nunca conseguiu se modernizar em nada após a época.
Sorri tristemente de canto, incapaz de desviar meus olhos do cubo.
— Hm... agora a coisa com a Britney faz mais sentido. — Uma gargalhada sôfrega e involuntária irrompeu do meu âmago, com seu comentário, me fazendo cerrar os olhos para tentar segurar as emoções. Deveria ser um crime alguém ser tão adorável...
Ele não tinha ideia do que estava fazendo para mim agora com esta música e, quanto mais ela penetrava meus sentidos, menor era a minha capacidade de raciocinar. Então ele apenas continuou:
— Bom, então eu vou apresentar minha defesa, antes que você tente me refutar de novo, ok? Ok, então. — Blake apontou para uma das laterais do cubo que parecia cobrir pouco menos da metade da palma de sua mão enorme. — Esta belezinha tem capacidade interna quase infinita, que eu já comecei a preencher com a cultura que está faltando na sua vida — expirou uma risada esperta e brincalhona —, mas obviamente também tem acesso à internet e a todo aplicativo de música online que você puder pensar. Pode acreditar: eu perguntei para o cara da loja sobre todos e ele me confirmou um por um. — Exalei mais um suspiro risonho, quando ele realmente levantou um dedo no ar para enfatizar este detalhe.
E, até mais ou menos depois que a minha música acabou, para começar alguma outra igualmente maravilhosa, Blake me explicou as inúmeras vantagens e características absurdas daquele cubo mágico high tech, tanto internas, quanto externas.
Sério, tudo o que fosse relacionado a música, praticamente, aquele cubo fazia, inclusive gravar trechos, se o dono estivesse compondo alguma coisa. Blake, no entanto, me disse que eu não poderia torcê-lo e girá-lo, como um verdadeiro cubo mágico, mas que a coisa tinha uma "função abajur" que brilhava suas variadas cores, como luzes de Natal, piscando para embaralhá-las, para então se montarem sozinhas entre as piscadas, até que estivessem completas, e aí elas se misturavam de novo, e o ciclo continuava.
Blake definiu isso como "decepcionantemente estético", dizendo que acharia muito mais legal se pudesse completar as cores ele mesmo, mas tudo o que eu estava pensando era que eu me daria este cubo de presente apenas pelas luzes brilhantes, porque só isso já havia sido mais do que o suficiente para me impressionar. Envolvendo música então? Eu sequer iria querer saber o preço!
Mas ele estava me dando esta coisa. O Blake, meu ídolo, Lowell! Se Kat, que é a minha melhor amiga, tivesse comprado isso para mim do nada eu já acharia estranho, o fato de ser ele só me fazia sentir cada vez mais encabulada em aceitar algo tão precioso e funcional, que estava sendo me dado de presente sem que sequer fosse meu aniversário. Eu simplesmente não conseguiria aceitar!
Antes que eu pudesse trazer isto à tona, no entanto, ele me mostrou uma das faces que, com divisórias e tudo, revelava uma tela na base inferior do cubo que, não apenas respondeu a minha dúvida silenciosa — Can't Nobody Love You, dos Zombies, era o que estava tocando —, como também, segundo Blake, com um deslizar no ponto correto, se transformava num identificador de músicas externo. De alguma forma que nem o mencionado "cara da loja" conseguiu explicar direito, o cubo não precisava de internet para esta função.
Gesticulei, sem palavras para expressar nada que fugisse do esperado.
— Isso é... impressionante!... Uau!
— Não é?! — Ele sorria com a animação de um garotinho com uma rara revista em quadrinhos em mãos. — Eu achei demais quando vi hoje cedo! É a sua cara!
Provavelmente, porque ele tinha notado as versões mais simples e baratas, que eram completamente inúteis sem um sinal de bluetooth, espalhadas por todo o meu loft.
Blake ecoou meus pensamentos como se pudesse escutá-los:
— E eu sei que você já tem um monte de caixinhas de som, mas esta é do tipo que você iria acabar comprando mesmo, então, sei lá... — sorriu docemente, dando de ombros — eu adiantei.
Blake alcançou minha mão direita, a qual estava servindo de suporte para a minha cabeça, e pousou nela a caixa de som que se sentia leve, porém bem resistente, para algo relativamente pequeno. A observei, virando suas faces entre meus dedos com um sorriso sem graça.
— Por isso você gastou uma grana inaceitável num presente? Para "adiantar as coisas" pra mim? — ironizei o máximo que a temperatura alta nas maçãs do meu rosto permitiu. Porém, estiquei o cubo de volta para ele, meneando a cabeça em negação. — Blake, eu não posso...
— Claro que pode! — Cruzou os braços fortes sem a mínima intenção de pegar o cubo de volta. — Alison, por favor, "grana inaceitável"?! Eu não pensei duas vezes porque sabia que você queria! Só me deixa fazer uma coisa legal e aceita... por favor.
Algo captou minha atenção.
— Como assim "sabia que eu queria"? Quando foi que eu dei a entender que queria um cubo-músico-extra-mágico que sequer sabia ter sido inventado? — curvei uma sobrancelha, duvidando.
— No dia em que estive em sua casa — respondeu com tanta simplicidade sincera que, por um segundo, logo após me surpreender, comecei a repassar os eventos daquele dia, me perguntando se eu realmente não tinha dito alguma coisa. Mas não era possível! Eu jamais teria dado um deslize desses mesmo se soubesse que este cubo existia!
Blake pareceu notar minha indagação interna e explicou:
— Como eu disse antes, ele é à prova d'água. E claro que aquele dia você não pediu especificamente pelo cubo, você não pediu nada, aliás, mas teve aquele momento, lembra? Logo depois de você me mostrar aquela música foda da Dayglow, que você disse que ouvia música o tempo todo, até dormindo. Só não ouvia no banho, porque...
—... "porque tenho medo da umidade corroer o que quer que esteja tocando" — completei, num sussurro desacreditado, quando minha memória refrescou minhas exatas palavras daquele dia.
Seu charmoso sorriso brilhou mais uma vez.
— Você lembrou! Então, é isso! — indicou o cubo. — Claro que eu também não sabia que isso existia, mas achei o máximo quando vi e lembrei de você na hora!
— Você... lembrou?
— Sim! É a sua cara, não é? Todas as cores e toda essa funcionalidade com a música... depois eu te ensino certinho como faz para recarregar, até a forma de fazer isso é um lance legal e diferente, e aí você poderá até dar um passeio na chuva com ele e não vai estragar. O cara da loja me garantiu e até enfiou um outro dentro de um pote com água pra me provar. A música nem vacilou, foi demais!
Ele lembrou de cada palavra que eu disse. Cada uma delas!
Já havia me impressionado com isso antes, mas, naquele dia, eu estava vomitando palavras de puro nervosismo, por estar em uma luta interna contra todos os impulsos que me forçavam a fazer o papel de uma palhaça patética na frente dele! Enquanto tudo o que ele estava fazendo, era legitimamente prestar atenção no que eu dizia, como se eu fosse a fonte mais confiável de uma prova final e ele, um estudante ávido.
Como se tudo o que eu dissesse, importasse.
Como se eu importasse. Para ele.
Foi neste segundo, nesta conclusão que com certeza consideraria exagerada mais tarde, que algo no meu cérebro começou a emitir um certo comando que não deveria estar sendo emitido. Um comando de pouquíssimas palavras que eu havia encaixotado, trancado e enterrado na maior das profundezas do campo esquecido e solitário onde deveriam florir os meus desejos.
Enquanto Blake ainda falava sobre toda sua trajetória, quando foi buscar sua mãe no aeroporto de manhã e viu o cubo na vitrine de uma loja conceituada de eletrônicos, meus olhos não saíam de seus lábios bonitos e generosos, que se moviam animadamente. E, com isto, o comando desenterrava com cada vez mais afinco, a minha fome reprimida que só fora saciada apenas uma vez, num cenário muito parecido com este... no que me pareciam ser décadas atrás.
Eu precisava daquilo novamente... o comando se apressou em me lembrar que agora eu podia, meu melhor amigo era apenas meu melhor amigo de novo.
Mas uma centelha de razão remanescente ainda me fez perguntar:
— Blake, eu... eu posso...?
Seus olhos encontraram os meus e eu não consegui terminar a frase, mas nada mais foi necessário. Surpresa tomou conta das linhas de seu rosto, para se endurecer em uma séria descrença... e enfim se suavizar em algo que me atrevi a considerar ser expectativa.
Ele sabia o que eu queria e o temor da rejeição apareceu de repente, me fazendo hesitar por não ter sequer considerado isso antes.
— Pode... o que você quiser. Você pode — ele confirmou com convicção, no entanto.
Engoli em seco por realmente estar considerando e, no meu subconsciente, a noção de que minha auto repreensão estava se mostrando impressionantemente forte me ocorreu. Diante destes lindos olhos azuis que clamavam e imploravam para que eu prosseguisse? Minha capacidade de repreensão tinha que ser a mulher maravilha das capacidades de repreensão!
Isso ou apenas me faltava coragem em ser aquela que toma as atitudes que sente vontade.
Fosse o que fosse, A Hard Day's Night², com sua primeira e alta nota, foi o que trouxe a nós dois de volta para a realidade com um baita de um susto.
Meu coração parecia determinado a vencer uma maratona e eu desviei meu olhar do dele, encarando os lacinhos das minhas sapatilhas. Mas a decepção de Blake foi perceptível no ar, quase palpável.
— Alison... — começou num sussurro, mas, não querendo de jeito nenhum que ele terminasse o que iria dizer, eu o abracei num impulso. — Alison?
— Obrigada pelo presente — agradeci, sentindo que seu coração batia tão forte quanto o meu. — Eu adorei, é muito, mas vou aceitar com carinho porque você realmente pensou em mim. Obrigada. — O apertei mais forte, assim como fiz com minhas pálpebras fechadas. — De verdade.
Esqueça, esqueça, esqueça, por favor, esqueça... Deixe pra lá...
Blake retribuiu meu abraço devagar e eu respirei fundo, me sentindo menos tensa com seu conforto. Pelo menos isso eu ainda podia apreciar e era, assim como nas outras vezes, simplesmente deífico. O calor de seu peito duro, através da camisa escura, parecia me renovar, mas ao mesmo tempo se misturava com a inconveniente frustração que permeava no meu cerne.
Um misto cruel de emoções.
Alguns minutos depois, quando senti que realmente havia conseguido engolir o choro, me desvencilhei de seu corpo, lutando contra certa resistência de sua parte.
Dei um passo para trás, tentando forçar uma expressão tranquila, mas não precisava ter me preocupado. Seu olhar vazio encarava o nada a frente com fixação.
— Obrigada... de novo.
— De nada.
— Vou te dar um presente legal também...
— Não se incomode.
— Eu já fiz, na verdade...
— Não tem necessidade.
Seu tom sem vida foi o que me fez suspirar de tristeza.
— Eu vou... lá pra dentro. Kat deve estar me procurando. Nos vemos mais tarde, com ela... não é? Na festa do Caleb?
Segundos em silêncio se passaram e eu considerei simplesmente sair correndo dali, já incapaz de aguentar mais disso. Eu nem sabia o que era isso. Blake nunca havia se mostrado assim para mim antes e... era horrível.
Entretanto ficou mil vezes pior, quando seus ombros caíram, seus olhos piscaram e subiram para me encarar com infelicidade.
— Até mais tarde, Alison.
Ele sequer tentou forçar seu sorriso falso.
Ele não queria tentar me fazer acreditar que estava tudo bem.
Eu não sabia o que fazer com isso.
— Até, Blake.
Passei por ele, cuidando para não esbarrar, e, quando estava a uns cinco passos de distância, ele chamou pelo meu nome, me fazendo travar no lugar.
— Você está maravilhosa neste vestido. Definitivamente, a mulher mais linda que verei hoje.
"Verei?"
— Obrigada — murmurei por cima do ombro e retornei aos meus passos.
Eu não tinha certeza do que ele quis dizer.
Mas de nada adiantava, pois também não saberia o que fazer com o que ousei suspeitar.

...

¹. "Ordinary World", música da banda Duran Duran;
². "A Hard Day's Night", dos Beatles.

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