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Eu observei enquanto Cinco e Diego se aproximavam da tela, suas expressões cada vez mais tensas. Meu coração acelerou ao ver a imagem de Reginald Hargreeves, nosso pai, parado em plena Dallas, como se ele tivesse algum tipo de plano ou envolvimento profundo com essa época. Era desconcertante pensar que ele estivesse aqui, quando o tempo deveria ter nos separado completamente. A mente de Reginald sempre fora um quebra-cabeça sem solução, mas dessa vez parecia ainda mais complicado.

— Isso é o papai? — minha voz soou mais alta do que eu esperava, quebrando o silêncio da sala. Eu mal conseguia acreditar no que estava vendo. Diego e Cinco, quase sincronizados, se viraram para mim. Ambos confirmaram com um leve aceno de cabeça, o que apenas reforçou a seriedade da situação.

— Sim — Cinco respondeu sem hesitar, os olhos fixos na tela como se estivesse tentando decifrar algum enigma. — Parece que o velho está mais envolvido com essa época do que imaginávamos.

Diego bufou, cruzando os braços com uma expressão de frustração crescente. O clima na sala estava pesado, como se todos estivéssemos esperando por uma explosão iminente. Ver nosso pai envolvido em algo tão estranho quanto aquela época me dava arrepios. Cada parte de mim queria acreditar que era uma coincidência, mas nada era coincidência quando se tratava de Reginald Hargreeves.

— O que ele está fazendo aqui? — perguntei, tentando processar a avalanche de pensamentos que passavam pela minha mente. Meus olhos voltaram para a tela, onde a imagem de Reginald estava congelada, como se ele estivesse preso em algum tipo de filme de terror. E, claro, nós éramos os protagonistas.

Cinco parecia perdido em pensamentos. Ele sempre foi o mais lógico de nós, sempre calculando os próximos passos. Mas até mesmo Cinco sabia que, quando nosso pai estava envolvido, as coisas se tornavam caóticas.

— Isso muda alguma coisa nos nossos planos? — Perguntei, cruzando os braços, tentando manter a compostura enquanto a tensão entre nós três aumentava. Eu sabia que as respostas não viriam facilmente, mas precisava de alguma direção.

— Muda tudo — respondeu Diego, largando as fitas com um movimento brusco que ecoou pela sala. O som reverberou no silêncio, aumentando a pressão no ar. — Se o velho está aqui, significa que ele está envolvido em algo grande. E se ele sabe de algo... precisamos descobrir o que é antes que seja tarde demais.

Eu concordei em silêncio. Claro que Reginald tinha que estar envolvido em algo. Ele sempre estava, e sempre nos deixava no escuro. Era como se ele estivesse jogando um jogo e nós, suas peças, sempre um passo atrás, tentando entender as regras.

Cinco finalmente quebrou o silêncio novamente, sua voz fria e calculada como sempre.

— Precisamos de mais informações — disse ele, me olhando diretamente. — E rápido.

Pensei por um momento, buscando qualquer pista que pudesse nos ajudar. Então, uma ideia surgiu.

— Já pensaram em procurar na lista telefônica de Dallas? — sugeri, pegando a lista de um canto da sala e jogando-a sobre a mesa. — Procurem pela empresa dele.

— Qual era mesmo? — murmurou Diego enquanto folheava rapidamente as páginas da lista.

— Umbrella Indústria e Comércio — respondi, me aproximando deles para observar.

Diego olhou a lista e soltou um suspiro.

— Puta merda, está mesmo aqui. Rua Olive, 82. Vamos. — Ele fechou a lista com um estalo e começou a se movimentar rapidamente em direção à porta.

Enquanto nos preparávamos para sair, Diego se virou para Cinco, olhando para Elliott, que ainda estava amarrado à cadeira.

— Vai deixá-lo assim? — perguntou, referindo-se ao nosso informante preso à cadeira.

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