1963
Pov. Cinco Hargreeves
O silêncio pairava por um momento enquanto eu analisava a situação, sentado no sofá com uma expressão de frieza que sempre mantive em situações assim. À minha frente, Elliott tagarelava sobre tudo e mais um pouco, como de costume, com sua mente cheia de teorias conspiratórias que, de certa forma, não estavam tão longe da verdade.
— Já ouviu falar da Área 51? Roswell? — perguntei, interrompendo seu devaneio.
Seus olhos brilharam, como se finalmente alguém estivesse levando suas teorias a sério.
— Caramba! Sempre soube que não éramos os únicos. Sabe, Eleanor achava que eu era Pinel, mas é tudo verdade, não é? OVNIs, círculos nas plantações... — comentou rapidamente, sem respirar entre as palavras.
Suspirei internamente, quase me arrependendo de ter começado essa conversa, mas continuei.
— Bem, a verdade está lá fora. — afirmei, deixando ele pensar no que quisesse.
Ele se aproximou, seus olhos cheios de curiosidade.
— Não, a verdade está... bem aqui, em nossa frente. — disse Elliott, chegando um pouco perto demais para o meu gosto. — Conte-me... Por que é sempre uma sonda anal? — perguntou, inclinando-se mais para perto.
Inclinei-me ligeiramente na direção dele, ameaçador, deixando claro que não tinha paciência para suas insinuações.
— Chegue mais perto e derreto seu cérebro. — ameacei, a frieza em minha voz evidente.
Ele rapidamente se afastou, levantando as mãos em sinal de rendição.
— Ele precisa de espaço. Sim, claro! — disse Elliott, compreendendo o recado.
A conversa precisava voltar para algo mais relevante.
— As engenhocas no telhado... Você as construiu, certo? — perguntei, minha curiosidade finalmente se acendendo sobre a parafernalha que ele montou.
— Sim, fui eu. Ando monitorando anomalias na atmosfera. — respondeu ele, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Estou esperando. — acrescentou.
Eu levantei uma sobrancelha, intrigado.
— Esperando o quê?
— Por você. Por todos vocês. — afirmou Elliott com a convicção de quem já esperava por essa revelação há tempos. — Tudo começou em 1960, o ano em que a Silvertone Ômega foi lançada. Eu estava no meio de uma venda, quando algo muito estranho aconteceu.
Sua voz carregava um tom de fascínio, como se estivesse contando uma história que ele mesmo mal conseguia acreditar.
— Nos últimos três anos, testemunhei ondas de energia naquele beco. A mesma coisa toda vez. Uma luz azul e roxa brilhante, aí algo aparece. — continuou ele, seus olhos fixos na lembrança.
— Viu algum deles direito? — perguntei, ainda cético, mas agora muito mais interessado.
— Sim, o primeiro. E aí o grandão sensível. — comentou Elliott, e foi impossível não pensar em Luther.
— Sensível? — questionei, curioso para entender o que ele queria dizer.
— É, chorou muito. Voltava ao beco, ficava sentado por horas, gritando o nome de uma mulher. Allison. — afirmou Elliott com um ar pensativo, como se estivesse tentando lembrar dos detalhes.
— Luther... — murmurei, lembrando-me de como meu irmão sempre foi emocionalmente intenso quando se tratava de Allison.
Elliott continuou, sua voz agora mais calma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Linked Destiny
FanfictionEm meio ao caos e à iminência do apocalipse, os irmãos Hargreeves precisam enfrentar não só uma ameaça que pode destruir o mundo, mas também os segredos do passado e as consequências de suas próprias ações. Enquanto Vanya luta contra seus demônios i...