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— Vocês parecem ser os mais sensatos do grupo, apesar de tudo. — comenta Reginald, analisando-os com aquele olhar calculista.

Kateryna arqueia uma sobrancelha, respondendo sem rodeios:

— Talvez seja porque somos mais velhos. — A afirmação sai simples, quase desinteressada, mas com uma ponta de sarcasmo.

Reginald hesita, curioso, enquanto os observa.

— Tecnicamente, somos mais velhos que você agora. — Cinco acrescenta, com um meio sorriso que apenas Kateryna parece captar por completo.

— Conhaque? — Reginald oferece, aparentemente imune à ironia.

— Só um pouquinho. — Cinco responde, aceitando.

— Não, obrigada. Um whisky, por favor. — Kateryna diz, erguendo levemente o copo como quem desafia.

Enquanto eles se acomodam com as bebidas, Reginald se inclina para Cinco, continuando com uma expressão intrigada:

— Na outra noite, você citou Homero para mim. Por que?

Kateryna solta uma risada breve e seca.

— Talvez seja porque você nos obrigou a ler quando éramos crianças. — comenta, um sorriso de lado indicando o sarcasmo.

— Em grego original, nada menos. — Cinco completa, seu olhar divertido ao terminar a frase com ela.

Kateryna respira fundo, sorvendo um gole de whisky.

— Este mundo termina em cinco dias, caso não consertemos a linha do tempo. — Cinco informa, sem rodeios.

Reginald parece pensativo, mas indiferente, como se o comentário fosse algo tão comum quanto o tempo lá fora.

— Mundos acabam. Paleozóico, Jurássico, e assim por diante. — disse Reginald, sua fala inexpressiva, fazendo Kateryna revirar os olhos. Esperava exatamente esse tipo de resposta dele.

— Podemos dar um jeito neste. — Cinco insiste, sua voz dura, mas uma expressão determinada.

Reginald inclina a cabeça ligeiramente, como quem reflete, e começa a falar com aquele tom pretensioso:

— O maior defeito do homem... — ele diz pausadamente.

— ...é a ilusão do controle. — Kateryna completa, sua voz vazia de paciência. Ela conhece aquele discurso de cor, e isso parece fazê-lo perder o interesse.

— Precisamos da sua ajuda. Você é nossa última opção sensata. — Cinco fala, sem rodeios.

— A mim já parece um pouco descabida. — murmura Kateryna, mexendo no copo de whisky, e Cinco a olha de canto, pegando sua mão em um gesto tranquilizador.

— Caso contrário, terei que fazer um acordo que não quero fazer. — continua Cinco, tentando manter a calma, mas Kateryna faz uma careta ao lembrar da Gestora e das consequências.

Ela suspira, inclinando-se um pouco para a frente, o olhar fixo em Reginald:

— O que sabe sobre viagem no tempo? — pergunta, decidida a finalmente falar sério.

Reginald ergue uma sobrancelha.

— Na teoria? — responde ele.

— Na prática. — Cinco rebate rapidamente, trocando um olhar com Kateryna que quase dispensa palavras.

Reginald respira fundo, como quem concede uma aula difícil para alunos relutantes:

— Sei que é como uma descida cega às profundezas de águas geladas e o reaparecimento...

Linked DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora