Capítulo 6

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Crescer significa fazer descobertas, até aquelas que causariam a nossa possível queda.

Helena

Saí dos meus pensamentos pois todo mundo já me olhava estranho, forcei um sorriso e dei a minha mão primeiro a Marcelo o cumprimentando e em seguida a mulher que tem um aperto de mão mais confiante que o de Marcelo, que reparando bem agora pode ser seu irmão pois são tão parecidos.

Helena: É um prazer conhecê-los.— menti me sentando junto com a minha mãe e eles se sentaram em seguida.

Marcelo: O prazer é todo meu.— disse ainda sorrindo.

Será que ele está chateado por eu ter fugido dele? Bem, hoje eu descobrirei pois a noite só está a começar.

[...]

Depois de um tempo, nos sentamos todos à mesa e jantamos, a mesa estava farta e a comida deliciosa como sempre pois minha mãe tem mãos de fada assim como eu. Após o jantar, decidi ir lá fora respirar um pouco pois meus pais e Marcelo estão conversando neste momento sobre como será o casamento e eu não preciso estar lá, só precisarei ouvir a decisão que eles tomarem. Sim, o momento em que eu não teria mais voz já tinha começado, sentei-me no alpendre e minutos depois senti alguém ao meu lado em pé, é aquela mulher que depois de eu quase babar nela nos disse seu nome: Eleanor.

Eleanor: Posso lhe fazer companhia?— perguntou sorrindo.

Depois de alguma conversa durante o jantar, descobri que Eleanor não é irmã de Marcelo, mas sim uma prima, que eles cresceram juntos e são muitos próximos já que ambos são filhos únicos de seus pais assim como eu, descobri também que ela veio com seu primo por isso mesmo, pois são muitos próximos e ele faz questão de tê-la durante todo o momento.

Helena: Pode sim.— finalmente disse retribuindo o sorriso que se formou facilmente.

Eleanor: Obrigada.— se sentou— Vieste respirar um pouco?

Helena: Sim, enquanto tenho tempo.— e só depois eu percebi o que tinha dito e como aquilo pode facilmente ser interpretado mal por ela, mas ao contrário ela sorriu, gargalhou na verdade, uma gargalhada gostosa de ouvir.

Eleanor: Eu entendo. Se fosse eu na sua situação sentiria o mesmo, mas meu primo não é um mal homem, você vai ver.

Helena: Será? Então porquê ele quer se casar com alguém que nem conhece? Que não ama?— perguntei irritada e ela me olhou, pude ver, sentir a profundidade de seu olhar, não era um olhar raso, tinha tanto nele e eu quero saber o quê. Porquê? Eu não sei, talvez porque sempre fui curiosa com coisas diferentes e ela parece diferente de tudo que eu já tinha visto.

Eleanor: Ele quer fazer isso porque tem responsabilidades, um dever como filho único a cumprir, por isso.— se levantou e ficou a minha frente— Sei que pode ser difícil essa situação, mas ter meu primo como seu marido é o menos mal nisso tudo.

Helena: Você parece entender o que sinto... és casada?— me atrevi a perguntar, ela não possui aliança, mas não custa nada tentar.

Eleanor: Não, foi quase isso.

Helena: Foste?— por que eu tinha que ser tão curiosa e tão transparente?

Eleanor: Não também, foi só uma situação em que senti o mesmo que você.— sorriu— Você é muito curiosa, sabia? Mas vem... — estendeu a sua mão para mim esperando eu agarra-lá— Agora que você será da família teremos muito tempo para conversarmos e nos conhecermos. Vamos lá, eles já terminaram de conversar.— disse sorrindo.

Agarrei-lhe a mão para me levantar e ambas entramos em casa, e todos pararam quando entramos, todos me olhando.

Rogério: Já está tudo resolvido. Você se casará em 7 meses.—disse satisfeito.

Como assim em 7 meses?

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