22.3 - Questão de segundos

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Caleb

Meu foco estava somente na entrada das trilhas.
O enorme arco ornamentado por ramos e flores tropicais era a única e mais óbvia passagem entre as amendoeiras que fechavam todo o restante do espaço como uma alta cerca natural. Ele ficava no final da área reservada para o comércio local, então quilômetros de quiosques eram o que nos separavam, mas eu estava os cobrindo com velocidade, desviando das pessoas, sem olhar para nada além.
Sim, eu estava seriamente preocupado com Alison. Mas estaria mentindo se dissesse que minha pressa do momento era movida apenas por esta preocupação.
Não... era mais como uma fuga evasiva: Alison bêbada e perdida entre estranhos, no escuro das trilhas, era uma realidade torturante, mas não somente para mim. Katrina e Blake também não iriam gostar nada desta... "perspectiva". Pode-se dizer que só não estava muito animado para dividir a novidade.
Obviamente, fugir não funcionou, no entanto.
Estava a poucos passos da passagem escura e foi neste momento que meu irmão e Kat não apenas me alcançaram, mas também logo se colocaram na minha frente, me fazendo parar e encará-los.
— Sabe onde ela está? — o "xerife Grimes" perguntou, parecendo estudar cada traço da minha cara como se fosse um detector de mentiras ambulante. Que saco...
— Acho que sim. — Não adiantaria nada mentir, mas ainda não queria alarmá-los. — O barman a reconheceu de uma foto e acha que ela pode estar ali — indiquei com o queixo, propositalmente deixando a informação da ruiva desconhecida de fora.
Quando ambos olharam por cima dos próprios ombros, aproveitei a brecha e tentei voltar a andar, mas o choque de Kat me fez vacilar de novo:
— Naquela escuridão?!
— Era onde estávamos antes. Eu não pensei que ela fosse voltar pra lá quando pedi pra esperar — joguei a justificativa, como todo bom culpado cara de pau faria, não querendo pensar nisso no momento. — Eu achei que ela fosse ir pra calçada...
— Ela disse a você que ia? — questionou, dura. Hesitei.
— Não... eu... — Meu rosto começou a esquentar.
— Então você simplesmente deixou ela voltar sozinha para aquele mato escuro?! — Arregalou os olhos sérios para mim, o pavor brilhando no verde intenso deles.
— Não estava escuro antes! — a culpa me lembrou. — Eu pensei que ela ia sair, eu... eu pensei...
— Tudo bem, tudo bem... Vamos resolver isso — Blay interveio, tentando me tranquilizar com sua mão no meu ombro. Ele fez o mesmo com Kat, mas pareceu mais firme com ela, como se tentasse contê-la no lugar. — Caleb, não tem nenhuma chance dela estar em qualquer outro lugar? Vocês não alugaram um quarto de hotel, ela não pode estar na água, de repente...?
— Estávamos dormindo na minha barraca e a desarmamos hoje — expliquei rápido. — Quanto a água, ela...
— Ela não gosta de nadar no mar — Katrina completou por cima, emburrada e aflita. — Ela sequer gosta de praias, não sei o que diabos veio fazer aqui...
Kat recomeçou a caminhar até o arco enquanto ainda resmungava sozinha.
— Ela só está preocupada — Blake justificou pesaroso e logo seguiu atrás dela, abraçando seus ombros para confortá-la.
Ok, eu não condenaria mais o "xerife Grimes". Definitivamente ele era o policial bonzinho.
Mas não era o momento para isso.
Eu me sentiria mal depois, deixaria Kat gritar comigo depois, deixaria Blay me lembrar por quantas horas quisesse que preciso ser mais responsável depois, o inferno poderia cair sobre a minha cabeça depois!
Depois que tivesse a certeza que Alison estava bem.
Demos os primeiros passos, atravessando o arco, e lá estavam as redes... agora completamente vazias. Andei até onde vi Alison sentada na areia hoje à tarde, desenhando, enquanto eu cochilava na rede. As iluminações variadas dos quiosques que nos alcançavam mostravam que o espaço havia sido muito pisoteado desde então para sequer deixar alguma pista para qual lado ela teria ido.
Se ela realmente estivesse por aqui, era em uma das trilhas. O problema era que haviam no mínimo cinco delas. E todas levavam para pontos diferentes. Mesmo que eventualmente todos se ligassem, ainda estava muito escuro. Eu sequer tinha ideia de onde começar a procurar.
Ouvi Kat lamentar baixinho, provavelmente pensando nos mesmos receios, e logo seus olhos marejados apareceram na minha visão, quando ela ligou a lanterna em seu celular. Blay e eu seguimos o exemplo e ele voltou com as ordens:
— Você começa a procurar por lá. — Apontou para a última entrada, à esquerda. — Kat e eu vamos olhar do lado oposto. Tire o celular do silencioso e fale comigo caso encontre a Alison ou algo mais aconteça. Qualquer coisa.
Acenei sem constestar, já dando o primeiro passo, mas ele me deteve, segurando meu antebraço:
— Caleb, eu estou falando sério: Não hesite em me ligar se encontrar problemas. Se voltarmos aqui e você ainda não estiver de volta, vou estar me preocupando com dois ao invés de um, entendeu? Mantenha contato!
— Ok! Eu entendi! — Soltei meu braço do seu aperto, revirando os olhos.
Comecei a me afastar, chacoalhando o celular na minha mão para fazer a lanterna acender de novo, apontando-a para todos os lados.
Apenas trilhas de areia e pedregulhos até onde a luz e minha vista alcançavam. Nenhuma alma viva.
Me enfiei mais entre as folhagens e finalmente encontrei pessoas. Um pequeno grupo, suspeitosamente silencioso e organizado em um semicírculo, estava um pouco mais adiante. Me aproximei um pouco e todos pareciam estar concentrados demais no centro da roda para me notar.
Não era necessário conhecer muito de Alison para saber que, bêbada ou não, se ela estivesse num lugar desses, seria para "admirar e desenhar as palmeiras", ou algo igualmente ingênuo que só era plausível na cabeça dela. Mas o barman havia dito que ela estava com uma estranha, então, sim, eu checaria cada um deles, se fosse necessário.
Sem pensar duas vezes, chamei, numa mistura estranha de um grito e um sussurro:
— Alison?
Apontei a luz para o bando, vendo se ela se manifestava lá do meio, mas todos que me olharam taparam os olhos em desespero no mesmo segundo, feito vampiros que fugiam do sol.
— Vira essa merda pra lá, cacete! — um cara com as pupilas muito vidradas vociferou.
Haviam pelo menos cinco pessoas com ele e assim que me certifiquei que nenhuma delas era Alison ou uma garota ruiva, e sim um bando de gente de narizes sujos demais por alguma poeira branca para me oferecer qualquer informação, deixei-os com seu escândalo e continuei a minha procura, indo mais fundo.
Não sei quantos minutos se passaram, provavelmente algo perto de trinta, e apenas hippies e/ou mais gente drogada para todos os lados apareciam, até que me deparei com um grupo menor que me chamou a atenção.
Estava escuro demais, mesmo com o auxílio da lanterna, mas consegui distinguir nada mais do que três pessoas. Estavam simplesmente parados, muito juntos um do outro, no meio de uma pequena clareira, sem uma árvore, cerca, ou qualquer outra coisa para se recostar. Só estavam...
ali.
Ainda me aproximando devagar, mirei a luz a entre eles e... lá estavam, enfim, os Yoshis, estampando o tecido leve de um vestido que, graças aos céus, me era muito familiar!
Sério, no que cabia a mim decidir, o dinossauro verde da Nintendo poderia muito bem se tornar o novo símbolo da bandeira da salvação mundial a partir de agora, de tanto alívio que me trouxe.
Suspirei embasbacado, chamando:
— Ali! Alison! — Não consegui evitar o sorriso exausto, reconhecendo as mechas onduladas, escuras e longas soltas por suas costas. Porém, fácil assim, tudo foi morrendo aos poucos quando me aproximei o suficiente: meus passos, minha alegria e meu alívio. — Ali...son?
O único do trio que me notou, foi um cara, alto e de cabelo super claro. Ele tinha a parte superior de um biquíni nas pontas dos dedos e um sorriso malicioso no rosto.
Tanto Alison, quanto a tal da garota ruiva, estavam "engajadas" demais nas línguas uma da outra para se lembrarem que o resto do mundo existia.
O cara estava bem atrás da ruiva e eu poderia presumir o que ele fazia, mas ela segurava Alison pelo rosto e, isso e as mãos de Alison nos antebraços pálidos da garota, pareciam ser tudo o que mantinha seu corpo oscilante de pé.
A garota não usava nada além da parte de baixo do biquíni e o laço atrás do pescoço de Alison, que sustentava o vestido de Yoshis no lugar, estava desfeito, caído até sua cintura, fazendo com que apenas o biquíni rosa que usava por baixo fosse tudo que ainda cobria sua nudez.
Ok...
Apenas segundos se passaram para que assimilasse o que estava acontecendo, mas foram suficientes para que uma certa memória corresse por meus pensamentos. Uma muito semelhante ao momento, que ficou em algum dos últimos dias.
A coisa toda passou diante dos meus olhos: estávamos no meio da rave, altos demais para fazer qualquer outra coisa além de saltarmos e nos esfregarmos um no outro, quando uma morena de cabelos curtos apenas puxou Alison dos meus braços, gritou algumas poucas palavras no ouvido dela e, antes que me desse conta, elas estavam se beijando. Mais tarde, largados deitados na nossa barraca, ela era nada mais do que sorrisinhos sem graça, envergonhados, dizendo que aquela havia sido a primeira vez que beijou uma mulher.
Ela perguntou com tanta naturalidade e não havia como pensar no que estava acontecendo lá no meio daquela bagunça, então eu só deixei acontecer!
Lembro que só conseguia sorrir, me divertindo com a sua inocência.
E você gostou, pelo menos? — Ela me olhou com uma expressão entediada.
Eu sei o que está tentando fazer, e, não, eu não vou cantar Katy Perry com você agora.
— O quê? Não! — Explodi em risadas. Ela sorriu, brincando obviamente. — Eu só queria saber se você vai se empolgar agora nos novos sabores — brinquei de volta e ela sorriu, se arrastando para mais perto de mim.
Não tenho certeza... — Me beijou longamente. Mais do que eu considerava confortável, mas delicioso demais para que quisesse realmente impedir.
Até que parou de repente e constatou, dando de ombros:
Prefiro meu sabor de sempre.
Eu poderia acreditar que ela, talvez, tivesse mudado de ideia sobre essa coisa de sabores uma última vez antes de voltarmos para casa. Não haveria nada demais nisso.
O problema era que, novamente, Alison mal podia se manter de pé. Eu não tinha certeza de que ela sequer sabia exatamente o que estava acontecendo.
— Ei, maluco! Ou você paga pra assistir ou cai fora daqui! — o cara exclamou, chamando minha atenção e apontando o caminho por onde a trilha continuava.
Franzi o cenho, me aproximando mais, nem um pouco intimidado.
— "Paga pra assistir"?
— Caleb...? — ouvi a voz arrastada de Alison, que afastou seu rosto da ruiva finalmente me ouvindo.
— Sim! Paga pra assistir! — o cara a ignorou, repetindo para mim como se eu fosse idiota. — Nosso lance aqui é privado e só o que você vai conseguir é assistir... Se me pagar cinquenta dólares. Senão, pode sumir daqui.
— Acho que não, cara — neguei, assistindo Alison sussurrar um "meu Deus" envergonhado ao notar a mulher seminua que a segurava. Estiquei meu braço puxando-a pelo cotovelo para fora de seu alcance. — Ela obviamente não tá em condições. Vamos embora, Ali.
— Onde... — soluço — agentetá?
— Nem fodendo! Eu paguei as bebidas dessa puta, ela tá me devendo! — o otário se enraiveceu, mas eu estava ocupado ajudando Alison a cambalear ao meu lado para o mais longe que podíamos. O cara não parecia ser uma exceção aos drogados com que esbarrei por aqui.
— Deixa quieto, Kev, eu ainda tô aqui! — Lancei um olhar rápido para a ruiva, virando a luz forte do meu celular em sua direção, e ela agora estava se estirando deitada numa toalha de praia.
Parte de mim se perguntou se ela também não precisava ser arrastada para fora daqui, mas a expressão irritada em seu rosto me disse o contrário. Eu havia cortado a sua "diversão" e este parecia ser o seu único problema agora. Mas eu não soube dizer se ela estava sob o efeito de alguma coisa e isso me preocupou ao ponto de me fazer parar.
Em meus braços, Alison parecia estar muito confusa, ao mesmo tempo em que tentava me explicar alguma coisa e pedir desculpas, engolfada em um dialeto bêbado e incompreensível.
Fosse o que fosse, ela parecia completamente a alheia à situação em que se encontrava.
— Não, a gente vai fazer a porra do ménage! — ele discutiu, visivelmente alterado, enquanto me olhava com sangue nos olhos. As veias de sua testa avermelhada se pronunciando. — Quem esse babaca pensa que é? O pai dela?!
— Ei, você tá bem? Precisa de ajuda pra sair daqui? — perguntei de uma vez para a mulher, quando percebi pelo canto do olho que o cara começou a me seguir com uma expressão maníaca.
— E o que isso te importa, seu babaca?! Apareceu aqui cortando nosso barato só pra bancar o bom samaritano, é?! Ridículo!
Tudo o que minha consciência precisava para descansar tranquila mais tarde — pensei, voltando a tropeçar com Alison para fora dali.
Infelizmente seu corpo quase débil estava me desacelerando muito e era mais do que esperado que o cara não precisou suar para nos alcançar.
Sei que parece clichê pra caramba, mas eu sempre tive ciência de que sou um amante, não um lutador. Na vida não me faltaram oportunidades de apanhar para que eu percebesse em todas elas que não conseguia revidar. Não era uma questão de força, mas, sim, simplesmente não ser capaz de agredir outra pessoa, eu apenas não tenho o jeito pra isso.
Então, quando o punho veio com força na minha mandíbula, tudo o que fiz foi me manter firme, segurando Alison atrás de mim com afinco.
Porque, é... eu não gostava de violência. Mas, se tem uma coisa que meu pai abusivo e homofóbico deixou de bom para mim, foi a resistência. Não que ele estivesse tentando.
Mais outro soco no mesmo lado do rosto, um terceiro na têmpora, um puxão na gola da minha camisa havaiana, uma joelhada na virilha que me fez arfar... mas eu ainda estava de pé, sólido feito rocha. E isso só pareceu o irritar ainda mais.
— Qual é o caralho do seu problema?! Larga a porra da minha puta!
— Para de chamar ela assim, porra... — balbuciei, cuspindo sangue.
Sua resposta foi uma cabeçada forte de encontro ao meu nariz e eu juro que vi não apenas estrelas como todas as outras formas geométricas tonteando meu cérebro. Minha visão escureceu, mas meus pés continuavam o mais firmes que podiam sobre os pedregulhos.
— Kevin, que saco! Para com essa merda! — ouvi o grito da ruiva que pareceu soar de outra atmosfera. — Você vai se meter em problemas por causa desse coloridinho aí! Esquece isso!
Coloridinho?
Kevin também se confundiu.
— Como é que é?!
— Você não lembra?! Esse é o cara que a gente viu grudado no Lucas ontem!
A gola da minha camisa levou outro puxão grosseiro e enxerguei, mesmo na escuridão quase por completa, as pupilas alteradas do sujeito a minha frente me analisando por um segundo.
— Puta que pariu, é mesmo! É a bicha de ontem! — Soltou uma gargalhada alta e alucinada. — Vai ser foda pra caralho falar pro merdinha do seu irmão que eu arrebentei a cara do namorado dele!
— Você vai é parar na cadeia de novo — constatou, soando entediada.
— Ah, é?! E você tá louca de abrir a boca pra alguém?! — berrou para ela, se virando pra mim logo depois. — Essa fadinha alegre aqui está? — Bateu com força nas minhas costelas. — Você, além de bicha, é louco, é?!
— Não. O louco você vai conhecer agora.
Meus reflexos não foram rápidos o suficiente para olhar em direção a voz colérica, mas não era como se eu precisasse. Eu havia a reconhecido no ato.
Mas mesmo que este não fosse o caso, não levou mais do que um segundo para Kevin ser forçado para longe de mim e Blake se colocar por cima dele, desferindo punho atrás de punho na cara do maluco que soaram pesados e precisos feito marteladas. Ai...
Todo o alvoroço ocorreu perturbadoramente rápido a partir daí: senti Alison escapar de meu aperto em minhas costas e eu imediatamente tentei me virar para segui-la, mas caí de joelhos, minhas pernas desestabilizadas pela dor não me permitindo dar um só passo. Blake a minha frente, parecendo em frenesi de raiva, sequer dava chances a Kevin para que revidasse, mas ele tentava a todo custo ainda assim. Sua namorada seminua corria em volta dos dois desesperada, parecendo procurar um jeito de separá-los, mas com medo demais para obter qualquer sucesso.
Uma quantidade considerável de sangue então espirrou de um dos golpes de Blake em sua perna e ela gritou, correndo para longe. Acompanhando-a por um segundo, reencontrei Alison que começava a colocar todo o conteúdo de seu estômago para fora, e apenas neste momento notei Katrina, segurando a amiga pelos ombros, mas também dividindo sua atenção na briga horrível e em berrar o nome de Blake, implorando que parasse, encandalosamente.
Uma luz então chamou minha atenção para o lado oposto de onde tudo acontecia e meu mundo inteiro pareceu rodar doloroso e lento, me tornando mais ciente das pontadas maçantes de dor principalmente em minha cabeça. O que só piorou, quando olhei diretamente para o chão, onde meu celular largado sozinho ainda espocava aquela luz cegante. Estendi uma mão na frente de meus olhos, quando me inclinei para alcançar o aparelho.
Virei a tela para o meu lado, decidindo que precisava me fazer útil e pedir ajuda, ligando para a emergência, mas a lanterna ainda ligada reluziu fortemente em alguma coisa e, antes que pudesse me proteger de novo, eu acabei olhando na direção e discernindo exatamente a fonte reluzente.
Uma lâmina. De um canivete. Na mão da mulher seminua que, sorrateiramente, caminhava olhando para Blake com apenas uma intenção. Uma que me faria ter um ataque de pânico se tentasse imaginar demais!
Ela parecia apavorada e sua hesitação me deu tempo de reunir, não faço ideia de onde, uma energia descomunal para saltar de onde estava para cima dela em um só impulso.
Agarrei seu braço no ar, fazendo-a largar o canivete no chão e soltar um grito agudo de susto.
Cobrir minhas orelhas foi involuntário.
Assim como o empurrão que ela me deu, me fazendo cair para trás.
Assim como a cotovelada que Blake acertou diretamente na minha têmpora já machucada.
O que fez tudo, enfim... apagar.

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