Escrava Do Que Desejo

Capítulo 9

Poderias me perguntar sobre tudo que eu lhe daria a resposta facilmente, mas não quando o assunto são sentimentos... não os entendo.

Helena

Se eu gosto de Eleanor? Não. É só um fascínio e curiosidade por tudo que ela é e eu não sou. Eu não gosto dela, eu nem gosto de mulheres.

Helena: É claro que eu não gosto, Maria Clara.

Maria Clara: Sei... — me olhou desconfiada— Demorou muito para responder.— sorriu debochando— Mas se você gostar sabe que tens todo o meu apoio, não é?

Helena: Sei, mas felizmente eu não preciso, Maria Clara...— não que eu ache errado, mas não é para mim— Mas obrigada.

Maria Clara: Então? Você vai ou não abrir e ler o que diz aí?

Helena: Pois...— olho o que tenho em mãos—Vamos ler então, diz assim:

"Helena, espero que estejas bem. Não pudemos conversar melhor naquele noite sobre como será a nossa rotina durante esse tempo antes de nos casarmos então, como minha prima já deve ter dito, espero por você na casa que os meus pais têm aqui na vila, na rua Mira-Mar, casa número 7, às 3h da tarde amanhã, por favor não se atrase.
Assinado:Marcelo Rodrigues."

Maria Clara: Não sabia que eles têm uma casa aqui.

Helena: E nem eu.— guardo a carta na bolsa— Mas eles são tão ricos, não me admiraria se tiverem casas espalhadas pelo mundo, até mesmo em Dubai.

Maria Clara: Pois, nem eu. Mas e aí? Estás ansiosa?

Helena: Estou sim. Eu não sei bem o que ele tem em mente sobre como será o nosso tempo antes do casamento, sabe? Não pensei nisso...

Maria Clara: Só na parte em que juntarias o dinheiro e fosses embora, não é?

Helena: É, é isso.— sorri-lhe.

Minha amiga sabe de tudo, é a minha única e verdadeira amiga depois que eu descobri quem a Melissa é e diferente dela, Maria Clara não nasceu aqui então, não somos amigas desde pequenas. Maria Clara nasceu no Brasil e se mudou para aqui com os pais quando tinha 16 anos, eles têm uma casa aqui no centro da vila e essa loja onde eu e ela trabalhamos, então, é como se ela fosse a dona disso aqui, o que facilita tudo para mim, além de uma boa amiga, é uma boa gerente.

[...]

Helena: Amanhã eu vou almoçar em casa do Marcelo.

Aviso aos meus pais que estão na sala a jantar e logo deixaram o que estavam a fazer e me encararam de imediato, um preocupado e o outro alegre.

Rogério: Agora é só se comportar como deve ser...— disse olhando para mim— Eu não engoli aquela história de se casar só em 1 ano, se você estiver a tramar alguma coisa para arruinar esse casamento eu vou descobrir e aí nem sua mãe vai poder te salvar, Helena.

Paula: Não se preocupe, Rogério. Helena não está tramando nada, não é, filha?

Helena: Sim, mãe. Eu vou me deitar pois preciso estar calma para o dia de amanhã e ficar aqui não vai me ajudar, além do mais eu já comi com Maria Clara. Boa noite, mãe.— vou e beijo sua testa— Boa noite, pai.

Se minha mãe sabe dos meus planos? Não. Não que eu não confie nela, mas eu não sei se ela teria coragem de deixar o meu pai e ir embora começando de novo no nada, eu vou conseguir juntar todo o dinheiro e depois eu vejo se ela aceita e se não... bem, eu não sei.

Me retiro subindo as escadas, entro em meu quarto, atiro a minha bolsa e roupas em lugares do quarto que eu mesma não sei, vou até ao banheiro no meu quarto, encho a banheira de água e mergulho nela por alguns minutos, sempre faço isso quando quero esquecer um pouco algo que me fizesse sentir mal e isso tudo só me faz sentir assim. Não sei como vai ser amanhã, o almoço me preocupa, os meus sentimentos quando estou perto de Eleanor e o que o Marcelo vai querer também... Não saber me preocupa, mas bem, isso eu vou descobrir amanhã.