05 - Ilegais

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O policial à porta assente com um gesto e abre passagem:

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O policial à porta assente com um gesto e abre passagem:

— Pode entrar, doutor Caio.

Cruzo a sala com passos firmes, mantendo a expressão controlada, embora por dentro cada fibra do meu ser esteja em chamas. Diante de mim, Tubarão está sentado, as mãos algemadas sobre a mesa de metal desgastada. Seu sorriso debochado me faz serrar os dentes.

— Doutor Caio, que surpresa inesperada — ele diz, arrastando as palavras com cinismo.

Inspiro fundo, tentando manter a calma. A raiva pulsante em meu peito quase me leva a atravessar a sala e acertá-lo. Mas me contenho.

— Você mentiu para mim — disparo, minha voz grave e fria —. Helena não é minha filha.

Os olhos de Tubarão cintilam com uma malícia que só ele tem, e um sorriso largo se abre em seu rosto.

— Eu disse que não tinha certeza, não disse? — Ele dá de ombros, como se fosse um detalhe trivial. — Uma pena que você não seja o pai... devo ter me confundido.

Minha mão desce com um golpe seco e furioso sobre a mesa, o som ecoa pela sala, cortando o ar como uma lâmina. Tubarão sequer pisca; seu sorriso continua intacto, provocador.

— Você me fez acreditar nisso, Tubarão — rosno entre dentes. — Você sabia que eu faria qualquer coisa por ela.

O silêncio entre nós é carregado, uma batalha muda onde a minha raiva e a indiferença dele se enfrentam. Por um momento, seus olhos faíscam, e vejo o prazer que ele sente em ter me manipulado.

— Era um joguinho interessante, não era? — diz ele, quase em um sussurro, enquanto um frio cortante desce pela minha espinha.

Eu me afasto um passo, lutando para me recompor. Mas sei que a partir deste momento, tudo mudou.

— Sabe que eu não vou mais advogar para você — digo, irritado, tentando manter o controle enquanto ele me olha com aquele maldito sorriso.

Tubarão solta uma gargalhada que ecoa pelo escritório como se eu tivesse acabado de contar a piada mais hilária do mundo.

— Ah, mas eu acho que vai, sim... — Ele se inclina para frente, limpando o canto da boca com o polegar, o olhar predatório fixo em mim. — Ou quer que eu conte a todos sobre a carta falsa que forjou e as propinas que recebe dos meus pequenos negócios ilegais?

Meu coração bate mais rápido, e inspiro fundo, buscando uma calma que sei que não virá. Isso só pode ser uma piada cruel do destino.

— Então, doutor... temos um acordo? — A pergunta soa mais como uma confirmação do que uma dúvida, um golpe certeiro de quem já conhece a resposta.

A tensão no ar é sufocante, o peso de suas palavras se pendura sobre mim como uma guilhotina prestes a cair. E eu, cercado pelas minhas próprias decisões, percebo que não tenho saída.

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Revelações...

Esse capitulo tem 500 palavras aproximadamente.

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Destinos Cruzados | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora