Capítulo 75

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5 meses depois...
Helena

Faz uma semana que a minha afilhada nasceu, sim, a Maria Clara deu à luz a uma princesa linda, de pele marrom e cabelo crespo como o dela, ela parece tanto uma princesa que ela se chama Tiana. Depois do casamento eles se mudaram para uma casa do Ricardo que fica numa cidade vizinha daqui, estamos saindo de lá nesse momento eu e a Eleanor.

Minha amiga se tornou uma mãe muita babona assim como o Ricardo e a outra babona é a outra madrinha, Eleanor, ela ama tanto a afilhada que hoje levou a terceira boneca para ela, imagina uma bebé que nem um mês tem já tem 3 bonecas, mas não me admira esse amor todo, Eleanor demonstra amar muito crianças, tanto que na livraria dela tem um cantinho onde algumas crianças podem se sentar e ler livros de graça, ela não precisa ir trabalhar, mas ela vai todos os dias, diz que é para vigiar os sem noção que não veem que estou noiva e tentam me conquistar, mas sei que é mais pelas crianças, mesmo longe ela e a sobrinha dela são muito próximas, falam quase todos os dias e a cada dia se tornam mais parecidas, coitado do Marcelo terá que aturar uma segunda Eleanor.

Por falar no Marcelo ele e a Fernanda se casaram, nós fomos e conheci Itália pela primeira vez e é muito linda, o casamento foi maravilhoso, conheci o pai do Marcelo, tio da Eleanor que pareceu doce até com Eleanor, o Marcelo disse que ele está assim desde que descobriu que tem uma neta, já quem não para de me pedir isso é a minha mãe que está junto com a Eleanor nessa ideia de termos um filho agora, mas eu acho que é muito cedo ainda.

Eleanor: Amor e se a gente ter um filho já?— perguntou do nada e eu me engasguei com o refrigerante que estava a beber— Calma, foi só uma pergunta.

Helena: Uma pergunta séria, isso sim. Amor, a gente já conversou sobre isso, você sabe que eu...

Eleanor: Eu sou muito nova e acho que não estou pronta para esse grande passo.— falou me imitando— Mas o que você não pensa, Helena, é em mim... você não quer ter agora, mas você já se pensou que eu quero e apesar de aceitar o que você quer, seja difícil para mim ?

Helena: Não, não pensei.— olhei para o chão.

Eleanor: Acredito que não. Nós iremos nos casar e a gente precisa entender que antes de decidir qualquer coisa temos que pensar em ambas, podemos até não fazer o que eu quero, mas pelo menos tenha consideração sobre o que penso.

Ela continuou conduzindo calada e eu também, ela tem razão... ela tem feito sempre tanto o que eu quero, o melhor para mim, tudo para mim e eu não faço isso faz tempo. É claro que eu não vou ter um filho só porque ela quer, confesso que ao ver a minha afilha, as crianças lá na livraria e o amor da Eleanor com a Natália eu tenho pensado mais em ter um filho, mas eu tenho medo, medo de dar errado, de ser uma mãe má, de a minha experiência com o homem que me criou acabar prejudicando a minha relação com um filho meu... eu tenho medo de errar.

Descemos e subimos em casa, ela foi tomar um banho e eu decidi ligar para a minha mãe, preciso conversar com ela. Tocou e não demorou muito ela atendeu.

Ligação on
Helena: Olá, mãe.

Paula: Meu amor, como você está?

Helena: Não muito bem, mãe. Eu tenho pensado na ideia de ter um filho, mas eu tenho medo.

Paula: Medo do quê, filha?

Helena: Medo de errar como o pai Rogério errou comigo durante todos aqueles anos.

Paula: Oh, meu amor. É normal você ter medo de errar e vou te contar um segredo... você vai errar e é normal, mas você vai errar e aprender com os teus erros e não repeti-los, mas não nunca mais te compares com aquele traste, ele não foi um pai para você e ele não errou com você, ele te agrediu durante anos e isso não é um erro que pode ser esquecido ou perdoado. Sabe o que eu acho? Você será uma mãe incrível.

Helena: É sério?— perguntei quase chorando.

Paula: É sim, errado seria se você não tivesse medo de errar e medo de magoar os teus filhos, você está pensando no bem-estar deles antes mesmo deles existirem.— sorri chorando— Tenhas agora ou noutro tempo, você e a minha nora serão ótimas mães.

Helena: Obrigada, mãe. Eu espero ser pelo menos metade da mãe maravilhosa que a senhora é para mim.
Ligação off
                                   [...]

Desde aquela hora a Eleanor voltou na livraria e eu estou aqui esperando ela no quarto, ouvi a porta da sala sendo aberta e depois a do quarto.

Eleanor: Oi.— fechou a porta— Aconteceu alguma coisa?

Helena: Sim.— caminhei até ela— Eu pensei e pensei muito quanto ao termos um filho já e decidi algo.

Eleanor: O que você decidiu?

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